PERU, IMPÉRIO DE TESOUROS ESCONDIDOS

> 06/09/2014 – sábado

Embarcamos às 05:40 horas no Aeroporto Internacional Galeão Antônio Carlos Jobim (GIG), no voo 6648 da Avianca, com destino à Lima, onde desembarcamos às 09:25 horas, no Aeroporto Internacional Jorge Chavez (LIM), retiramos a bagagem, saímos do aeroporto, para, então, passar pela aduana, e novamente despachar a bagagem para embarcar. Como o intervalo entre nossos voos era de apenas uma hora tivemos que fazer tudo muito rapidamente.

Às 11:15 horas, no voo 807, também da Avianca, partimos para Cusco, onde desembarcamos às 12:35 horas no Aeroporto Velazco Astete (CUZ).

3.778 km do Rio de Janeiro até Lima + 1.650 km de Lima a Cusco, num total de 5.428 km.

Compramos nossas passagens com assistência ao viajante clássica, através da decolar.com.

Na preparação para a viagem, fizemos nosso cadastro no site da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária: www.anvisa.gov.br (Proteção à Saúde / Portos, Aeroportos e Fronteiras / Assunto de Interesse / Certificado Internacional de Vacinação).

A vacina contra a febre amarela e uma exigência e deve ser tomada no mínimo 10 dias antes do embarque. De posse do comprovante de vacinação, obtivemos o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia – CIVP contra a febre amarela.

No Centro de Orientação para a Saúde do Viajante da ANVISA é possível tomar a vacina e obter o certificado. (Rua Evaristo da Veiga, 16 – Centro – 2524-6977, de 2a. a 6a. feira, das 8 às 20 horas e sábados, das 8 às 12 horas) 

Ao desembarcarmos em Cusco nos esperava Carlos Terrazas, representante do Belmond Hotel Monastério*****, que nos conduziu do aeroporto ao hotel, num percurso de 5 km, 15 a 20 minutos, serviço contratado junto ao hotel ainda no Brasil (US$ 22,00 por pessoa). Calle Palácio 136, Plazoleta Nazarenas

Antigo monastério colonial e monumento nacional, construído em 1595, com capela barroca e pátio do claustro, belíssimos, convertido em hotel em 1965.

Erguido no lugar do ‘Palácio do Inca Amaru Qhala’, onde três anos depois (1598) os espanhóis fundaram o ‘Seminário de San Antônio Abad’, com a finalidade de educar e formar sacerdotes católicos.

Em 1650, a construção se viu seriamente afetada por um terremoto e por ocasião de sua restauração adicionaram a capela, que expõe pinturas realizadas pelos mais talentosos artistas da ‘escola cusquenha’. Os quadros reproduzem cenas da vida de seu santo padroeiro, patrono dos animais.

Em 1692, o Seminário se converteu na Real Universidade Pontifícia de San Antônio Abad, porém, em 1816 um decreto real do Rei Espanhol Fernando VII fez com que o Monastério voltasse a funcionar como Seminário até 1965, data em que foi submetido a um novo processo de restauração em razão do terremoto de 1950. A restauração continuou durante a década de 70 e o Monastério foi remodelado para se transformar em hotel.

Atualmente é um marco histórico nacional, protegido pelo Instituto Nacional de Cultura do Peru (INC).

O coração do hotel é seu pátio principal, antigo claustro, ao centro uma fonte e um cedro de 300 anos, além do Restaurante Illariy, onde almoçamos logo na chegada e onde é servido o delicioso e fartíssimo café da manhã.

O hotel oferece também o Restaurante El Tupay, onde as 3as. 5as e sábados à noite, as vozes dos melhores tenor e soprano de Cusco ressoam em suas românticas arcadas, que abrigaram o antigo refeitório do Monastério, que se comunicava e ainda se comunica com a capela.

Há o Lobby Bar e a Deli Monastério. Neste hotel se hospedaram os personagens de ‘Amor a Vida’, novela de 2013, que teve várias cenas gravadas na ‘Plaza de Armas’, a duas quadras do hotel. Após almoçarmos, fizemos o ‘Tour de Arte’ no próprio hotel, com o guia Juan Cornejo, expert em arte religiosa e história peruana, percorrendo a coleção de arte do hotel, que incluiu a história da capela. (US$ 25 por pessoa)

Nossa avaliação, solicitada pelo hotel e pela booking.com, com quem fazemos nossas reservas: O hotel é encantador em todos os aspectos, o prédio, sua história, a decoração, principalmente as pinturas, os belíssimos e cuidados jardins, o conforto, mas o grande destaque são seus funcionários, sem exceção. Uma equipe bem treinada, que não mediu esforços para atender toda e qualquer necessidade nossa, às vezes até mesmo se antecipando a elas. Cristopher e Carolina, Guest Relations, foram simplesmente fantásticos, nos propiciando um atendimento ainda mais próximo e personalizado.

O Peru se divide em nove regiões:

– Lima, principal ponto de entrada no país;

– Costa Sul, cujas dunas atraem praticantes do surfe na areia;

– Região dos Cânions, onde as gargantas atraem os adeptos de aventuras e onde estão os melhores circuitos de canoagem do mundo;

– Sierra Central, oferece uma das grandes viagens de trem em todo o mundo, ligando Lima a Huancayo, que abriga o Vale Mantaro, com seus artefatos e história, artes variadas como tecelagem e trabalhos em prata;

– Cordillera Blanca, a segunda mais alta do mundo, atraindo alpinistas, trilheiros e adeptos de aventura. Nesta região estão as Lagunas Llanganuco, ponto de partida para a famosa trilha Santa Cruz;

– Deserto do Norte, com suas praias, é um polo de atração para os praticantes de surfe. A região tem também um corredor de vida selvagem, considerado um dos mais diversificados da floresta seca equatorial;

– Altiplanos do Norte;

– Bacia Amazônica repleta de oportunidades para caminhadas na selva, pesca e rafting. O Parque Nacional Manu, maior área protegida do Peru;

– e a Terra dos Incas, nosso destino, com as fascinantes ruínas de Machu Picchu, a cidade de Cusco e o Vale Sagrado e seus verdejantes terraços de cultivo, montanhas nevadas e corredeiras do rio Urubamba.

Quase metade dos habitantes do Peru é de origem nativa. Os quéchuas são o maior grupo indígena e dão nome à segunda língua oficial do país, cujas origens remontam ao período Inca. Culturas pré-incaicas, como chavín, moche, nazea e chimú, produziam cerâmicas, esculturas e tecidos de alta qualidade. Os Incas aperfeiçoaram tais habilidades quando dominaram o continente. Como não havia escrita, as histórias culturais eram contadas por meios artísticos, ou seja, no design da cerâmica e da tecelagem. Tradições pré-colombianas sobreviveram à conquista e foram apropriadas por artistas contemporâneos, preservando assim a cultura indígena.

De acordo com texto de Ana López, no Jornal A Relíquia, de agosto de 2014, sob o título: ‘Wari: Os antigos senhores dos Andes’, muito se escreve e fala sobre os Incas, mas existem poucas publicações sobre a civilização Wari ou Huari que os antecedeu e no século VI d.C. dominou a região central andina. Durante os quatro séculos seguintes, a civilização Wari, considerada o primeiro império da América do Sul, também chamado Tiwanaku-Wari ou Tiahuanaco-Huari, produziu uma sociedade de complexidade até então inédita na região.

A análise da cultura Wari se deu por intermédio de suas obras de arte (cerâmica policromada, adornos de metais preciosos, mosaicos coloridos, esculturas em madeira, objetos de pedra e tecidos de surpreendente complexidade, com seus desenhos geométricos e cores brilhantes); dos importantes centros arquitetônicos estabelecidos em muitas províncias e das principais atividades econômicas: a agricultura e a pecuária. Por volta do século X, o Império chegou a seu apogeu, mas por volta do século XII começou a declinar, já tendo perdido grande parte de sua influência na região, possivelmente graças a guerras civis ou invasões de vizinhos poderosos, disputa entre poderosos governantes e comerciantes, ou levantes de regiões remotas que já poderiam estar demonstrando sinal de cansaço de serem administradas por sedes distantes. Depois do século XII, o império desapareceu e os Wari foram completamente destruídos / eliminados.

A história oral dos Incas cita 13 imperadores. O primeiro deles, Manco Cápac, fundou a cidade de Cusco. Ele teria se casado com sua irmã Mama Ocllo para criar uma linhagem real Inca. O nono, Pachacútec Inca Yupanqui, foi o maior governante, responsável por transformar Cusco em um império, tendo criado um abrangente código de leis para reger seu vasto domínio. O império inca se estendeu da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Atahualpa, o décimo-terceiro e último imperador era filho ilegítimo de Huayna Cápac. Foi executado em 1533. Em 1771, Túpac Amaru II, descendente do último Inca, liderou uma revolta que se espalhou por todo o Peru. Foi preso e executado em 1781, mas os índios continuaram lutando contra os espanhóis até 1783. O Peru só veio a ganhar independência total da Espanha em 1824, após batalhas acirradas.

Em junho deste ano (2014), em El Castillo de Huarmey, no norte de Lima, pela primeira vez na história da arqueologia do Peru, foi encontrada uma tumba imperial dos Wari, num templo de 1200 anos, denominado ‘Templo da Morte’. Nesta tumba foram encontrados corpos mumificados de três rainhas, juntamente com tesouros e restos de sacrifícios humanos.

No início de julho, arqueólogos peruanos anunciaram a descoberta de um relógio solar, uma galeria subterrânea e uma sala de audiência no complexo arqueológico da cultura Wari, localizado na região andina de Ayacucho. No centro do complexo foi encontrado um pedestal circular com uma pedra tubular por meio do qual era medida a passagem do tempo, que seria um dos antecedentes do chamado Intihuatana, ou relógio solar dos Incas. Nas paredes foram descobertos 18 nichos pintados de branco. A teoria é que nesses nichos fossem colocadas as múmias de seus antepassados, às quais eram feitas consultas antes de decisões importantes. Eram como o oráculo. 

