Chegamos no Aeroporto Internacional Madrid-Barajas, vindos de Toulouse, desta vez, não para uma conexão, mas para conhecer um pouco de Madri.
De taxi, seguimos do aeroporto até o Hotel Francisco I, Calle del Arenal, 15, que consideramos uma excelente localização.
Mãe das Águas,

 

Maurit em árabe,

 

mais tarde, com a retomada dos cristãos, chamada Magerit

 

e daí para Madri.
Após nos acomodarmos, saimos, paramos para um breve lanche na Ferpal, na própria Calle del Arenal, 7.
Nosso ponto de partida foi a Plaza de la Puerta del Sol, de onde saem as mais importantes calles: de Preciados, Mayor, de Alcalá e del Arenal.
Em forma de meia-lua, é a praça mais famosa e um dos pontos de encontro mais populares e animados da capital espanhola.
As ruas partem desordenadas para todos os lados e formam estranhíssimos quarteirões triangulares. Não existem paralelas, só diagonais, como um quebra-cabeça urbanístico construido numa época em que não existia urbanistas.
Do lado reto da Plaza de la Puerta del Sol está um edifício de ladrilho vermelho, construído em 1768.
Em frente a sua entrada, um ladrilho no solo marca o quilômetro zero, considerado o eixo da rede de estradas espanholas.
Na esquina com a Calle del Carmem, destaque para a estátua de bronze que representa o símbolo de Madri:

 

el oso y el maldroño

 

(o urso e o arbusto)
A Calle de Preciados é uma das ruas mais importantes da capital espanhola, já que reúne diversas lojas, entre elas El Corte Inglés. São três lojas na esquina com a Calle de Tetuan, uma delas uma lebreria.
Ramín Areces Rodrigues emigrou para Cuba aos 15 anos de idade, onde trabalhou como ajudante de loja. Em 1934, voltou para a Espanha. No ano seguinte abriu uma pequena alfaiataria e não parou mais. A rede possui outra meia dúzia de lojas espalhadas por Madri.
Jantamos na Pizzaria Café del Real, Calle de la Escarila com Plaza Isabel II, assistindo a apresentação de um músico, tocando acordeon.

 

. dia 09/09/2008
Festividad de Sta. María de la Cabeza,

 

esposa de San Isidro.
Descemos a Calle del Arenal até a Plaza de la Puerta del Sol.
Seguimos pela Calle de Preciados até a Plaza del Callao, nome que vem da batalha naval de El Callao, Peru, em 1866.
Seguimos, então, pela Gran Via.
Passamos pelo Teatro Lope de Vega (Gran Via, 57) e pelo Teatro Coliseum (Gran Via, 78).
Pela Gran Via chegamos a Plaza de España, onde estão o Edifício España, que abriga o Crowne Plaza; a Torre de Madri, com 33 pisos, apelidada de girafa, porque durante muito tempo foi o prédio mais alto do mundo e o monumento a Miguel de Cervantes, construído em 1928, com uma estátua em pedra do escritor contemplando suas personagens: Don Quixote montado em seu cavalo Rocinante e seu fiel escudeiro Sancho Pança, cavalgando seu burro e, à esquerda a bela Dulcinéa, amada de Don Quixote.
Pela Calle de Ferraz chegamos aos Jardines Ferraz, ao Parque de la Montaña e ao Temple de Debod.
Templo de Debod, data de princípios do século II antes de Cristo. Em 1968, o templo foi doado a Espanha pelo Estado Egípcio em agradecimento pela ajuda prestada ao salvamento dos templos de Abu Simbel. Uma vez transferido a Espanha, pedra por pedra, o templo foi exposto a um complicado trabalho de reconstrução e restauração. Estes trabalhos incluíram a instalação no seu interior de ar condicionado quente para criar uma atmosfera seca que se aproximasse do clima de Núbia. Para representar o rio que teve o templo nas suas proximidades, construiu-se um tanque de pouca profundidade que se estende ao longo dos três portais de acesso ao templo. Os trabalhos de reconstrução do monumento tardaram dois anos. O templo foi inaugurado a 20 de julho de 1972.
De volta à Calle de Ferraz, a Paroquia Santa Teresa e São José.

