“A fome só se satisfaz com a comida
e a fome de imortalidade da alma
com a própria imortalidade.
Ambas são verdadeiros instintos.”
Fernando Pessoa
Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini escreveram e aguardam a publicação de ‘Visconde Souto – Ascensão e Quebra no Rio de Janeiro Imperial’.
Nos encontramos no GeneAll.net, em junho/2008, fruto de nossas pesquisas e, desde então, mantemos contato por e-mail.
Tivemos oportunidade de nos encontrarmos em duas oportunidades em que Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini estiveram no Rio de Janeiro, ele vindo de Curitiba (PR) e ela de Paulínia (SP).
A primeira visita aconteceu de 17/08 a 22/08/2009, ocasião em que eles estavam cuidando da parte iconográfica do livro.
> Na noite da chegada ao Rio de Janeiro, em 17/08, nosso primeiro encontro foi no Restaurante Casa da Suíça, onde nos apresentamos e conversamos longa e tranquilamente.
Em 18/08, às 10 horas, acompanhei-os na ida à Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (1739) e à Casa da Glória, uma chácara com lindos jardins e belo pomar, situada nas terras da antiga Chácara do Oriente, adquirida pelo Visconde Souto para ser sua residência de verão. O atual proprietário, João Braune, muito gentilmente nos ciceroneou nesta encantadora visita. Ladeira da Glória, 98.
Neste mesmo dia, às 16 horas, tomamos um saboroso chá em residência do Sr. Dalmiro da Motta Buys de Barros, Museólogo e Genalogista, e pudemos apreciar um álbum que pertenceu à irmã do Visconde Souto.
> No dia seguinte, 19/08, pela manhã, Souto e Lúcia Helena percorreram o local da antiga Chácara do Souto: Rua Senador Furtado (antiga Rua do Souto, entrada do jardim zoológico que o Visconde Souto manteve do final dos anos 40 do século XIX até o ano de 1864); Rua Mariz e Barros (antiga Rua Nova do Imperador); Rua Ibituruna (antiga Travessa do Campo Alegre, 22, endereço da Chácara do Souto e que depois passou a se chamar Barão de Ibituruna); Rua General Canabarro (antiga Rua Duque de Saxe).
À tarde, às 14 horas, acompanhei-os na visita ao Acervo Técnico do Museu Histórico Nacional, Praça Marechal Âncora, próximo à Praça XV, acompanhados pela Chefe do Departamento de Acervo, Sra. Lia Silvia Peres Fernandes e pelo funcionário do Setor de Reserva Técnica, Sr. Jorge Cordeiro de Melo, onde se encontram os óleos-sobre-tela do Visconde e da Viscondessa Souto, este pintado em 1873, por Ary Rodrigues Duarte, um dos pintores da Família Real, ambos doados ao Museu em 1970 e o livro de Antônio Cândido, ‘Um funcionário da monarquia: ensaio sobre o Segundo Escalão’, no qual, na página 131, encontra-se retrato de Antônio Jose Alves Souto por Joaquim Insley Pacheco.
> Em 20/08, às 13 horas, estivemos no Cemitério do Catumbi (Cemitério São Francisco de Paula), onde, acompanhados pelo Administrador, Sr. Norberto Porfírio Ferreira, visitamos os túmulos da Viscondessa Souto (Maria Jachintha de Freitas Souto, 15/08/1819 a 27/10/1885), de seu filho Manuel Jose Alves Souto (de 12/1852 a 04/1899), do Marquez de Olinda (Pedro de Araújo Lima, falecido em 07/06/1870 e do Visconde Souto. Rua Catumbi, 120.
À tarde, às 14 horas, visitamos o Acervo do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, onde existem taxidermizados / empalhados alguns animais que acredita-se possam ter pertencido ao antigo zôo do Visconde Souto, entre eles um gnu, antílope da África do Sul, e um filhote de orangotango.
Na obra ‘O Rio de Janeiro: sua história, monumentos, homens notáveis’, de Manuel Duarte Moreira de Azevedo, editada pela Brasiliana em 1969, em nota da página 75, ao referir-se às doações de animais empalhados ao Museu Nacional, enumera entre eles: (…) um leão, um gnu, um urso, uma cegonha, um galo da rocha oferecidos pelo Comendador Antônio Jose Alves Souto (XLVII), hoje Visconde Souto (…)
A Seção de Memória e Arquivo do Museu Nacional mantém os Relatórios Institucionais com o registro das doações de animais taxidermizados que foram efetuadas por Antônio Jose Alves Souto: Em 1855, um grou real; em 1856, uma pele de antílope gnu; em 1858, um orangotango e um urso preto; em 1859, duas avestruzes, uma arara macau, um tamanduá-bandeira, uma cegonha e um grande leão africano; em 1860, um jaburu moleque, um macaco africano, um urso, uma colhereira; em 1861, um galo-da-serra e um lobo; em 1863, um ‘kakatoá’ (cacatua) africano.
Seguimos, então, para a Floresta da Tijuca, Cascatinha, Capela Mayrink, Barracão, Centro de Visitantes, não tendo sido possível caminhar pela trilha que leva às ruínas da Casa de Gestas, a mesma do Visconde Souto. A fotografia mais antiga que se tem da Capela Mayrink, data de 1887, de Marc Ferrez. Nesta fotografia, no local da estrela de oito pontas, a fachada exibia um Sagrado Coração.
> Em 21/08, passeamos pela Rua 1º de Março, antiga Rua Direita, 22, próxima à Candelária, onde funcionou a Casa Bancária do Visconde de Souto e Travessa do Ouvidor, 6, local em que havia um prédio que pertenceu ao Visconde Souto.
Para não quebrar o clima de nossa viagem ao passado, almoçamos na Confeitaria Colombo (1894) e fomos até a Casa Cavé, esquina das Ruas Uruguaiana e Sete de Setembro, nos despedindo nostalgicamente e já saudosamente na esquina das Ruas Sete de Setembro e Rio Branco.
> No dia 22/08, Souto e Lúcia Helena retornaram a Curitiba (PR) e a Paulínia (SP).
Uma segunda visita aconteceu no período de 09/11 a 13/11/2011, quando Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini retornaram ao Rio de Janeiro.
> E mais uma vez iniciamos esta visita nos encontrando no Restaurante Casa da Suíça. Rua Cândido Mendes, 157 – Glória.
> No dia 10/11, nos encontramos às 15 horas, no Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro – IHGRJ onde Souto e Lúcia Helena fizeram uma ‘Apresentação do Visconde de Souto’.
> Em 11/11, nos encontramos para dar asas às nossas pesquisas na Sala de Leitura do IHGRJ.
> No dia seguinte, 12/11, nos reunimos em minha casa, onde também nos despedimos, já que em 13/11, Souto e Lúcia Helena retornaram à Curitiba (PR) e a Paulínia (SP), deixando saudades.
Esta segunda visita rendeu bons frutos para Souto, Lúcia Helena e o Visconde Souto: a publicação de dois artigos, parte da biografia do Visconde.
“A Chácara do Souto e seu Jardim Zoológico”, Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro – IHGRJ, ano 18, número 18, 2011, à cujo lançamento, em11/08/2011, na sede do IHGRJ, estivemos presentes.
“Visconde de Souto, Fazenda Bela Vista e Capela Mayrink”, Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ano 173, número 455, abr./jun. 2012, aliás, neste artigo fui presenteada com a generosidade e carinho dos autores que publicaram uma foto tirada por mim, em agosto de 2009, da Capela Mayrink.
Sempre no aguardo de uma próxima visita, torcendo para que seja o mais breve …
Sem comentários