Cusco ou Cuzco ou Qosq’o, em quéchua

“Finalmente ! O ponto alto da viagem, a cereja do bolo: a antiga capital de um dos maiores impérios que o mundo conheceu.”, como definiram Lúcio Martins Rodrigues e Bebel Enge no GTB – Guia do Turista Brasileiro Peru e Bolívia.

“Cusco está situada numa região habitada há mais de 3 mil anos. Sua história se confunde com antigas lendas. Como os Incas não conheciam a escrita, tudo o que se sabe sobre Cusco vem da tradição oral compilada pelos primeiros cronistas como Pedro de Cieza de León, Garcilaso de la Vega e padres espanhóis.

A lenda mais famosa relata que a cidade teria sido fundada por Manco Cápac e sua esposa Mama Ocllo, os filhos do Sol e da Lua, no lugar que teriam reconhecido como sendo o umbigo do mundo; Cusco em quéchua significa ‘umbigo’. Essa cidade, na condição de capital dos Incas, alguns séculos depois, tornou-se sede de um imenso império …” Embora a área fosse ocupada por outras culturas, vários séculos antes da chegada dos incas, foi sob o domínio Inca que Cusco atingiu seu apogeu como polo administrativo, religioso e militar.

A partir de relatos espanhóis, o artista Donald A. Mackay reconstruiu a cidade sobre os alicerces ainda existentes. Estradas dos quatro cantos do mundo se encontravam na praça principal, lotada no Festival de Inti Raymi, o solstício de inverno. Centro político-religioso, Cusco abrigava apenas a nobreza inca, funcionários e acompanhantes, o povo vivia em 12 cidades satélites. Torres da fortaleza de Sacsayhuaman faziam vigília na colina.

Originalmente, a palavra Inca era usada apenas para descrever o imperador, passando posteriormente a se referir ao povo.

Segundo apontamentos do século XVI de Garcilaso de la Veja, filho de uma princesa Inca e de um conquistador espanhol, os 13 imperadores Incas governaram o vale do século XII ao XV, construindo o Império Inca em menos de um século.

Os Incas adoravam o imperador como um deus e, ainda, adoravam o sol, a lua, a terra, as montanhas e os animais sagrados, o condor e o puma.

Pachacútec, o nono Inca a reinar de 1438-1471, foi quem determinou que Cusco tivesse a forma de um puma sagrado.

Os Incas faziam sacrifícios de animais diariamente e sacrifícios humanos em ocasiões especiais, quando eram oferecidas as crianças mais belas das famílias mais poderosas. “Quando os espanhóis aí chegaram no ano de 1533, … Cusco rivalizava em tamanho com as maiores cidades europeias da época, com a diferença de que tinha ruas e belas praças com calçamento de pedra e era muito limpa e organizada.

Num primeiro momento os espanhóis trocaram o nome da cidade para Nova Toledo, mas a escolha não pegou. Ficou Cusco mesmo.”

“Em Cusco e em suas vizinhanças está o melhor do patrimônio colonial espanhol e do que restou da civilização Inca. Machu Picchu, por exemplo, é classificada pela UNESCO como o mais importante sítio arqueológico da América do Sul.”

“Cusco é uma cidade de arquitetura colonial que conserva vestígios de construções Incas aproveitadas pelos espanhóis para construir suas igrejas e palácios.”

Esta localizada no sul do Peru, num platô na Cordilheira dos Andes, a cerca de 3.400 m acima do nível do mar e cercada por altas montanhas que às vezes ultrapassam 6 mil m de altura.

Os melhores meses para uma viagem a Cusco são os mais secos, entre maio e setembro, garantia de céu claro, dias ensolarados, baixa precipitação, com noites frias, sendo bastante acentuadas as diferenças de temperatura entre o dia e a noite.

Devido à elevada altitude, o ar da cidade é bastante fresco, mesmo quando o termômetro registra valores acima de 20ºC.

Em setembro a temperatura máxima é de 21ºC e a mínima de 1ºC.´A temperatura neste período em que estivemos em Cusco e Machu Picchu variou da mínima de 4ºC e máxima de 19ºC.

Em grandes altitudes, o nível de oxigênio do ar é baixo e pode causar o chamado mal de altitude, cujos principais sintomas são dor de cabeça, falta de ar, inquietude, atordoamento, náuseas, diarreia, taquicardia, fadiga intensa, falta de apetite e insônia.

Seguindo orientação médica, eu e meu marido começamos a tomar ‘acetazolamida’. Eu tomei um dia antes da viagem e nos dois primeiros dias em Cusco e meu marido todos os dias, além do que diariamente tomávamos o chá de coca. Fora um pouco de falta de ar e cansaço, não tivemos qualquer problema.

Para minimizar os sintomas, deve-se evitar, ao menos nos dois primeiros dias após chegar, fazer grandes esforços físicos, comer demais, ingerir bebidas alcoólicas e tomar sedativos. Escadarias e ladeiras serão inevitáveis, então, resta subir devagar. 

Dor de cabeça é o sintoma mais comum, quase sempre consequência do excesso de exposição ao frio, estar mal agasalhado, sem gorro de lã, por exemplo, num lugar alto, combinado com esforço físico.

Leve a sério as recomendações, elas fazem toda a diferença.

No Belmond Hotel Monasterio, os quartos contam com serviço de ar condicionado enriquecido com oxigênio para ajudar a superar o mal da altitude. 

Use protetor solar nas mãos, rosto e lábios e óculos escuros por causa da claridade extrema e um bom hidratante, principalmente no rosto e nas mãos e manteiga de cacau nos lábios. Leves sangramentos nasais são comuns, resultado do rompimento de pequenas artérias, decorrência do ar extremamente seco. Fizemos uso de Rinosoro Jet 0,9% e Maxidrate gel nasal, prescrição de nossa otorrinolaringologista.

> 07/09/2014 – domingo

Para este dia programamos o Tour Valle Sur, contratado no Brasil junto ao próprio hotel.

Assim, às 9 horas, nos aguardavam na recepção o motorista Daniel e o guia Jorge Airampo.

Nosso roteiro:

Tipón, 25 km ao sul de Cusco

> Templo de San Pedro Apóstol de Andahuaylillas, a 37 km ao sul de Cusco

> Pikillacta e Rumicola, 30 km ao sul de Cusco

De posse do nosso Boleto Turístico, providenciado pelo hotel, com visita opcional a 16 lugares, S/. 130,00 (cento e trinta novos soles), nos dirigimos à Tipón. Assentamento inca, centro específico para o estudo da água, com engenhoso sistema de irrigação, exemplo do domínio dos incas sobre o meio ambiente e onde cultuavam a água.

Pikillacta, ‘Cidade das Pulgas’, ruína pré-inca, construída por volta do ano 1100, numa alvenaria muito mais grosseira comparativamente à dos incas.

No lado oposto da estrada, a curta distância, ficam os vestígios de dois imponentes portões incas chamados Rumicola, construído sobre fundações Wari, espécie de barreira aduaneira para pessoas com destino a Cusco.

Para os povos de língua quéchua, ir a Cusco era quase como fazer uma peregrinação religiosa. Andahuaylillas é um pequeno povoado situado na província de Quispicanchi, tendo sido um assentamento inca de certa importância.

Esta bela aldeia é famosa pela Iglesia de San Pedro, chamada de a Capela Sistina das Américas, Plaza Mayor, s/nº.

Esta igreja do século XVI, da ordem dos jesuítas,  exibe uma fachada simples, de tijolos, que não dá indícios de seus tesouros internos, que incluem um reluzente teto folheado a ouro, um mural do pintor do século XVII, Luis de Riaño, com os caminhos para o céu e o inferno, pinturas da Escola de Cusco sobre a vida de São Pedro e uma pintura da Virgen de la Assunción atribuída a Esteban Murillo.

Nos surpreendemos com o uso de espelhos nos retábulos e nos altares e de elementos indígenas.

Externamente, há um balcão na parte superior da fachada, deste balcão era dada a benção ao final da missa àqueles que não sendo batizados não podiam entrar na igreja.

www.andahuaylillas.com/es

Já de volta a Cusco, fomos a Factoria ‘La Vicuñita’, artesanías alpaca baby, produtos feitos no Peru, por peruanos.

Do grupo dos camelídeos fazem parte os camelos, os dromedários, as lhamas, as vicunhas, as alpacas.

Nos Andes são quatro as espécies, duas domésticas (lhama e alpaca) e duas selvagens (guanaco e vicunha), sendo que a domesticidade das lhamas e alpacas não é absoluta.

As lhamas, alpacas, guanacos e vicunhas são, há muito, o ‘ouro dos Andes’, constituindo-se na primeira fonte de abrigo, alimento e transporte.

A vicunha é o mais belo e pequeno dos camelídeos subamericanos, produz a fibra mais fina do mundo, o que quase a levou a extinção, em decorrência da caça indiscriminada durante o século XIX.

O guanaco é um camelídeo de grande estatura e fortaleza, de cor canela.

A alpaca produz uma fibra de grande variedade cromática, indo do branco ao negro. Existem duas raças de alpaca: a suri, de fibra larga e sedosa e a huacaya, de fibra mais curta e encaracolada, ambas caracterizadas pela suavidade e aquecimento.

À lhama foi conferida  importância religiosa, além de se beneficiarem de sua fibra, carne e como meio de transporte de carga nas trilhas incas. Existe também duas raças: chacu, de fibra larga e ccara, de fibra curta, com distintas qualidades e cores.

Retornando ao hotel, num belo móvel na recepção nos esperava o chá de coca que deve ser bebido até às 17/18 horas para que não dificulte o sono.

À noite, fomos até a Plaza de Armas e na Calle Prateros, 348, no Chez Maggy Restaurante-Pizzaria comer uma saborosa pizza finalizada num forno a lenha. “Somos Peruanos … Latinoamericanos … Ciudadanos del Mundo.”

> 08/09/2014 – 2ª feira

 Um dia em Cusco

Começando pelo Bairro de San Blás, chamado T’oqokachi ou oco de sal, com ruas estreitas, íngremes e belas casas de estilo colonial. É o bairro dos artesãos.

A um quarteirão do hotel, entrando na Calle Hatum Rumiyoq, subindo a Cuesta de San Blás para no alto desta ladeira encontrar o Templo de San Blás, na Plaza San Blás.