Chegando a Cuesta de San Vicente, entramos nos Jardines de Sabatini, saindo dele por um outro portão na própria Cuesta de San Vicente, caminhando, então, até a Glorieta de San Vicente, passando pela Estación de Príncipe Pio (Estación del Norte).

 

Percorremos todo o Paseo de la Virgem del Puerto, seguindo, então, pela Calle de Segovia e, em seguida, pela Calle de Bailen.
Deste modo, contornamos o Campo del Moro, um dos mais bonitos parques de Madri, que oferece uma das melhores vistas para o Palácio Real. Leva este nome porque, ainda sob domínio dos árabes, o Emir Bem Yusuf mandou erguer aí seu acampamento militar, em 1109.
Passamos pelo Parque de Atenas e entramos no Parque Emir Mohamed I, onde encontramos a Muralha Árabe, em frente à entrada da cripta da Catedral de la Almudena, visitando, então, La Cripta.
A Muralha Árabe foi descoberta durante escavações em 1953 e é o registro da passagem dos árabes por Madri.
Na Calle Mayor, passamos pela Capitania General.
Visitamos, então, a Catedral de Nuestra Señora de la Almudena, construção iniciada em 1879 e concluída em 1993, quando foi consagrada pelo Papa.
O prédio teria sido erguido onde foi a primeira mesquita muçulmana da capital espanhola.
Na cripta, uma imagem da Virgem de la Almudena, do século XVI.
Segundo a lenda, a imagem original da Virgem de Almudena foi escondida dos mouros no século VIII e só encontrada 300 anos depois por Afonso VI, quando uma parte dos muros da cidade ruiu.

 

