Málaga,

‘Cidade do Paraíso’, como a ela se referia o poeta espanhol Vicente Aleixandre, Vicente Pio Marcelino Cirilo Aleixandre y Merlo (1898-1984), Prêmio Nobel de poesia e literatura (1977), que em Málaga passou sua infância.

> 01/05/2013 – 4ª feira – 18:45 horas, voando IB 6024, a partir do Rio de Janeiro (GIG), chegando à Madri (MAD) às 9:50 horas.

> 02/05/2013 – 5ª feira – 22:45 horas, voando IB 8022, Ibéria Regional, operado pela Air Nostrum, a partir de Madri (MAD), chegando à Málaga (AGP), às 24:25 horas.

De Madri a Málaga são 557 km.

A troca do horário do nosso voo, de 15:45 horas para 22:45 horas, obrigou-nos a passar o dia no Aeroporto Madri Barajas, o que tornou a viagem bastante longa e cansativa.

Considerando que chegamos a Madri às 10:15 horas, a espera foi de mais de 12 horas, para fazer um vôo de 1h20m.

> 03/05/2013 – 6ª feira

Ao desembarcar em Málaga, uma de nossas malas, a minha, não chegou, nos obrigando ao registro da ocorrência, ainda no aeroporto, retardando ainda mais nossa chegada ao hotel.

Confesso que me deu um instantâneo desespero, mas uma vez localizada, havia ficado em Madri, a mala nos foi entregue na recepção do hotel por volta das 12/13 horas.

De taxi, seguimos do Aeropuerto Internacional Pablo Ruiz Picasso, à 8 km do centro da cidade, para o AC Hotel Málaga Palácio by Marriott****, na Calle Cortina del Muelle, 1, que reservamos através da booking.com.

www.hotelacmalagapalacio.com

Comentário na booking.com: “Estivemos hospedados neste hotel de 02 a 05/05/2013 e de 11 a 13/05/2013. A localização é excepcional. Os funcionários são gentilíssimos. O hotel é muito agradável e confortável. O café da manhã é muito bom. Satisfação garantida. Além da cidade ter superado todas as expectativas.”

O que nos levou à Málaga foi o desejo de um tour pelo Marrocos, que fizemos com a Julia Travel, agência de turismo que ficamos conhecendo quando em Madri e fomos em seus ônibus ao Outlet Las Rozas Village.

Málaga chegou a ser a 5ª maior cidade da Espanha, situada em uma bonita baía no sul da Andaluzia, antigo porto mediterrâneo, capital e centro geográfico da Costa do Sol, principal porta de entrada para seus famosos balneários, zona turística que se estende por 160 km de litoral e cujas praias tem garantia de alta qualidade outorgada pela União Europeia.

Durante o século XIX foi destino turístico da elite, por sua fama de elegante e sofisticada.

O dia estava lindo, um pouquinho frio, nada de mais.

A cidade me surpreendeu, lembra muito Sevilha.

Vista de cima, predomina o branco, por causa do calor, cor escolhida para que as construções não absorvam calor.

Uma cidade bonita, bem cuidada, cheia de vida, por este lado, lembrando Barcelona.

Começamos o dia indo a Catedral, majestosa !!!

Muito próxima do hotel, a Catedral de Málaga, La Catedral de la Encarnación, conhecida por ‘La Manquita’ (‘A Manca’), decorrência de sua segunda torre nunca ter sido construída.

“Com la fe se entra em la amistad com el Señor;

com la caridade se vive y se cultiva esta amistad.”

(Benedicto XVI)

A construção, que durou mais de dois séculos, de 1528 a 1782, século XVI ao século XVIII, sobre uma antiga mesquita, Mesquita Aljama, foi interrompida por um decreto real quando apenas uma das torres havia sido construída e o restante do dinheiro usado para ajudar os Estados Unidos no seu processo de independência.

Consagrada em 1588 em devoção a Santa Maria de la Encarnación.

Sobre as três portas de acesso há medalhões, os das portas laterais representam os patronos de Málaga, San Ciriaco e Santa Paula, enquanto o da porta central representa a Anunciação do Senhor.

Destaque para o belo pátio com laranjeiras reminiscentes da antiga mesquita.