Construído no século XVI, é a mais antiga igreja paroquial de Cusco, erguida onde existia um templo inca dedicado a ‘Illapa’, o ‘Deus do Trovão’.

Aí compramos o Boleto Religioso de Cusco, o CRA – Circuito Religioso Arzobispal dá acesso ao Templo de San Blas, ao Templo de San Cristóbal, ao Museo Arzobispal e ao conjunto constituído pela Catedral, Templo del Triunfo e Templo de la Sagrada Família. O boleto pode ser comprado em qualquer um destes pontos e tem validade por 10 dias. S/. 30,00 por pessoa

O púlpito, delicadamente esculpido num único tronco de árvore, é considerado o melhor exemplo colonial de entalhe em madeira das Américas. Segundo a lenda, é de autoria de um indígena que se recuperou milagrosamente de uma doença mortal e dedicou o resto da vida a esculpi-lo para a igreja. Reza ainda a lenda que é do artesão o crânio que se vê na parte superior da obra, mas na realidade ninguém sabe ao certo a quem pertenceu, nem a identidade do artista. de 2ª feira a sábado, das 8 às 18 horas e domingos, das 10 às 18 horas

Saímos do templo e caminhamos pelas ruas próximas. No nº 651 da Plaza San Blas, visitamos o Ateliê de Don Antônio Olave Palomino, declarado Patrimônio Cultural Vivo de la Nación, tendo recebido o título de ‘Gran Maestro de la Artesanía Peruana’, representante da Escola de Cusco de imagens escultóricas inspiradas na religiosidade do período colonial peruano (séculos XVI e XVII). Sua obra mais representativa é ‘El Niño de la Espina’, cuja história lhe foi contada quando esteve em Vilcabamba para restaurar a imagem desta criança, protetora da cidade.

Fazendo o caminho de volta, descemos a Cuesta de San Blas para chegar à Calle Hatun Rumiyoc. Em seu último quarteirão, um muro inca guarda a famosíssima pedra de 12 ângulos, externos, diante da qual todos param para conferir e nós não fugimos a regra. Neste momento, aproximou-se de nós um estudante de turismo, Giancarlo, que muito nos falou, a começar pela pedra de 12 ângulos, que representaria as 12 famílias incas que habitavam em Cusco. Segundo ele, esta pedra pesa 6 toneladas e tem 2 metros de profundidade, tendo 11 pedras ao seu redor e se constituindo na pedra mãe deste muro.

Observou que eram utilizadas pedras menores na base dos muros, erguendo-os ligeiramente inclinados (6 a 8º) de modo a lhes conferir mais estabilidade. Nas esquinas destes muros eram utilizadas pedras grandes.

Contornando a esquina, ao final dessa pequena rua é possível comparar o muro inca, cujas pedras são encaixadas com absoluta perfeição, com outro bem em frente, erguido pelos conquistadores, dito como obra dos incapazes. Até hoje, intriga os pesquisadores a impressionante técnica de corte dos enormes blocos utilizados pelos incas, que se encaixavam perfeitamente, como peças de um quebra-cabeça, sem uso de qualquer tipo de argamassa. Entre as pedras, em muitos pontos, não é possível passar sequer uma lâmina fina.

Um religioso espanhol, que visitou as ruínas de Sacsayhuaman logo após a conquista, julgando impossível que uma obra daquele porte tivesse sido erguida apenas por braços humanos, voltou à Espanha afirmando que os índios teriam sido ajudados pelo demônio em pessoa …

As edificações, inclusive muralhas, que levavam em conta a intensa atividade sísmica da região, eram capazes de resistir a violentos tremores de terra. É uma lástima que, ao longo do tempo, boa parte desse extraordinário patrimônio arquitetônico tenha se perdido. Os templos pagãos foram destruídos, palácios foram colocados abaixo para reutilização de suas pedras na construção de igrejas e edifícios da administração colonial. Mas a qualidade das edificações nativas era tal que, em Cusco, principalmente, muitas delas foram parcialmente aproveitadas pelos conquistadores, que preservaram várias das paredes incas.

Como os espanhóis se limitaram a reaproveitar as pedras em suas construções, sem buscar conhecer como os incas conseguiam cortá-las e como os nativos não conheciam a escrita, essa tecnologia se perdeu.

Ainda na Calle Hatum Rumiyoq, esquina com a Calle Herrajes, visitamos o Palácio Arzobispal – Museo de Arte Religioso, construído aproveitando as paredes do palácio do sexto imperador inca, Roca, a casa pertenceu ao Marquês de San Juan de Buenavista. de 2ª feira a sábado, das 8 às 18 horas e domingos, das 10 às 18 horas

Pinturas dos séculos XVI, XVII e XVIII, a maioria delas pintadas pelos indígenas.

Visitamos todas as salas, olhamos todos os quadros e ao final nos dirigimos à recepção em busca de informações sobre um dos primeiros quadros, no caso de Nossa Senhora de Belém. Chamaram, então, um funcionário, Jorge, que de forma espontânea e de extrema gentileza rodou conosco todo o museu, revelando-nos os principais quadros e suas histórias e curiosidades, enriquecendo enormemente a visita. Saímos do Palácio Arzobispal totalmente encantados e agradecidos ao Jorge.

Nossa Senhora de Belém é patrona de Cusco.

Segundo Jorge, uma característica das pinturas cusquenhas é a junção religiosa e andina. Um bom exemplo é o quadro da Pachamama, a mãe terra, que como as montanhas tem forma triangular. Em outro quadro, o Menino Jesus é retratado enrolado como uma múmia, uma prática ainda atual e que ajudaria que a criança crescesse forte. Outras características dos quadros cusquenhos são as bochechas vermelhas do frio e anjos com asas coloridas, além da fauna e da flora sempre presentes. Uma série de quadros relaciona os signos e as parábolas de Jesus, tendo ficado faltando dois dos signos por falecimento do autor.

Comentário:  Esta foi uma viagem mágica, que nos impressionou profundamente, despertando em nós o desejo de conhecer um pouco mais da cultura inca, um povo que deixou inúmeros registros de uma inteligência, sabedoria, conhecimentos muito avançados para a época, surpreendendo-nos. Outro aspecto que nos atraiu imensamente foram as pinturas cusquenhas, lindas, ricas de significados, capazes de contar uma história, retratar uma situação, com suas características, seus elementos. Contudo, sentimos muito o fato de que na grande maioria dos lugares visitados, como foi o caso do Palácio Arzobispal, as pinturas não sejam acompanhadas de uma descrição daquilo que retratam, dos ricos detalhes que ostentam. Tentamos encontrar algum livro sobre pintura cusquenha, sobre algumas das pinturas que vimos nos locais visitados, mas não conseguimos. Razão que nos levou a sugerir, via e-mail, à Promperú, que invistam nestas informações, já que enriquecem sobremaneira a visitação. iperu@promperu.gob.pe

Na sequência, pela Calle Triunfo, chegamos a Plaza de Armas, rodeada de construções coloniais, com balcões formando uma passagem coberta sobre as calçadas. Nos tempos dos incas foi chamada ‘Huacaypata’, ou ‘Aucaypata’, palavra quéchua que significa lugar de pranto ou encontro, importante lugar cerimonial no qual se celebrava a cada ano o ‘Inti Raymi’ ou Festa do Sol, que coincide com o solstício de inverno (24/06). Atualmente, a festa tem início no ‘Qoricancha’ e culmina na esplanada de Sacsayhuaman, onde se encena o cerimonial.

Duas bandeiras tremulam na praça, a vermelha e branca do Peru e outra com as cores do arco-íris, que seria o estandarte do antigo Império Inca, ‘Tahuantinsuyo’, representando as quatro partes do Império Inca.

Nesta praça, o Tranvía, um bonde turístico sem cabos, faz um passeio de 1h30′ pela cidade.

Em torno da praça e nas ruas vizinhas estão os principais restaurantes. Na Calle Procuradores, conhecida como ‘Beco dos Gringos’, em razão das agências de viagens, casas de câmbio, barzinhos e cafés.

Aproveitando nossa localização, optamos por uma paradinha para o almoço e o local escolhido foi o El Paititi, cozinha regional cusquenha. Dentro, muros originais da nobreza inca, parte do antigo palácio de las virgens do sol. Portal Carrizos, 340 www.restaurantpaititi.com

Uma vez na Plaza de Armas, visitamos a Basílica Catedral, construção que teve início em 1559, sobre o antigo palácio do oitavo inca, Apu Ila Tikse Wiracocha, obra interrompida em 1564, por falta de recursos, depois tocada lentamente, até ser concluída em 1669.

Há duas capelas auxiliares uma de cada lado: à direita fica ‘El Triunfo’ (1536), a primeira igreja espanhola de Cusco, construída sobre o principal arsenal inca, simbolizando a vitória da Espanha sobre os nativos. À esquerda, a capela do século XVIII, de Jesus, Maria e José (1733).

Em 1978, o rei espanhol Juan Carlos devolveu ao Peru os restos mortais do famoso cronista inca Garcilaso de la Vega, que nasceu em Cusco em 1539 e morreu em Córdoba, Espanha, em 1616 e que está na cripta na capela El Triunfo.

Diz a lenda que em uma das torres há um príncipe inca preso e que assim que ela cair, ele surgirá para reivindicar seu direito hereditário.

Rico interior, decorado com pinturas religiosas, mais de 400 pinturas da Escola de Cusco, os famosos ‘cusquenhos’.

A Escuela Cusqueña ou Escola de Cusco surgiu do desejo dos conquistadores espanhóis de converter o povo local ao catolicismo. Como os incas desconheciam o idioma espanhol, a solução foi ilustrar os sermões através de pinturas com representações que fundiam típicas imagens cristãs com cenas peruanas.

Na Catedral, o quadro da última ceia, por Marcos Zapata, tem toque andino: Cristo e seus discípulos comem porquinho-da-índia e tomam chicha em taças incas.

Procure também a enorme e belíssima pintura mais antiga de Cusco, que mostra a cidade inteira durante o grande terremoto de 1650. Os habitantes podem ser vistos na praça, com crucifixo, rezando pelo fim do cataclismo. Este crucifixo, chamado ‘El Señor de los Temblores’ (O Senhor dos Terremotos), fica na capela à direita da porta que leva para El Triunfo.