Na Catedral de la Almudena, encontramos uma imagem da “Beata Mariana de Jesus”, nascida em 17/01/1565, em Madri, com o nome de Mariana Navarro, tendo morrido em 17/04/1624. Seu túmulo se tornou local de peregrinação e milagres foram creditados a sua intercessão, o que levou à sua beatificação pelo Papa Pio VI. Sua festa é celebrada em 27/04.
Aos 23 anos tornou-se irmã da Ordem das Mercedarias Descalças*, adotando o nome de Mariana de Jesus.
* A Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos, ou Ordem de Nossa Senhora das Mercês, ou da Ordem Mercedária, ou Ordem dos Mercedários, foi fundada por São Pedro Nolasco, em 1218, no Reino de Aragão, na Espanha, a partir de uma visão de Nossa Senhora das Mercês, que dizia que Deus queria que se estabelecesse uma Congregação Religiosa para resgatar escravos cristãos cativos dos mouros. Deste modo, além dos três votos necessários a um religioso, os mercedários tinham, ainda, o quarto voto, o de Redenção, que consistia em dar a própria vida em resgate de escravo cristão preso. A não ser isto, as regras eram as mesmas da Ordem de Santo Agostinho.
Seguindo pela Calle de Bailen, a Plaza de la Armeria e o Palácio Real.
O Palácio Real foi concebido para mostrar o poderio dos reis. Durante séculos, a área havia sido ocupada por um forte real, mas depois de um incêndio em 1734, Felipe V mandou fazer um palácio sem poupar luxo e pompa. Para isso, a construção levou 26 anos (durante o reinado de dois reis Bourbon) e muito da decoração reflete o gosto de Carlos III e Carlos IV. O Palácio Real foi usado pela família real até a abdicação de Afonso VIII, em 1931.
Nas celebrações de Estado, de antigamente, apareciam em público na sacada do palácio, que dá para a Praça de Oriente, reis, rainhas e ditadores. Os súditos se concentravam na praça. As estátuas de pedra de todos os reis da Espanha, que estão ao redor da praça, eram originalmente do telhado do palácio, de onde foram retiradas por serem muito pesadas e oferecerem riscos.
O Rei Juan Carlos I vive no Palácio de la Zarzuela, bem mais modesto, que fica nos arredores de Madri.
O Palácio Real é utilizado em cerimônias oficiais. São 2800 cômodos, com destaque para a sala de porcelanas, cujas paredes, construídas por ordem de Carlos II, são inteiramente recobertas de porcelana da fábrica de Buen Retiro.
Passamos pelos Jardines de Lepanto e de Cabo Noval, onde ficam as estátuas de pedra dos reis da Espanha, que, originalmente, ficavam sobre o telhado do Palácio Real.
A Plaza de Oriente possui uma estátua eqüestre de bronze de Felipe IV, trazida do Palácio Buen Retiro em 1842.
Do outro lado da Plaza de Oriente, de frente para o Palácio Real, fica o Teatro Real. O prédio, construído em 1890, tem forma hexagonal, nove andares de altura e seis andares subterrâneos. No 2º andar, onde fica o restaurante, era o salão de baile e aí estão expostos os figurinos utilizados para as óperas Aída e Ana Bolena.
Na Calle de Carlos III, lanchamos na La Botillería del Café de Oriente.
Do outro lado do Teatro Real de la Ópera, a Calle de Felipe V, que nos leva a Calle de Arrieta e a Plaza de la Encarnacion, onde fica o Convento de la Encarnacion, convento agostiniano, fundado em 1611 por Margarida da Áustria, esposa de Felipe III, para as filhas da nobreza.
Descendo pela Calle de la Bola, chegamos a Plaza de Santo Domingo, seguindo pela Calle de Preciados, por inteiro, retornando à Plaza de la Puerta del Sol.
Retornando à Calle de Arenal, descemos pela Calle de las Hileras até a Plaza de los Herradores, atravessando a Calle Mayor, seguindo pela Calle de los Cuchilleros até a Calle del Sacramento para na Calle de Toledo chegar à Catedral de San Isidro.
Na Calle de Toledo, 37, está a Catedral de San Isidro, que foi a igreja oficial da cidade de Madri até 1993, quando foi construída a Catedral de Nuestra Señora de la Almudena.
Edificada no estilo jesuítico, na metade do século XVII, antigo Colégio Imperial de la Compañia de Jesus, depois da expulsão dos jesuítas da Espanha, em 1767, foi remodelada.
A partir daí, San Isidro foi declarado patrono da capital espanhola e seus restos mortais trazidos da igreja de San Andrés.
Isidro Merlo y Quintana, devoto agricultor, realizou milagres após morrer e tornou-se o santo padroeiro da cidade.
Quando San Isidro morreu, por volta de 1170, foi enterrado como indigente. Entretanto, no século XVII, uma violenta disputa entre os padres de San Andrés e da Capilla de San Isidro foi iniciada em torno da custódia dos restos mortais do santo. A briga se arrastou por um século e os restos foram transferidos para a nova Catedral de San Isidro, onde estão até hoje.
A Catedral abriga, também, a imagem de sua esposa, Santa Maria de la Cabeza.
Santa Maria de la Cabeza

 

No era de jazmín su frente,

 

ni eran de sol sus cabellos,

 

ni estrellas sus ojos bellos,

 

que otra luz más excelente

 

puso la virtud en ellos.
Era un fénix de hermosura,

 

y veíase el alma pura,

 

por su rostro celestial,

 

como si por un cristal

 

se viese alguna pintura.
Lope de Vega

 

(Año 1622)
San Isidro y Santa Maria de la Cabeza, rogad por nosotros.
Realizamos esta visita em meio às comemorações do dia de Santa Maria de la Cabeza. Uma verdadeira benção, não ?
Oración
Señor Dios que hicisteis que un labrador fuese patrón de la noble capital de España, concédenos, por la intercesión del glorioso San Isidro, quien profesó vuestra santa fe y gran amor a la Virgen Maria, que a imitación suya, practiquemos las virtudes cristianas como él las vivio.
San Isidro y Santa Maria de la Cabeza, rogad por nosotros.
Retornamos pela própria Calle de Toledo até a Plaza Mayor, que originou-se da velha Praça dos Arrabaldes, por situar-se atrás dos muros da cidade, principal núcleo comercial da Madri medieval.
No princípio destinava-se à contemplação de atividades públicas: corridas de touros, autos de fé e execuções públicas, como a queima de hereges condenados pela Inquisição.
O primeiro grande acontecimento público ocorrido nesta praça foi a beatificação do patrono de Madri, San Isidro, em 1620.
Sofreu três incêndios, o que levou a sucessivos reparos, o último em 1961.
No centro da praça a estátua eqüestre de Felipe III.
Saímos da Plaza Mayor pelo Arco de Cuchillero, caindo na Calle de Cuchilleros, retornando, então, pela Plaza de los Herradores, Calle de las Hileras, chegando a Calle del Arenal.
Lanchando no Cafe & Te Arenal, Calle del Arenal, 20.