Plaza del Obispo

Calle Molina Lario, s/º

> Impressionantemente belo, o quadro de grandes dimensões representativo da decapitação de São Paulo, pintado pelo artista Enrique Simonet (1887).

Retornamos ao hotel e seguimos, então, pelo Paseo del Parque até a Plaza General Torrijos, atravessando e passeando pelos belos Jardines de Pedro Luis Alonso, seguindo pela Guillen Sotelo em direção ao Teatro Romano.

Sob o nome de ‘Malaka’, foi fundada pelos fenícios por volta do ano 800 a.C. e usada como centro comercial.

No século VI a.C., os fenícios foram substituídos pelos gregos, que ocuparam a cidade por 70 anos até que foi conquistada pelos cartagineses, expulsos de Málaga pelos romanos em 202 a.C.

Foi, então, chamada ‘Flavia Malacita’ e convertida num ponto de passagem importante, já que estava conectada a outras cidades romanas da península e portos do Mar Mediterrâneo.

O Teatro Romano, aos pés da fortaleza árabe ‘La Alcazaba’, data desta época, e, apesar de suas pequenas dimensões, é um dos mais antigos de toda a Espanha.

Depois da queda do Império Romano, Málaga foi alvo de grandes migrações e colonizações de tribos de origem germânica.

No principio do século VIII, a decadência da monarquia gótica já era evidente, foi quando os árabes invadiram a Península Ibérica.

Málaga caiu sob domínio árabe no ano 743.

Os mouros ocuparam Málaga até o século XV (1487), convertendo-a num dos centros mercantis mais importantes da Península Ibérica, rodeada por uma muralha com 5 enormes portas.

Numerosos subúrbios compunham a cidade e foram ocupados por mercadores genoveses e judeus que se estabeleceram de maneira independente ao resto da cidade.

Conquistada pelos Reis Católicos em 19 de agosto de 1487, as comunidades religiosas foram fundamentais no seu desenvolvimento urbano, já que promoveram a integração dos subúrbios da periferia, construindo-se uma grande praça pública, Praça das Ruas Quatro, atual ‘Plaza de la Constitución’, renomeada em 1812 e onde fundaram os Conventos da Vitória e de La Trinidad.

Nesta praça localizavam-se, ainda, a Câmara Municipal (até 1869), a Casa do Corregedor, prisões e tribunais.

O Teatro Romano foi descoberto em 1951 e data da época de Augusto.

Alcazaba*, Rua Alcazabilla, s/nº, é uma fortaleza árabe, construída a partir de ruínas romanas da primeira metade do século IX, pelo califa Abd er Rahman I, para defender-se dos assaltos dos piratas. Data do ano 1065 e é uma das mais bem conservadas que tivemos oportunidade de conhecer e já conhecemos várias, Graças a Deus !!!

* alcazaba, al-qasaba, em árabe, cidadela

Constitui um dos museus militares mouros melhor preservados da Espanha, tendo feito parte do sistema defensivo da Málaga árabe e esteve unida às muralhas da cidade, já desaparecidas.

Uma vez transposto o portão principal, sobe-se uma rampa até a ‘Torre del Cristo’, onde foi celebrada a primeira missa após os cristãos terem tomado a cidade.

A visita inclui o Museu Arqueológico, o Teatro Romano e o Castillo de Gilbralfaro.

Almoçamos por volta das 16 horas, no Garum Casual Restaurante, bem em frente à entrada da Alcazaba, onde experimentamos receitas recuperadas da antiga cozinha romana, segundo atesta o próprio restaurante, como a tosta garvm; o paté de la casa salsum e crujientes de langostinos y bacon. Chic não ? Muito boas as preparações. Delícias !!!

Segundo escreveu Denise Teixeira, no Caderno Boa Viagem do Jornal O Globo, de 01/08/2013, a tradição das tapas é um hábito que teria nascido, entre as muitas versões que circulam sobre sua origem, a partir da doença do Rei Alfonso X, conhecido como ‘El Sabio’, que jamais poderia imaginar que uma indisposição que o deixou de cama pudesse dar origem a uma das mais famosas tradições gastronômicas da Espanha. Conta a tradição que, devido a uma indisposição que o deixou de cama, o rei, por recomendação médica, precisou tomar pequenas doses de vinho todos os dias, acompanhadas de porções de alimentos, a fim de amenizar os efeitos do álcool. Curado, Alfonso X recomendou então que os vinhos comercializados nas tabernas da região que governava, Castilla y La Mancha, passassem a ser servidos com algum tipo de alimento. As taças eram cobertas com ‘tapadeiras’, que eram, nada mais, nada menos, que fatias de pão, presunto ou queijo. Assim teriam surgido as tradicionais ‘tapas’, que, ao longo dos anos se espalharam por todo o país e que ganham cada vez mais adeptos em todo o mundo.