Toda 2ª feira santa, o Señor é levado pelas ruas em procissão, como faziam com as múmias dos chefes, sacerdotes e governantes incas, enquanto os devotos jogam sobre ele flores de ‘ñucchu’, que lembram gotas de sangue e representam as feridas da crucificação.

Na sacristia uma belíssima coleção de quadros dos bispos de Cusco, corpo inteiro, com seus respectivos brasões.

O altar principal, feito de prata boliviana, pesa mais de 400 kg e foi produzido entre 1792 e 1803 pelo prateiro Pinelo. O altar original, de madeira, está atrás deste.

de 2a feira a sábado, das 10 às 18 horas e domingo, das 14 às 18 horas

Ainda na Plaza de Armas, o “Templo de la Compañia de Jesus: Donde el cielo y la tierra se hicieron Arte”, foi nossa visita seguinte. S/. 20,00 ingresso por pessoa + S/.20,00 guia para acompanhar a visita (opcional)

Erguido pelos jesuítas a partir de 1571, no local onde ficava o ‘Palácio Amarucancha’, palácio do décimo primeiro inca ‘Huayna Cápac’.

A ordem dos jesuítas foi a última a chegar a Cusco, após as ordens dos dominicanos, franciscanos e mercedários. Os agostinianos chegaram em 1553 e os padres da Companhia de Jesus em 1570. 

Em 1650, a igreja foi seriamente abalada por um terremoto, tendo sua reconstrução levado 17 anos.

Duas grandes telas próximas à porta principal, ricas em detalhes, retratam casamentos nos primórdios de Cusco.

de 2a feira à sábado, das 9 às 11:30 horas e das 13 às 17:30 horas e domingo, das 9 às 10:45 horas e das 13 às 17:30 horas

Interessante observar o constante uso de espelhos na decoração das igrejas e outros ambientes, algo que não havíamos visto em nenhum outro lugar.

As cruzes, sempre de pedra, externas às igrejas, eram uma característica comum às ordens religiosas, como que apresentando o novo Deus da nova religião ao povo inca.

Fim de tarde, retornamos ao hotel onde nos aguardava o ‘chá de coca’ e a ‘Andean Monastery Massage’, usando produtos locais orgânicos.

> 09/09/2014 – 3ª feira

Para este dia programamos o Tour Valle Sagrado de los Inkas, contratado no Brasil junto ao próprio hotel.

Assim, às 9 horas, nos aguardavam a recepção o motorista Daniel e a guia Beatriz Liliana Rodríguez Segura.

Nosso roteiro:

> Awana Kancha, 23 km ao norte de Cusco

> Pisac, 33 km ao norte de Cusco

> Ollantaytambo, 97 km a noroeste de Cusco

No km 23 da estrada entre Cusco e Pisac, Awana Kancha – Palácio Têxtil, em um espaço arqueológico que foi área de cultivo inca e onde é possível ver artesãos de diferentes comunidades andinas executando as diversas fases da tecelagem de lãs de camelídeos e tirar fotos de lhamas, alpacas e vicunhas. No local há uma loja com grande variedade de artesanato. www.awanakancha.com diariamente das 8 às 17:45 horas

Nos deslocamentos, observamos muitas construções de adobe, uma mistura de terra, água e palha.

O nome Pisaq tem origem em pisaqa, um galináceo parecido com a perdiz, que abundava na região. A pronuncia em quéchua P’isaq se espanholizou Pisac,  movimentada aldeia colonial, aos pés de uma espetacular fortaleza inca, construída no pico de uma montanha.

Acredita-se ter sido o centro de maior produção de alimentos pela quantidade de terraças encontradas. Neste complexo arqueológico, o destaque é um curioso cemitério, um dos maiores do Peru pré-hispânico. No lugar de enterrar os mortos, os incas os colocavam em nichos feitos em paredões rochosos, mumificados e em posição fetal. A maioria destes nichos foi saqueada, estando interditados.

O elemento central do sítio é o Templo del Sol, um observatório astronômico. Outros destaques são o Templo de la Luna, complexo de termas cerimoniais e o Intihuatana, relógio de sol, que traça os movimentos do sol.

às 3as 5as feiras e domingos funciona um famoso mercado de artesanato.

Almoçamos numa bela fazenda, Huayoccari Hacienda Restaurant, Carretera Cusco-Urubamba km 64. Além de um cenário agradabilíssimo, uma comida saborosíssima, nos oferece a oportunidade de visitar um museu particular com peças anteriores ao século XVII. Aí encontramos um quadro da Virgem do Leite, uma imagem pouco comum, que vimos pela primeira vez na cidade do Porto-Portugal. Do almoço guardamos o sabor de nossas sobremesas: eu, uma mousse de ‘lucuma’, fruta originária dos vales andinos do Peru e meu marido, um cheese cake de ‘sauco’. Além da oportunidade de experimentar o drink do Peru, uma espécie de caipirinha nossa, muito gostoso.

Seguimos rumo a Ollantaytambo, e confesso nunca havia visto montanhas mais exuberantes, parecem estar em movimento com suas formas onduladas e seus sombreados.

30% das terras peruanas são serras, 50% selva amazônica, 6% deserto e só 8% agricultável, assim as terraças garantem o máximo aproveitamento do solo.

Ollantaytambo é uma cidade inca viva, habitada desde o século XIII, onde os moradores se empenham em manter antigas tradições, melhor exemplo do planejamento urbano inca. O nome faz referência ao General Inca Ollanta, que se apaixonou pela filha do nono governante e, forçado a fugir da cidade, só viria a se unir a ela após a morte do pai dela, Pachacútec.

Originalmente chamada Qosqo Ayllu, aí fica a fortaleza Araqama Ayllu, que abrange o Templo do Sol, o Salão Real ou Mañacaray, as Termas da Princesa ou Baños de la Princesa e o Intihuatana, usado para traçar a trajetória do sol. De grande importância na história peruana por ter aí ocorrido a maior vitória inca sobre os espanhóis, que a reconquistariam em 1537. Retornamos ao hotel onde nos esperava o chá de coca e nosso quarto preparado para o ‘Queros Bath’, um banho relaxante, segundo as tradições incas, incluindo sais de banho anti-stress, folhas de coca, velas perfumadas, drinks e canapés.

> 10/09/2014 – 4ª feira

Mais um dia em Cusco

Retornamos ao Bairro San Blas, à Calle Carmem Alto, 133 para visitar o Museo Galeria Mérida. Belos trabalhos, herança de Edilberto Mérida, apontado ‘Patrimônio Cultural Vivo da Nação Peruana’ e ‘Grande Mestre do Artesanato Peruano’, que em 2007 recebeu a ‘Ordem do Sol do Peru’.

A filha, Maria Antonieta Mérida, deu continuidade a esse trabalho, que me deixou verdadeiramente encantada com a força das expressões do corpo inteiro.

Este notável ceramista de Cusco nasceu em 1927 no Bairro de San Cristóbal, próximo a San Blas. Começou como escultor de madeira até que descobriu casualmente o material que lhe permitiria as possibilidades expressivas que alcançou. Sua referência principal é a andina, embora desenvolva temas como a devoção cristã.

Filha de Edilberto Mérida, também nascida em Cusco, em 1957 e desde a mais tenra idade aprendeu a técnica de seu pai. www.artemerida.com

Ainda em San Blas, fomos conhecer o Ateliê e Museo Mendivil, Plaza San Blas, 634, um trabalho desenvolvido em família, famoso pelas figuras religiosas com longos pescoços. Juana Mendivil Dueñas de Olarte utiliza como material tela de algodão com cola de carpinteiro; massa especial feita com farinha de batata, arroz e trigo e armação de madeira para os corpos e gesso. As peças são cuidadosamente pintadas com corantes naturais, óleos e combinações de esmaltes, recobertas com lâminas de ouro, prata e policromados, secas ao sol. Filha dos destacados prêmios nacionais de artesanatos, Don Hilario Mendivil  & Georgina Dueñas de Mendivil, Juana trabalha com seu marido, Danton Olarte Pérez, artesão e pintor e seus dois filhos: Ronald Danton e Brigitte. www.artemendivil.org

‘El Perú se caracteriza por la riqueza de sus artesanías’.

Descemos do bairro de San Blas até a esquina da Calle Hatun Rumivoc, seguindo pela Calle Triunfo, passando pela Plaza de Armas para percorrer a Avenida El Sol até a Igreja e Convento de Santo Domingo Qoricancha.

Construídos no local do mais espetacular templo inca, o ‘Qoricancha’, ‘Templo Dourado’, dedicado ao culto de ‘Inti’, o ‘Deus-Sol’.

A construção data de meados do século XV, durante o reinado do décimo inca, Túpac Yupanqui, e é particularmente interessante poder observar as paredes originais incas, aproveitadas na construção.

Depois da conquista espanhola, Francisco Pizarro doou-o para o irmão, que, contudo, morreu na batalha de Sacsayhuamán, em 1536. Em seu testamento deixou-o para os dominicanos, que o mantém desde então.

Curioso ainda observar que com o terremoto de 1650 a construção dos espanhóis desabou quase inteiramente, enquanto os muros incas mantiveram-se em pé.

Na igreja, as pinturas são um destaque a parte, bem diferentes do que nos acostumamos ver, porém, não há informações sobre as mesmas, o que nos deixou com sede de ter um melhor entendimento.

Conta-se que os muros do ‘Qoricancha’ eram recobertos de ouro e prata, com figuras de deuses guardando o templo; em seu interior, valioso tesouro, que teria aguçado a cobiça dos espanhóis que derreteram tudo, transformando peças de arte em lingotes.

Na visita ao Convento, fomos acompanhados pela guia Felicitas, o que fez toda a diferença. Entrando no Convento percorremos o templo dedicado ao Arco-Iris; o templo aberto dedicado à Água; o templo dedicado aos Raios e Trovões, anunciadores da chuva.

Uma maquete permite ter uma ideia desta construção que reúne a igreja e o convento. Pinturas ao redor do claustro colonial retratam a vida de São Domingos, com várias representações de cães trazendo tochas na boca, os cães de guarda de Deus.