 

. dia 10/09/2008
Nos dirigimos ao Metrô Estação Sol, indo até a Estação Atocha Renfe, onde pegamos o trem com destino a Toledo, portanto, se for do seu interesse nos siga em Nosso Roteiro em Toledo.
Estación de Atocha, a mais importante de Madri. É possível pegar metrô, trens para cidades próximas e até trens de alta velocidade para destinos como Sevilha ou Córdoba. Com pardes de vidro e um jardim tropical interno.
Retornamos de Toledo, descendo na Estação Atocha Renfe, pegando o Metrô até a Estação Sol, nosso destino a Pizzaria Calle de la Escarila com Plaza Isabel II, Café del Real.

 

. dia 11/09/2008
Descemos a Calle del Arenal até a Plaza de la Puerta del Sol, onde tomamos o Metrô na Estação indo ate a Estação Santiago Bernabeu.
Adivinhem para ir aonde ???
Saímos na Plaza Lima, em frente ao Estádio Santiago Bernabéu, Paseo de la Castellana, 140, sede do Real Madri Futebol Clube, com capacidade para mais de 76 mil torcedores.

 

Descubre la Ruta del Corazón Blanco.
Fizemos o Tour Bernabéu: Panorámica del Estadio; Exposición de Trofeos; Terreno de Juego; Palco de Honor; Zona Técnica, Banquillos y Túnel de Jugadores; Vestuarios; Sala de Prensa e Tienda Bernabéu.
Ao sair do Estádio Santiago Bernabéu, percorremos o Paseo de la Castellana, com uma parada para um lanche, na Cafeteria Don Gil, no nº 122, onde aprendemos a diferença entre:

 

bocadillos, sanduiches de pão francês e

 

sanduiches, feitos com pão de forma.
Depois desta parada estratégica, continuamos nossa caminhada pelo Paseo de la Castellana. E que caminhada !
No nº 34 do Paseo de la Castellana, o ABC Serrano Centro Comercial.
Nesta altura, já estávamos próximos da Plaza de Colón e logo chegamos a ela, uma praça dedicada a Cristovão Colombo, com monumentos que simbolizam o Descobrimento da América. Há uma escultura de Colombo, do século XIX, igual a que está no porto de Barcelona. Os relevos na base mostram a Rainha Isabel de Castela, vendendo suas joias para financiar a viagem. Próximas à Calle de Serrano, três placas monumentais simbolizam os três navios que partiram para a América em 1492. E, ainda, os Jardines del Descubrimento.
Nossa caminhada, então, continuou pela Calle de Serrano, a rua de compras mais exclusiva de Madri.
Pela Calle de Serrano chegamos a Plaza de la Independencia. Nela a Puerta de Alcalá, encomendada por Carlos III, construída em 1778, no local de um portão barroco, que havia sido feito por Felipe III para a chegada de sua mulher Margarida da Áustria (Arco do Triunfo de Madri).

 

 

As Puertas Monumentales de Madrid são herença da primeira muralha da Madri árabe e das posteriores cercas fiscais:

 

– Puerta de Alcalá (1778)

 

– Puerta de Toledo (1813-1827)

 

– Puerta de Hierro (1751)

 

– Puerta de San Vicente (1775)

 

– Puerta Real de Jardín Botánico (1781)

 

– Edificio de la Puerta de Europa (1992)