Seguindo pela Calle Alcazabilla, para percorrê-la até a Plaza de la Merced, do século XIX, onde há um obelisco, ali colocado em 1842, em memória às 49 vítimas, que por amor às liberdades pátrias, foram sacrificadas nesta cidade em 11/12/1831, entre elas o General Torrijos, D. José Maria Torrijos. No século XV, aí havia/funcionava um mercado público.

Em Málaga nasceu Antônio Banderas, que pisou nos palcos pela primeira vez no Teatro Cervantes.

O ator continua visitando-o de vez em quando e até o elegeu para estrear mundialmente, em 2006, o filme ‘O caminho dos ingleses’, rodado em Málaga.

Plaza de Jernónimo Cuervo

Calle Ramos Marín, s/nº

www.teatrocervantes.com

Ainda nas proximidades da Plaza de la Merced, a ‘Almoneda Los Remedios’, Calle Álamos, 28, onde me deslumbrei com um marionete, que adoro, antiquários e marionetes, usando uma armadura, que o antiquário Bernardo Vazquez nos permitiu ver e fotografar. Nunca tinha visto algo como este !

Iglesia de Santiago (1490), uma das mais antigas de Málaga, edificada sobre uma antiga mesquita, onde se encontra exposto o Certificado de Batismo de Pablo Picasso.

Terminamos o dia usufruindo da Terraza do hotel. Que vista !!!

> 04/05/2013 – sábado

Em Málaga, nasceu e viveu, até 1891, Pablo Ruiz Picasso, cujo museu, Museu Picasso Málaga – MPM, Calle San Agustín, 8, funciona no Palácio Buenavista, do século XVI, estilo típico andaluz, com tetos decorados em estilo mudéjar.

de 3ª a 5ª feira das 10 às 20 horas; 6ª feiras e sábados, das 10 às 21 horas e domingos e feriados, das 10 às 20 horas; fechado às 2ª feiras, exceto nos meses de julho e de agosto, quando funciona das 10 às 20 horas.

www.museopicassomalaga.org

Picasso nasceu na Plaza de la Merced, em 25 de outubro de 1881 e aos 10 anos mudou-se com sua família para La Coruña. A última vez que esteve na cidade foi aos 19 anos, com o pintor Carlos Casagemas.

O museu era um desejo do artista de que sua obra estivesse presente na cidade em que nasceu. Sua concretização se deve à nora e ao neto do artista, Christine e Bernard Ruiz Picasso e à Junta de Andalucía.

“Lo que cuenta es lo que se hace

y no lo que se tenía la intención de hacer.”

(Picasso, Poemas y Declaraciones, México: Darro y Genil)

“Acabar, ejecutar, no tiene um doble sentido ?

Terminar, concluir, pero también matar, dar el golpe de gracia ?”

(Brassai, Conversaciones com Picasso, Madrid: Aguilar, 1966)

Um conjunto de 233 obras testemunham questões relevantes para compreender a importância de Picasso na história da arte ocidental.

“Um cuadro es como un ser vivo, experimenta los  cambios que la vida cotidiana nos impone. Es natural, puesto que un cuadro solo vive porque alguien lo contempla.” (La Nouvelle Critique, nº 130, noviembre, 1961, p. 13)

Na infância Picasso acompanhava o pai à Plaza de Málaga. Nos anos 50, o artista realizou 26 aquarelas para ilustrar o livro escrito por um famoso toureiro do século XVIII, Pepe Illo. A M E I !!!

> O subsolo do palácio mostra fragmentos das raízes e história da cidade, trata-se de um pequeno sítio arqueológico, formado por restos da Málaga fenícia do século VII a.C., vestígios de épocas romanas e estâncias da antiga mansão.

O centro histórico é labiríntico, como na maioria das cidades europeias, tudo muito lindo, bem cuidado, demonstrando desta forma o carinho e respeito com a própria história.