No centro do claustro uma fonte inca que acredita-se fosse revestida de ouro, conhecida como ‘fonte viageira’ por ter sido vendida e levada de Cusco a Arequipa, depois de Arequipa a Lima, por fim retornando a Cusco.

Continuando, percorremos o templo dedicado á Lua (Killa), esposa do Sol (Inti), diz-se que era forrado de prata. Numa das paredes ficariam as múmias das esposas dos incas das mais antigas para as mais novas.

Ao lado, o templo do Sol (Inti), forrado de ouro e onde ficariam as múmias dos incas.

Seguindo, o templo dedicado às Estrelas (Ch’aska), filhas da Lua (Killa).

E, então, a porta sagrada que levava ao jardim sagrado.

Pensar que 70% do Palácio Qoricancha foi destruído pelos espanhóis, ou seja, visitamos os 30% restantes.

S/. 30,00 – ingressos Qoricancha + Santa Catalina e S/. 30,00 – custo da guia (valeu cada soles)

Depois de uma volta pelo jardim sagrado, retornamos à Avenida El Sol para visitar o Museo de Sítio del Qoricancha, sob o jardim, um pequeno museu arqueológico subterrâneo.

Voltamos a Plaza de Armas pela própria Avenida El Sol, onde fizemos um pit stop para almoçar no Inka Grill, Plaza Portal de Panes, 115, onde comemos um nhoque aos quatro queijo dos deuses.

Atravessamos a Plaza de Armas e entramos na Calle Santa Catalina Angosta. Nesta Calle vale conhecer a Perú Gifts – Jewelry, Alpaca e Handcraft.

Monastério de Santa Catalina de Sena, fundado em 1601, no local onde ficava o ‘Acllahuasi’ e onde habitavam cerca de 3 mil meninas e mulheres quando os espanhóis chegaram a Cusco.

Existiam três monastérios de vida contemplativa: Santa Clara de Assis, primeiro monastério de clausura de Sudamérica, em 1540; de Santa Catalina de Siena, fundado em 1605 e de San José de las Hijas de Santa Teresa de Jesus, em 1673.

O Monastério de Santa Catalina de Siena foi destruído pelo terremoto de 1650, reconstruído, ganhando uma igreja anexa, concluída em 1669.

Convertido em museu de arte sacra, o mosteiro é uma atração pela reprodução dos ambientes à época, com sala de trabalho, estúdio, sala capitular, velatório, refeitório, noviciado, com freiras em tamanho natural nas diversas atividades/situações dos diferentes ambientes. 

A fundadora do Monastério, a viúva dona Lucía de Padilla, oriunda da Espanha, chegou a Cusco em 1605 e deu começo ao Monastério de los Remédios, nome original do Monastério de Santa Catalina.

Entre as primeiras monjas estavam dona Isabel de Padilla filha de dona Lucia e várias outras mulheres da família Padilla. No Convento ainda vivem hoje freiras contemplativas.

Este foi o único lugar que visitamos e que oferecia boa opção de postais, já que não se permite em nenhum deles fotografar, nem mesmo sem flash.

de 2ª feira a domingo, das 7 às 18 horas

> 11/09/2014 – 5ª feira

Às 7:30 horas já estávamos no lobby do hotel para encontrar Carlos Terraza, que nos levou à Estação de Trem de Poroy, com destino à Águas Calientes, num percurso de 3h30m, em ferrocarril PeruRail, no Vistadome 203.

São 92 km, em 3h30m, à 26 km/h, chegando a Machu Picchu às 12:11 horas.

O trem tem aquecimento, portanto, não se agasalhe muito. Além disto é muito confortável e conta com uma equipe muito gentil, em particular Claudia.

As passagens foram compradas pelo site www.perurail.com

Neste percurso, uma única parada, em Ollantaytambo, onde tem início a trilha inca que leva até Machu Picchu em 4 dias de caminhada. Dizem que a prova de fogo é o segundo dia, o mais difícil deles.

A única maneira de se chegar a Águas Calientes é de trem.

Águas Calientes é um vilarejo também conhecido por Machu Picchu Pueblo, espremido entre a montanha, o rio Urubamba e a via férrea.

Neste vilarejo fica a estação de trem mais próxima de Machu Picchu.

Como sugere o nome, Águas Calientes é conhecida por suas fontes e banhos termais, a uns 700 m da aldeia, com suas águas mornas e de cheiro esquisito por serem sulfurosas.

Aí se encontram boutiques e restaurantes.

No Hotel Sumaq se acomodou em 2013 o elenco da novela ‘Amor a Vida’, da Rede Globo. www.machupicchuhotels-sumaq.com

Entre Águas Calientes e as ruínas incas, onde se encontra o ‘Hotel Belmond Machu Picchu Sanctuary Lodge’, existe um serviço de autocar regular, que faz o percurso em cerca de 30 minutos (10 km), serviço prestado pela empresa estatal Consettur. www.consettur.com

Descendo na estação de trem deve-se seguir em frente e à sua esquerda, do outro lado da rua, a estação de ônibus.

Nós, ao descermos na estação de trem, fomos recepcionados por um representante do Sanctuary Lodge, que nos acompanhou, nos ajudando com a bagagem, nos instruindo para compra das passagens para Machu Picchu. US$ 10,00 (passagem de ida por pessoa).

Os ônibus saem das 5:30 às 15:30 horas e retornam das 6 às 17:30 horas, com saída a cada 20 minutos. Em Machu Picchu, os ônibus param entre o hotel e a cidadela. 

Belmond Machu Picchu Sanctuary Lodge*****, Carretera  Hiram Bingham km 7,5, onde ficamos de 11 a 13/09/2014.

Nossa avaliação para o hotel: “O hotel te uma localização espetacular, perfeita, razão pela qual muito provavelmente me hospedaria nele novamente se viesse a retornar a Machu Picchu. Tem ambiente agradável, é confortável, oferece uma vista deslumbrante da varanda do quarto diretamente para um jardim interno e para as montanhas, que são indescritíveis. Cecília foi a pessoa que se destacou, nos apresentando o hotel, realizando conosco um tour pelo orquidário do hotel e em vários outros momentos, sempre gentil e solícita. Como chegamos ao hotel dia 11/09 para o almoço e saímos dia 13/09 por volta das 11 horas, sentimos falta de uma programação noturna, que poderia partir das ideias já existentes, que teriam que ser melhor desenvolvidas, com o objetivo de oferecer maior entretenimento aos hóspedes à noite. Há um gruo que se apresenta durante o jantar, mas tocam apenas 4 ou 5 músicas, porque estão ali com o propósito de vender seus CD’s e não de fazer um show. Há um filme sobre Machu Picchu, mas com duração de 15 minutos, se tanto. Há uma preparação do pisco, tudo muito rápido. A opção do telescópio, quando vimos na segunda noite, já estava sendo desmontado.”

Único hotel localizado dentro do Santuário do Sítio Arqueológico, Patrimônio Mundial pela UNESCO. Antigo alojamento de cientistas, seus jardins oferecem vistas espetaculares das montanhas. www.sanctuarylodgehotel.com.pe

Após chegarmos e antes mesmo de nos instalarmos,  almoçamos no Restaurante Tampu. Há também o Restaurante Bufé Tinkuy e o Bar Tampu. Fomos recepcionados por Cecília, com quem fizemos um tour pela área externa e seu orquidário, visitado por pássaros exóticos. São mais de 500 espécies de orquídeas em Machu Picchu.

Poema Las Orquídeas, de José Santos Chocano, poeta peruano (1875-1934), conhecido como o ‘cantor da América’:

“Anforas de cristal, airosas galas de enigmáticas formas sorprendentes, diademas propias de apolíneas frentes, adornos dignos de fastuosas salas.

En los nudos de um tronco hacen escalas; y ensortijan sus tallos de serpientes, hasta quedar en la altitud pendientes, a manera de pájaros sin alas.

Tristes como cabezas pensativas, brotan ellas, sin torpes ligaduras de tirana raíz, libres y altivas; porque también, con lo mezquino en guerra, quieren vivir, como las almas puras, sin un solo contacto com la tierra.”

Após nos instalarmos e curtir a área externa de nosso quarto, ao final da tarde, no Bar Tampu, ouvimos e vimos a preparação do ‘pisco’ pelo barman e depois saboreamos este drink que lembra a nossa caipirinha.

Em seguida no Restaurante Bufé Tinkuy, um rápido slide show sobre Machu Picchu e seu sofisticado sistema de drenagem.

> 12/09/2014 – 6ª feira

Acordamos na expectativa de subir a Apu Machu Picchu, que embora menos badalada turisticamente, é o ponto mais alto, estando a 3.100 m, permitindo ver algumas geleiras, numa subida bem menos vertical do que a Huayna Picchu, o que não foi possível porque amanheceu muito nublado e chovendo.

Existem três possibilidades:

> ir apenas à cidadela de Machu Picchu à 2.400 m – S/. 126,00 por pessoa, por dia + 10% de taxa de serviço

> ir à cidadela de Machu Picchu + à Apu Machu Picchu – S/. 140,00 por pessoa, por dia + 10% de taxa de serviço (das 7 às 11 horas)

> ir à cidadela de Machu Picchu + à Huayna Picchu + ao Templo da Lua, à 2.800 m – S/. 150,00 por pessoa, por dia + 10% de taxa de serviço, sendo dois os horários de saída: às 7 e às 10 horas, mais explorada turisticamente, apesar de uma subida bem mais vertical.

Não é possível ir aos três pontos num mesmo dia, deste modo, tendo em vista o menor esforço físico e a conselho do Travel Concierge do hotel, Marcos Yañac, optamos pela ida á cidadela de Machu Picchu + à Apu Machu Picchu.

Os bilhetes podem ser comprados pelo site: www.machupicchu.gob.pe

Dentro da área arqueológica, não há sanitários, nem lanchonetes, só na entrada.

Machu Picchu é visitada por 4.000 a 4.500 pessoas por dia, sendo que aos domingos este número pode chegar a até 7 mil pessoas porque a visitação é franqueada aos cusquenhos.

‘Machu Picchu La ciudade entre las nubes’.

