ITANHANDU (MG),
no alto da Serra da Mantiqueira, com matas virgens, clima puro e belas paisagens.

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No princípio do século XVIII, um pequeno aglomerado de casas, circundado por várias fazendas, deu origem ao Arraial de Barra do Rio Verde. Com a inauguração da Estrada de Ferro Minas – Rio, em 1884, a população começou a crescer. O arraial se instalou à beira dos rios Verde e Itanhandu, esse último dando nome definitivo ao lugarejo, nome de origem indígena (língua tupi).
O Caminho Velho passava por Itanhandu e era usado para escoar o ouro e outras riquezas de Minas para o Porto de Parati, no Rio de Janeiro. Foi-se o ouro, cujas minas estavam praticamente exauridas no final do século XVIII, mas o movimento nunca cessou. Mesmo o surgimento do Caminho Novo, que passava pelas cidades de Petrópolis, Juiz de Fora e Barbacena, não diminuiu o trânsito, que continuava sua história no vai-e-vem dos tropeiros que abasteciam o intenso comércio mineiro.
Em 1911, Itanhandu foi elevado a distrito, pertencente a Pouso Alto e, em 1923, tornou-se município.
Minas é terra de sabores que abraçam.
No Festival Gastronômico Aromas e Sabores, que em 2025 aconteceu de 11 a 14/09, destacaram-se receitas que carregam memória, simplicidade e o carinho das cozinhas, como o Doce de Mamão Enroladinho, o Pão de Queijo Recheado com Creme de Doce de Leite, a Queijadinha Cremosa, o Quiche de Alho-poro com Queijos Artesanais, o Risoto de Abóbora com Queijo de Cabra.
No nosso retorno de Aparecida, em 01/11/2025, um sábado, escolhemos passar por Itanhandu, a 89 km / 1h30m, para conhecer a Fazenda Pérola da Serra, onde é feita a produção artesanal dos queijos, se pode ter contato com animais e a natureza e assistir as búfalas nadando no lago. Ao final, uma deliciosa degustação de queijos e doce de leite, no restaurante Casa da Búfala, o melhor da culinária desenvolvida com produtos da região. Ainda posso voltar ao sabor do “Ravioli especial com damasco & nozes ao molho branco com queijo Pedra da Mina, finalizado com parma”.



Os búfulos dessa fazenda, num total de 200, são indianos (o chifre faz uma volta, como um caracol/burra) e mediterrâneos/italianos (abre o chifre, faz uma meia-lua). O leite da vaca e da búfala é bem diferente, enquanto a vaca gasta 10 litros de leite para fazer a mussarela, a búfala gasta 5 litros. O nome Pérola da Serra vem da cor branca, muito branca do leite, que lembra uma pérola. Construíram um laticínio, o leite segue uma sequência a partir da ordenha, cai em tanques ligados as caldeiras, pasteuriza, coloca o coalho, fermenta, cozinha a massa, estica a massa, atingindo o ponto da massa, começa os processos de cozimento, maturação e segue o fluxo, câmera fria de salga, sala de embalagem, câmera fria do produto acabado e expedição e faz-se também o doce de leite, com tão somente 10% de açúcar, além de requeijão e manteiga. De forma artesanal e com uma única funcionária, Luciene, com mãos de fada são feitas 200 burratas por dia. Visitamos o berçário de búfalas, onde elas ficam por 90 dias, todas com seu nome próprio, escolhidos desde 2014 a partir de uma letra do alfabeto a cada ano. As búfalas tem gestação de 10 meses, todas emprenham juntas e parem juntas e juntas protegem as crias. O leite da búfala é grosso, levemente adocicado, tem 60% mais cálcio, mais fósforo + 30% menos colesterol + 30% mais proteína, não provoca alergia. Visitamos ainda o antigo silo de mais de 100 anos onde hoje ficam queijos em maturação, de 90 a 120 dias o tipo parmesão/tipo Mantiqueira de Minas e de 30 a 45 dias o meia cura. Desafiados a fazer o maior queijo de búfala do Brasil com cerca de 50 a 60 kgs. Em torno de 50 minutos de visita, fazenda + degustação, mais o tempo de almoçar no restaurante, opção que recomendamos.







A degustação tem início com um brinde com um *copinho de leite de búfala. Provamos *a mussarela, tipo italiana, cuja bolinha menorzinha é chamada cerejinha e a maiorzinha, a flor de leite; *a mussarela um pouco mais firme, barrinha, trancinha, palito, bolinha; *o requeijão de corte, blend de queijos, sem amido; *a ricota sem sal, mais para culinária, podendo ser misturada com os ingredientes desejados; *o minas frescal, mais molhadinho e levemente adocicado; *a burrata, usada em saladas, assadinha no forno, como recheio de massas; *a manteiga de búfala, não tão salgada; *a trancinha temperada com azeite e orégano; *a manta recheada com tomate seco; *o meia cura fresco, 15 dias na câmara fria; *o maturado por cerca de 50 dias na câmara fria; *o parmesão suave e, finalmente, *o doce de leite, com só 10% de açúcar.
Você sabe que as búfalas amam água, barro e lama ? Mas não é só diversão, tem explicação técnica também! Elas possuem menos glândulas sudoríparas, ou seja, suam menos. Por isso precisam da água para ajudar a regular a temperatura corporal. Assim, o banho de lago e a ducha antes da ordenha fazem parte da rotina delas e elas adoram!
Nesse harém vive um único búfalo e ele é o Afonso e eu subi nele, claro que com toda segurança.

Nos hospedamos na Pousada Bonani, Jardim Alzira, uma escolha perfeita. (35) 98834-0501 A pousada é charmosa e aconchegante. O chalé no qual ficamos, tinha uma varanda com espreguiçadeiras, uma pequena sala com lareira, um quarto num nível acima, onde também há um pequeno closet e um bom banheiro, tudo muito bem decorado, com muito bom gosto, deixando os ambientes muito agradáveis. Os chalés ficam dispostos de maneira aparentemente aleatória, preservando, assim, a privacidade dos hóspedes. Ao final do terreno, que sobe suavemente, está a casa dos donos da Pousada e a área comum onde é servido um café da manhã impecavelmente e fartamente preparado, com muita delicadeza e carinho, um mimo. Há ainda uma piscina muito bonita, que se destaca na paisagem. Recomendamos muito.





À noite fomos ao Larica’s Lanches onde degustamos as pizzas de Marguerita, com molho de tomate, mussarela de búfala e manjericão e a Caprese, com molho de tomate, mussarela, mussarela de búfala, tomate, manjericão e azeitona preta, ambas deliciosas, atendimento primoroso e ambiente que acolhe.



Na manhã seguinte, domingo, 02/11/2025, voltamos para casa com desejo de voltar em breve para reviver tão bons momentos.

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