Seguimos em direção à Plaza de la Merced, um dos pontos de encontro das classes burguesas no século XIX e onde acontecia uma feirinha de artesanato.

Na Plaza de la Merced, 15, antigo nº 36, a Casa-Museu Pablo Ruiz Picasso, casa natal do artista, que, desde 1988, é sede da Fundación Picasso. Em 1883, a família mudou-se para o nº 34, hoje nº 17, desta mesma Plaza, onde residiu até sua mudança para La Coruña, em outubro de 1891.

> nome do artista: Pablo, Diego, Jose, Francisco de Paula, Juan Nepomuceno, Maria de los Remedios, Cipriano, de la Santisima Trinidad

www.fundacionpicasso.es

Almoçamos no ‘El Carmen’, na própria Plaza de la Merced, 21, onde nos deliciamos com: gambas al pil-pil; pinchitos de gamba; enrolados de espárragos, queso y pavo; tosta integral de salmón, queso light y cebolla; tortilla de patatas e cesta de tomate, atún y orégano.

Caminhamos em direção à Plaza de la Constitución. No caminho a Iglesia de los Mártires Ciriaco y Paula, ‘indulgencia plenária com motivo del año de la fe’.

Na Plaza de la Constitución, uma parada para um café.

A partir da Plaza de la Constitución, passeamos pela Calle Marqués de Larios, vendo suas lojas.

No dia seguinte, 05/05/2013, domingo, saimos bem cedinho, por volta das 7 horas da manhã, rumo ao Marrocos (África), que você poderá acompanhar em ‘Nosso Roteiro no Marrocos’.

Ao fim do tour pelo Marrocos, nosso retorno foi para o mesmo AC Hotel Málaga Palácio y Marriott, onde chegamos já num fim de tarde.

> 11/05/2013 – sábado

Fomos, então, até a Plaza del Obispo, em frente a Catedral, onde almoçamos na ‘Taberna del Obispo’.

Atravessamos o ‘Paseo del Parque’ e o ‘Paseo de los Curas’ para percorrer o ‘Palmeral de las Sorpresas’ e o ‘Paseo de La Farola’, um passeio agradável por uma área cheia de atrativos.

Ao final, caminhamos pela Playa de la Malagueta.

> 12/05/2013 – domingo

“Érase uma vez … El Día de la Madre.”

Bem em frente ao hotel, tomamos o Málaga Tour – City Sightseeing Málaga Hop On – Hop Off.

Na parada 8, a Plaza de Toros La Malagueta, de 1875, com capacidade para 14 mil pessoas.

Na parada 9, o fantástico Castillo de Gibralfaro, do século XIV, construído pelo rei muçulmano Yusuf, e toma o nome do Monte Jabal Faruk, montanha do farol, no qual assenta. Extremamente bem preservado. Um fantástico passeio !!!

Na parada 10, a Basílica de Santa Maria de la Victoria (1487), construída no local onde os Reis Católicos instalaram-se quando do cerco da cidade.

Na cripta está a tumba dos Condes de Buenavista, responsáveis pela reconstrução da igreja no século XVII. Este panteão recorda as danças medievais da morte.

Dedicada à padroeira de Málaga.

Depois de descermos no mesmo ponto onde tomamos o Málaga Tour, retornamos ao Puerto de Málaga, pelo ‘Palmeral de las Sorpresas’ e pelo ‘Paseo de La Farola’, onde almoçamos no ‘O Mamma Mia’.

Em frente ao nosso hotel, na Plaza de la Marina, estivemos no Centro Municipal de Informação Turística.

www.malagainformation.com

Na Alameda Principal, tomamos o ônibus 17, rumo ao Estadio La Rosaleda, ‘Paseo de Martiricos, s/nº, para retirar nossos ingressos  e assistir ao jogo Málaga C.F. x Sevilla F.C., pela Liga BBVA, cujo horário foi ‘cambiado’ das 19 para as 21 horas.

Málaga Club de Futbol, www.tiendamalagacf.co

Retornamos no mesmo ônibus 17 ao mesmo ponto da Alameda Principal.

> 13/05/2013 – 2ª feira

Encerramos nossa estadia em Málaga, partindo para Madri (Espanha) e de lá para o Porto (Portugal).

Málaga foi uma gratíssima surpresa !!!