A cidadela inca foi eleita como o monumento mais popular do mundo pelo portal de viagens Trip Advisor e como destino mais desejado do mundo segundo o portal de hospedagens hostelworld.com.

“Ministra Magali Silva celebra elección de Machu Picchu como destino favorito y reafirma su compromiso a seguir trabajando por un turismo sostenible. Portal de  viajes Trip Advisor eligió a la ciudadela inca como el monumento más popular del mundo, tras analizar opiniones de viajeros durante un año. Lima, 17 de junio de 2014 – La ministra de Comercio Exterior y Turismo (MINCETUR) y presidenta del Consejo Directivo de la Comisión de Promoción del Perú para la Exportación y el Turismo, PROMPERÚ, Magali Silva Velarde-Álvarez, felicitó la elección de la ciudadela de Machu Picchu como el monumento más popular según el portal de viajes Trip Advisor, portal web líder en el rubro de viajes. ‘El Perú y Machu Picchu están en la mente del consumidor final gracias a las constantes acciones de promoción que venimos realizando en todo el mundo desde el MINCETUR y PROMPERÚ. Este reconocimiento nos compromete a seguir trabajando desde el sector público y privado de manera conjunta para fomentar un crecimiento del turismo sostenible en el lugar’, dijo la ministra Silva. El portal Trip Advisor se basó en los millones de opiniones que los usuarios dejan en la página, y el ganador se determinó- según se informó en un comunicado – gracias a un algoritmo que considera la calidad y cantidad de comentarios sobre cada lugar durante 12 meses, añadió. De esta forma, el santuario inca quedó primero entre 25 atracciones turísticas, tales como el Taj Mahal (Ìndia), Petra (Jordania), Angkor Wat (Vietnam), la Basílica de San Pedro (Vaticano), la Gran Muralla (China), el Cristo Redentor (Brasil), el Memorial de Lincoln (EE.UU.) o la mezquita-catedral de Córdoba (España). La ministra Magali Silva señaló que Machu Picchu recibió 1.177.308 turistas nacionales e internacionales em el 2013 y destacó que la ciudadela haya sido reconocida recientemente como el destino más deseado del mundo por los viajeros, según el portal de hospedajes hostelworld.com, empresa líder en alojamiento económico. Asimismo, la ministra Silva recordó que actualmente se viene difundiendo la campaña ‘Perú: Imperdio de Tesoros Escondidos’ con el fin de hacer conocer nuestro país en el extranjero, y se promueve el portal de viajes www.ytuqueplanes.com entre los residentes en el Perú para incentivar la cultura de viaje entre los peruanos y el uso de empresas formales prestadoras de servicios turísticos. Este sitio web presenta paquetes a precios competitivos y actualmente viene promocionando el Inti Raymi em Cusco y las festividades de San Juan en la Amazonía, que se celebran el 24 de junio.” (Promperú)

Machu Picchu em quéchua, ‘Montanha Velha’, também chamada ‘Cidade Perdida dos Incas’, é uma das novas sete maravilhas do mundo, localizada sobre uma montanha de granito, abrigando impressionantes construções erguidas com pesados blocos de rocha.

Declarada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela UNESCO, está a 92 km de Cusco e a 2.500 m acima do nível do mar.

O ideal é planejar a viagem para abril, maio, junho, setembro e outubro, já que nos demais meses chove ou tem turista demais.

Muitas são as lendas em torno da ‘Velha’ e da ‘Nova’ Montanha, incluindo versões de ficção científica com alienígenas para explicar as construções pré-colombianas. A aura de mistério em torno de Machu Picchu fica ainda maior com a dificuldade de acesso ao sítio arqueológico ou ao cume de Huayna Picchu.

Para a Nova Montanha (Huayna Picchu) a caminhada, com alguns momentos de quase escalada, dura cerca de 3 horas (ida e volta) e exige algum preparo físico.

Desde a época da conquista do império inca, os espanhóis escutaram falar de uma cidade perdida entre as montanhas, mas nunca conseguiram localizá-la.

Situada no alto de um pico, a 2.500 m acima do nível do mar, Machu Picchu é invisível do vale.

Vestígios demonstram que Machu Picchu foi habitada até 1540, portanto, após a chegada dos espanhóis, depois, foi simplesmente abandonada, não se sabe exatamente porque.

Uma hipótese é que os incas de Machu Picchu tenham entrado em contato com os espanhóis, provavelmente na defesa de Cusco e teriam adquirido varíola. Retornando a Machu Picchu teriam disseminado a doença, desconhecida dos incas, provocando muitas mortes e a fuga daqueles que acreditaram que permanecendo em Machu Picchu estariam igualmente fadados á morte.

Machu Picchu foi encontrada por uma expedição do arqueólogo norte-americano Hiram Bingham, em 1911, e teria inspirado o personagem de Indiana Jones.

Na verdade, o conjunto arqueológico pertencia a uma fazenda, cujos proprietários já sabiam da existência das ruínas visitadas pelo peruano Enrique Palma 9 anos antes, em 1902.

A grande importância da descoberta de Machu Picchu é o fato de ter sido encontrada praticamente intacta, fornecendo valiosos dados sobre a cultura inca, uma vez que todas as demais cidades foram destruídas ou muito modificadas pelos espanhóis. As ruínas mostram um pouco da vida dos incas e de sua arquitetura e agricultura sofisticadas.

Às 14 horas, com a excelente guia Nádia Magali, visitamos a cidadela de Machu Picchu. A visita guiada é fundamental para entender como era a vida originalmente naquele grandioso espaço. US$ 100,00 – guia

Na entrada da cidadela, há uma mesa onde fica um carimbo de Machu Picchu e cada um pode carimbar seu passaporte, registrando assim sua passagem por Machu Picchu. Nós carimbamos os nossos, carimbe o seu também !

Logo após ingressar no sítio, é possível subir até o mirante, tomando a trilha à esquerda. A subida leva uns dez minutos, é um pouco puxada, mas extremamente compensadora pela vista, que permite a noção do gigantesco tamanho da cidadela e de sua beleza.

Acessando a cidadela, à direita, está um imenso gramado, a Praça Sagrada, usada para os ritos cerimoniais. A cidadela é composta pelo Setor Urbano, onde ficavam o Templo das Três Janelas, a Casa do Alto Sacerdote e o Templo do Sol, na verdade um observatório, residências de pessoas importantes e outros edifícios e o Setor Agrícola, formado basicamente por terraças de plantio, com muros de arrimo de pedra e um engenhoso sistema de irrigação, que de longe parecem grandes escadarias.

O Templo do Sol é a única construção redonda de Machu Picchu, com duas janelas alinhadas com os pontos onde o sol nasce nos dois solstícios*, do verão e do inverno.

* solstícios – astronomia, momento em que o Sol alcança, no movimento anual aparente, qualquer dos dois pontos da eclíptica mais afastados do equador celeste (ponto solsticial de junho e ponto solsticial de dezembro) e onde parece estacionar alguns dias.

Um muro divide a área agrícola da zona urbana, onde também se encontra um fosso, utilizado para drenagem da água da cidade.

‘Intihuantana’, pedra que servia como indicador preciso dos dois solstícios, informação usada pelos incas para planejar os ciclos agrícolas.

O solstício de junho (inverno) constituía o principal dia do ano, é quando o sol projeta a maior sombra do pilar. Neste momento, os incas diziam que o astro ficava preso na rocha, dai advindo seu nome, que significa ‘poste de amarrar o sol’. Nesta época os incas faziam cerimônias ‘amarrando o sol’ para deter seu movimento em direção ao norte. Desta data em diante, os dias ficavam mais longos, com mais horas de luz e mais tempo para cultivar a terra e produzir alimentos.

A ‘Pedra Sagrada’ fica aos pés do Huayna Picchu (Montanha Nova), um pico acessível por um caminho um tanto difícil, que exige esforço físico e toma uma hora. Do alto se tem uma vista privilegiada de Machu Picchu. No caminho, o Templo da Lua.

Olhando para Machu Picchu ficam algumas perguntas:

O que foi exatamente Machu Picchu ?

Porque teria sido abandonada ?

> 13/09/2014 – sábado

Depois da experiência de ter estado em Machu Picchu, INESQUECÍVEL, é hora de retornar a Cusco.

Em frente ao hotel compramos nossas passagens e tomamos o ônibus que nos levaria de volta a Aguas Calientes ou Machu Picchu Pueblo.

Chegando ao Poblado de Machu Picchu descemos na Avenida Hermanos Ayar, acessando a Calle Antisuyo, para na Plaza Manco Cápac visitar a Iglesia Virgen del Carmen.

Estivemos no posto da iperú Información y Asistencia al Turista para buscar o nome da igreja que acabáramos de visitar.

Seguindo pela Avenida Pachacutec e atravessando a Cápac Yupanqui, visitamos o Mercado de Artesanías.

Almoçamos no Hot Springs, na Avenida Imperio de Los Incas.

Após almoçarmos, subimos pela Contisuyo e retornamos à Plaza Manco Capác, onde acontecia uma exposição sobre Machu Picchu.

curiosidade: ao pegarmos o ônibus em Aguas Calientes para Machu Picchu nos sentamos no banco atrás de um casal que se hospedaria no mesmo hotel. Embora seja o único hotel dentro do Santuário de Machu Picchu, a grande maioria retorna a Aguas Calientes após a visita à cidadela. Ficaram hospedados o mesmo número de dias que nós. Fechamos nossas contas ao mesmo tempo, pegamos o mesmo ônibus de volta a Aguas Calientes, o mesmo trem para Cusco e pasmem nossos lugares eram juntos 45, 46, 47 e 48, vagão A. Voltaríamos ainda a nos encontrar no aeroporto de Cusco com destino a Lima e também no aeroporto de Lima, nós com destino ao Brasil e eles com destino à Espanha (Valência).

Estación de Ferrocarril, retornando a Cusco, onde nos esperava o Carlos Terraza para nos conduzir ao hotel.

Retornamos também ao Belmond Hotel Monastério*****.

Saímos para jantar na calle do hotel, no número 135, no Uchu Peruvian Steak House, onde saboreamos um peixe, mahi mahi, cozido à mesa, em pedra vulcânica e servido com molhos deliciosos.

> 14/09/2014 – domingo

Meu marido amanheceu bastante gripado e o hotel  prontamente chamou um médico que se mostrou bastante eficiente e nos permitiu dar sequência na nossa programação sem qualquer outra intercorrência. (Dr. Jorge Luis Ramos Gonzales, atención especial en mal de altura e medicina general, Av. Pardo 978, telefones: 9705317 / 9628625 / 9728221). Já medicado, saímos para comprar os demais remédios receitados.

Mais um dia em Cusco

Em Cusco, existem belos trabalhos artesanais, como os da Woodflair Company, do artista John Barrow, que esculpe em madeira belíssimas figuras do folclore peruano. Cada peça é trabalhada individualmente com madeira da serra e selva peruana. O colorido das peças reflete a vida e a tradição do Peru. São personagens típicos e situações do dia-a-dia como as mulheres tecendo, bailarinos, meninos da serra e animais típicos como as lhamas e vicunhas. Calle Mantas, 118, em frente à Avenida El Sol.

Continuando pela Calle Mantas, no nº 121, a Igreja e Convento La Merced, fundados em 1536, dos mais antigos da cidade, também abalados pelo terremoto de 1650, tendo de passar por reformas. Em uma das salas destinadas à exposição de peças de arte, do lado esquerdo de quem entra, há uma pequena e curiosa escultura do Cristo com a Virgem, ambos com traços fisionômicos e trajes índios: uma espécie de Pietà Inca. Curiosidade: a imagem do  Niño Doctorcito. de 2ª feira à sábado, das 8 às 12:30 horas e das 14 às 17 horas

A Catedral e o Templo de La Merced foram elevados à condição de Basílica Menor, respectivamente em 1928 e 1941.

Oración al Niño Jesus, Doctor de los enfermos

Oh Jesus, que al hacerte hombre quisiste sufrir y morir por los hombres y alcanzaste el triunfo sobre el pecado, el dolor y la muerte, acudo a ti lleno de confianza, pidiendo me concedas la salud del alma y del cuerpo, remedia mis males y perdona mis pecados para que con todas mis fuerzas te ame, te sirva y sea útil a mi prójimo; pero si me pides que con la enfermedad comparta tus sufrimientos, haz que la sobreleve con paciencia, resignación y alegría y ofrezca mis dolores para purificar mi alma y remédio de todas las necessidades del mundo. Así sea.

Seguimos pela Calle Marquéz até o Arco Santa Clara, antes à direita, Iglesia San Francisco, Plaza San Francisco, data dos séculos XVI e XVII, uma das poucas que não precisou ser completamente reconstruída depois do terremoto de 1650. de 2a feira à sábado, das 6:30 às 8 horas e das 17:30 às 20 horas e domingo, das 6:30 às 12 horas e das 18:30 às 20 horas Curiosidade: imagem da Virgen Niña Maria.

No museu ao lado, a maior pintura da América do Sul, com 9 m x 12 m, que retrata a árvore genealógica de São Francisco de Assis, o fundador da ordem. Há, ainda, duas criptas não totalmente subterrâneas, onde ossos humanos lembram a natureza transitória da vida. de 2a a 6a feira, das 9 às 12 horas e das 15 às 17 oras e sábados, das 9 às 12 horas.

Mais uma vez almoçamos no Inca Grill para repetir o delicioso nhoque aos quatro queijos.

Retornamos contornando a Plaza San Francisco, pela Calle Meson de la Estrella, Calle Marquéz, Calle Heladeros, chegando a Plaza Regocijo, seguindo pela Calle Medio até a Plaza de Armas.

Após almoçarmos, atravessamos a Plaza de Armas e percorremos a Calle Intikijllu, ao lado da igreja jesuíta de la Compañia, que conserva muros incas, um deles parte do recinto das ‘Virgens do Sol’, ou ‘Ajlla Wasi’, pertencente ao ‘Loreto Boutique Hotel’, Calle Loreto, 115. www.loretoboutiquehotel.com

Uma curiosa instituição inca foi o ‘Acllahuasi’, onde eram educadas as escolhidas, ou ‘acllas’, meninas selecionadas aos 4 anos por seu ‘ayllu’ (comunidade) por serem saudáveis, sem defeitos físicos e bonitas. Aos 14 anos optavam por continuar no ‘Acllahuasi’ ou voltar ao seu ‘ayllu’. Permanecendo no ‘Acllahuasi’, passavam a integrar o grupo de ‘Virgens do Sol’, dedicando suas vidas à religião. Não podiam se casar e deviam se manter castas. O castigo para a perda da virgindade era a morte.

Pela Calle Santa Catalina Angosta, entrando na Santa Catalina Ancha para na esquina com Calle San Agustin um pisco sour no Museo del Pisco. diariamente das 11:30 à 1:00 hora www.museodelpisco.org

“En el principio Dios creó el cio y la tierra. Pero después de tan árduo trabajo, le dio sed. Así que no se le ocurrió nada mejor que inventar la uva y de esta fruta, hacer um fino aguardente. A esse elixir divino y celestial le llamó pisco. Tomó um sorbo y le gustó. Entonces vió que el pisco era bueno. De ahí, feliz, siguió divirtiéndose creando animales, plantas y el resto del mundo.”

El perfecto Pisco Sour, el famoso cóctel que se creó en la década de 1920. A modo de recordatorio, para hacer el suyo necesitara: 3 oz pisco puro (Quebranta) + 1 oz de jugo de limón + 1 oz jarabe de azúcar + 1/3 de la clara de huevo oz + 2 gotas de amargo de Angostura. Vierta el pisco, jugo de limón, jarabe y clara de huevo en una coctelera llena de hielo. Agitar bien, colar en una copa de cóctel helada y añada amargo Angostura al gusto. Haga de esta bebida su favorita para mantener sus recuerdos vivos de Peru. Salud !

Retornando pelas Calles San Agustin, Herajes e Palácio até a Plaza Nazarenas, onde está a Casa Cabrera, de arquitetura urbana, a partir de segmentos de parede inca ainda preservada até balcões republicanos que dão para o pátio interno. Serviu de sede do Convento de Santa Clara até o século XVII, quando foi comprada por Don Jerónimo Luis de Cabrera y la Cerda, cujo escudo nobiliárquico permanece sobre a porta de pedra. O prédio passou por trabalhos de restauração para resgatar suas características arquitetônicas em 1981. Em junho de 2003, passou a abrigar o ‘Museo de Arte Precolombino’.

São onze salas:

> Sala Formativa – 1250 a.C. – 1 d.C.

> Sala Nasca, Costa Sur – Época Auge 1 – 800 d.C.

> Sala Mochica, Costa Norte – Época Auge 1 – 800 d.C.

> Sala Huari, Época Fusional – 800 – 1300 d.C.

> Sala Chancay, Costa Centro e Sala Chimú, Costa Norte – Época Imperial – 1300 – 1532 d.C.

> Sala Inca

> Sala de Madera

> Sala de Joyería em concha y hueso

> Sala de Plata

> Sala de Oro

de 2a feira à domingo, das 9 às 22 horas

www.map.org.pe

O museu conta ainda com:

> Map Café, das 11 às 22 horas

> H.Stern

> La Galeria del Museo – souvenirs, réplicas de las piezas del MAP, librería

> sweaters, abrigos y accesorios em la mejor fibra de vicuña, guanaco, alpaca y llama.

> 15/09/2014 – 2ª feira

Para este dia programamos a ida a Chinchero e Nilda Textile, Maras e Moray Tour, contratado no Brasil junto ao próprio hotel.

Assim, às 9 horas, os aguardavam na recepção o motorista Daniel e a guia Beatriz Liliana Rodríguez Segura.

Nosso roteiro:

> Nilda Textile Center

> Chinchero, 28 km a noroeste de Cusco

> Moray, 50 km de Cusco

> Maras

Percorrer as estradas nos arredores de Cusco permite desfrutar do visual das incontáveis montanhas, que são culturalmente importantes o suficiente para terem e serem conhecidas por seus nomes.

A Cordilheira de Urubamba e seus picos nevados estão a 5.800 m acima do nível do mar.

Nossa primeira parada foi no Centro de Textiles Tradicionales del Cusco – Museo – Galeria – Demonstracion del Tejido, na Away Riqcharicheq – Cusco – Urubamba – Chinchero, que tem por objetivo a continuidade da tradição têxtil, preservando os estilos, técnicas e desenhos tradicionais andinos, que levam consigo elementos que identificam as diferentes comunidades.

‘Tejiendo la Vida’

Atualmente, o centro trabalha com dez comunidades: Accha Alta, Acopia, Chahuaytire, Chumbivilcas, Chinchero, Mahuaypampa, Patabamba, Pitumarca, Sallac y Huacatinco, que tem garantia de locais para vender seus produtos: bolsas, chalinachall, chulo-gorro, mantas, pasadisos corredores, poncho-chalecos, outros produtos, tejidos especiales, accesorios e colchas-frazadas

Há um Centro na Avenida El Sol, 603, de 2ª feira à sábado, das 7:30 às 20:30 horas e domingos, das 8:30 às 20:30 horas, www.textilescusco.org

Uma vez em Chinchero, estivemos no seu templo, que, contudo, não pudemos visitar pois estava acontecendo uma cerimônia.

A Igreja de Chinchero foi construída de adobe, logo acima da praça, sobre alicerces incas. Chinchero, chamada de berço do arco-íris, fica a cerca de 3.772 m acima do nível do mar, de onde vigia o Vale Sagrado.

O povo local, de língua quéchua, preserva os costumes incas, usando trajes tradicionais, plantando nas terraças e dedicando-se à tecelagem.

No mercado de artesanato, ocorrem trocas de produtos agrícolas e artesanais.

Nossa próxima parada, Moray, que à primeira vista, parece um anfiteatro grego, mas, de perto, revela o que pesquisadores creem ter sido uma estação biológica experimental, um laboratório agrícola a céu aberto, usado pelos incas para testar as melhores condições para o cultivo de algumas espécies.

Em Moray há quatro ‘muyus’ (terraços ligeiramente elípticos) sobrepostos, com cada fileira sujeita a uma temperatura distinta, devido a variados níveis de sol, sombra e elevação, exibem traços de cerca de 250 cereais e legumes. INCRÍVEL !!!

Daí, hoje se tem 450 variedades de batata e 50 de milho nas 13 províncias de Cusco.

À 6 km de Moray, as salineiras de Maras remontam a tempos pré-colombianos.

Acredite, Maras está a 1.500 km da costa. A água salgada natural está a 150 m de profundidade e brota do subsolo a uma temperatura de 18 a 20º, muito mais salgada do que a água do próprio mar. São cerca de 1.000 poços de sal.

Compramos o Sal de Maras La Flor de Sal e o Sal Rosado.

Retornando a Cusco e seguindo indicações do Guest Relations, Cristopher Mendoza, fomos a duas livrarias em busca de livros sobre as fantásticas pinturas cusquenhas, infelizmente sem sucesso.

Estivemos na La Casa de Fray Bartolomè Librería, na Calle Tullumayo, 465 e, também, na SBS Librería Internacional, na Avenida El Sol.

Bem próximo a esta segunda livraria, La Valeriana Bake Shop, Avenida El Sol, 576, uma doceria.

De volta ao hotel, ainda prestigiamos o Primer Festival del Tejido Andino, com trabalhos das comunidades de:

> Comunidad de Suisa – Distrito de San Salvador – Provincia de Calca

> Comunidad de Tinke – Distrito de Ocongate – Provincia de Quispicanchi

> Distrito de Yaurisque – Provincia de Paruro

> Comunidad de Chumpe – Distrito de Lamay – Provincia de Calca

Ao chegarmos à nossa suíte, nos esperavam queijos e vinhos, uma cortesia na nossa última noite em Cusco. Mais tarde, ainda saímos para uma pizza no Don Marcelo Restaurante, Portal Belen, 115.

> 16/09/2014 – 3ª feira

Último dia em Cusco

Bem próximo ao hotel, descendo a rua em frente, do outro lado da Plazoleta de las Nazarenas, o Museo de la Casa del Almirante, o Museo Inka, Cuesta del Almirante, 153. 

Trata-se de um museu arqueológico, instalado num casarão do século XVII, que pertenceu ao Almirante Francisco Alderete Maldonado, uma das casas coloniais mais belas de Cusco. Agregado à Universidad Nacional San Antônio del Cusco.

Destaque para as múmias que permitem ver como os corpos eram embalsamados.

A conservação dos corpos era facilitada pelo clima seco dos Andes, o que é mais visível no caso das crianças de famílias nobres que, adornadas com roupas finas e joias, eram sacrificadas aos deuses no alto de montanhas e mumificadas naturalmente.

A mumificação era uma prática característica da época dos incas, que se distinguia por sua perfeição, tanto assim que o indivíduo não perdia nem o cabelo.

A mumificação tinha uma conotação mágico-religiosa porque se pensava que o defunto ia para uma outra vida acompanhado de seus bens, alimentos e tudo que fosse da sua preferência em vida. 

Outra seção extremamente curiosa é a das deformações craneanas, resultantes de diversas técnicas como o uso de cordas ou fitas metálicas desde tenra idade.

As deformações tinham propósitos estéticos ou de identificação étnica ou social, não afetando a capacidade mental. As intervenções cirúrgicas, especialmente de traumatismos craneanos, foram difundidas nos séculos XV e XVI.

Há também uma série de belíssimos quadros. No pátio no térreo são vendidos trabalhos artesanais que vale a pena conferir.

de 2ª a 6ª feira, das 8 às 18 horas, sábads, das 9 às 16 horas e aos domingos não abre.

Retornando à Plazoleta de las Nazarenas, fomos conhecer o Palácio Nazarenas, atualmente um hotel também do grupo Monasterio.

Construído sobre uma edificação inca, este edifício leva o nome de ‘La Casa de las Sierpes’. Um escudo de armas talhado em pedra sobre a entrada principal mostra duas bestas com caudas de serpente enquanto numerosas pedras das paredes exibem pequenas serpentes em alto relevo.

Em 1644, o edifício foi adquirido pelos jesuítas e durante a maior parte dos 300 anos seguintes serviu a diferentes ordens religiosas para fins de caridade e propósitos educacionais, mudando de donos vários vezes.

Em 1650, um terremoto descomunal causou terríveis danos à cidade colonial.

Os jesuítas venderam a propriedade a um particular em 1687, época em que Cusco viu crescer o número de monastérios. Para esta propriedade foram 45 Nazarenas, que em 1961 se uniram às Monjas Carmelitas, dissolvendo sua ordem dentro de outra maior, mudando de instalação e alugando esta a uma agência do governo.

Em 1999, o contrato foi transferido à Orient-Express para a transformação em hotel, que foi inaugurado em 2012.

A fé deste povo se centra especialmente em Jesus Cristo e em Maria Santíssima, manifestando-se no culto ao Senhor de los Temblores e à Santíssima Virgem de Belém, ícones que refletem o fervor dos cusquenhos em todos os acontecimentos de sua história e na vida pessoal de cada um. Lamentamos não ter tido oportunidade de ir à Igreja de Nossa Senhora de Belém, por quem temos particular interesse.

Recebemos de presente do hotel o ‘mascote Leoncio’, um apaixonante leão com a mochilinha do Monastério. Um mimo. 

Mais uma vez encontramos Carlos Terraza na recepção, às 12:40 horas, que nos levou não apenas ao Aeroporto, mas até o check-in da Avianca. Cabe aqui um registro, Carlos Terraza foi um profissional corretíssimo, nos buscando e levando em nossos traslados, sempre pontual, educado, bem informado, excelente papo.

Embarcamos às 14:40 horas no Aeroporto Velazco Astete (CUZ), no voo 808 da Avianca, com destino à Lima, onde desembarcamos às 16:05 horas, no Aeroporto Internacional Jorge Chavez (LIM), não precisando retirar a bagagem.

Às 21:40 horas, no voo 6647, também da Avianca, partimos para o Rio de Janeiro, onde desembarcamos às 04:40 horas de 17/09/2014  no Aeroporto Internacional Galeão Antônio Carlos Jobim (GIG).

O Peru é o segundo país produtor de prata do mundo e tem tradição histórica em trabalhos em prata desde as culturas pré-incas como Vicus, Mochicas e Chimus. São belíssimas as esculturas de madeira com aplicações em prata. Um trabalho que vale ser apreciado.

A culinária do Peru é tida como uma das melhores do mundo, tanto em sabor quanto em variedade, o que lhe valeu estas reportagens bem recentes:

>>> O Jornal O Globo, de 23/04/2014, coluna ‘Por Dentro’, trouxe a chamada ‘Dos Andes à mesa, no Peru’, que ganhou em 2013 o prêmio de melhor destino gastronômico do mundo no World Travel Awards, espécie de Oscar do turismo. No ano anterior, Machu Picchu já tinha levado o título de destino sustentável.

>>> A revista Boa Viagem, de 24/04/2014, reportagem ‘Montanhas Mágicas – Gastronomia e hotelaria de luxo se destacam em Cusco e no Vale Sagrado, onde chefs notáveis encontram fartura de ingredientes’, por Cristina Massari e Tatiana Farah.

Ingredientes como batata, milho, amendoim, pimentas, quinúa e peixes frescos são anteriores aos incas, enquanto carnes vermelhas, de porco e de frango, frutas cítricas, azeitonas, vinhos, canela e cravo foram trazidos pelos espanhóis.

Há enorme diversidade de sopas, algumas leves, simples caldos, outras espessas e cremosas, experimentamos algumas, todas muito saborosas, de aspargos verdes, abóbora, cebola, cogumelos, tomate, lagostines.

Habitualmente, à noite, tomávamos sopa, seguindo a recomendação de uma alimentação leve neste horário, uma vez que, em função da altitude, a digestão é mais lenta. Normalmente, fazíamos esta refeição no próprio hotel no Restaurante El Tupay, um ambiente agradabilíssimo.

O ‘cuy’, porquinho-da-índia, geralmente preparado na brasa, é uma tradição. Mas nós passamos e não experimentamos. Ainda que os peruanos consumam 22 milhões de cuys por ano, nosso amor pelos animais não nos permitiu viver esta experiência.

Um outro animalzinho chamou nossa atenção: o ‘viringo’, uma raça de cachorro cujo aspecto mais chamativo de sua aparência é a ausência de pelos e o cabelo curto sobre a cabeça, nos pés e na ponta da cauda. Tem origem na cultura pré-inca e acreditava-se ter valor místico.

Mario Vargas Llosa, escritor arequipenho, Nobel de Literatura de 2010, juntamente com o mexicano Carlos Fuentes e o colombiano Gabriel Garcia Márquez, são considerados responsáveis pelo boom literário da América Latina.

Quando jovem, o escritor teve um caso amoroso com a cunhada de um tio, com quem posteriormente se casou, acontecimento que passou para a ficção em ‘Tia Julia e o escrivinhador’, um dos livros mais originais de Vargas Llosa.

Na década de 70, desentendeu-se com o também Nobel de Literatura Gabriel Garcia Marquez por razões nunca reveladas.

Na década seguinte se candidatou à presidência de seu país e perdeu.

Disse a um repórter:

‘A morte vai me encontrar com a caneta na mão.’

>>> O programa Esquenta de 31/08/2014  subiu as montanhas e fez um passeio pelo Peru, país rico em cultura e tradição, cujas influências estão espalhadas por todo o mundo, desde a comida até a moda. Regina Casé recebeu o ator Juliano Cazarré, que esteve no país durante as gravações de ‘Amor à Vida’, que contou seu encantamento pelo lugar e as experiências que viveu por lá. As convidadas Eliana Penna Moreira e Fernanda Youssef comentaram que a moda peruana está em alta. Elas contaram sobre a tendência das estampas étnicas, jogo de cores e tecidos trabalhados, que fazem parte da cultura do Peru e inspiraram a última coleção da grife Lita Mortari, de onde são dona e diretora de criação, respectivamente.

>>> A revista O Globo, de 20/04/2014, coluna ‘Sei Lá, Mil Coisas’, trouxe a nota ‘Made in Peru’, os ponchos em alta neste inverno, que aposta em franjas e tecidos étnicos multicoloridos.