www.latiendademadrid.com

A partir daí, seguimos pela Calle de Alcalá, outra longa caminhada e põe longa nisso.
Uma parada na Moulin Chocolat, na Calle de Alcalá para adoçar a boca.
Seguindo, uma loja que nunca havíamos visto antes, La Tienda del Espía, na Calle de Alcalá, 143: ” en el sector de la seguridad contra espionaje y nuevas tecnologías te ofrece una amplia gama de productos y servicios para realizar tus propias investigaciones.”
Continuando pela Calle de Alcalá, chegamos à Igreja Nuestra Señora de Covadonga, em frente à Plaza de Manuel Becerra e em meio aos Jardines de Maria Eva Duarte de Perón.
Por fim, na Calle de Alcalá, 237 a Plaza Monumental de Las Ventas, construída em 1929, tem arcos em forma de ferradura.
Ao redor é possível ver monumentos de famosos toureiros como Luis Miguel Dominguín, José Cubero, morto durante uma exibição, do médico Alexander Fleming, inventor da penicilina, responsável pela salvação de muitos toureiros contra a infecção das bactérias das chifradas. Aos miúras, touros criados para a arena, nenhum reconhecimento.
Junto a esta Plaza está o Museu Taurino, com variada coleção de objetos relacionados às touradas.
Em cada tourada se apresentam três toureiros e seis touros. Os que espetam banderillas no animal são chamados de banderilleros. O barrigudo (característica obrigatória) montado a cavalo chama-se picador. Todos fazem parte de uma quadrilla, ou seja, o “time” do toureiro.
Jose Tomas, El Fundi e Cayetano Rivera Ordones são alguns dos toureiros em evidência naquele momento (2008).
A 200 m da Praça de Toros Monumental de Las Ventas, a Casa Toribio, na Calle Cardenal Belluga, 14, único restaurante taurino onde se prepara a carne dos touros abatidos em plena arena, sendo o rabo a parte mais requisitada.
Retornamos de Metrô da Estação Ventas para a Estação Sol.
Saindo da Estação Sol, seguimos pela Calle Mayor até a Plaza Mayor, onde nos sentamos e jantamos no Bar Tineo, apreciando a movimentação na Plaza Mayor.
Fizemos, então, o caminho de volta ao hotel.

 

. dia 12/09/2008
Descemos a Calle del Arenal até a Plaza Puerta del Sol, seguindo, então, pela Calle de Alcalá.
Nos números 7 e 9, a Real Casa de la Aduana, a alfândega real, pedra angular dos planos de Carlos III para urbanizar a cidade. Em 1761, os estábulos da rainha e mais 16 casas foram demolidos para dar espaço à obra-prima neoclássica de Francesco Sabatini e onde funciona o Ministério das Finanças.
No número 13, a Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, um edifício do século XVIII. Entre os antigos alunos estão Salvador Dali e Pablo Picasso.
rabasf.insde.es
No nº 15, o Casino de Madri, de 1836.
No nº 20, o Teatro Alcazar.
No nº 39, bem na esquina com a Gran Via, está o Edíficio Metrópolis. De inspiração francesa, inaugurado em 1911, para a Companhia de Seguros La Unión y el Félix, vendido no começo dos anos 70 para a Seguradora Metrópolis.
A torre do prédio sustenta uma cúpula, onde ficava uma estátua da ave Fênix, símbolo da primeira empresa, substituída por uma vitória-régia. A fênix é o lendário pássaro egípcio que morreu queimado em uma pira funerária, mas que a cada 500 anos ressurge das cinzas.
No nº 43, a Igreja de San Jose, que fazia parte de um convento carmelita fundado em 1605, que foi demolido em 1863, para dar lugar a um teatro. No reinado de Felipe V, aiIgreja foi construída. Guarda algumas imagens marcantes, como a Virgem del Carmem e o Cristo del Desamparo.
Em frente a Igreja de San Jose, o Círculo de Bellas Artes, cujo maior destaque é a estátua de Minerva, a padroeira das artes, no alto do telhado.
No nº 50, o Banco de España, inaugurado em 1891, possui três fachadas, voltadas para a Plaza de la Cibeles, Calle de Alcalá e Paseo del Prado.
No cruzamento da Calle de Alcalá e o Paseo de la Castellana, a Plaza de la Cibeles, construída no final do século XVIII, Sybil ou Cibeles, mulher de Saturno.
A Fonte de Cibeles é o grande destaque, bem no centro da praça.
A estátua greco-romana da deusa da natureza, considerada a mãe da vida e da fertilidade, esculpida em mármore, tem um cedro e as chaves da cidade em suas mãos e aparece sentada em um carro puxado por leões. É uma das mais belas, em especial à noite, quando está toda iluminada.
Quatro edifícios estão ao redor da praça:
Palácio de Comunicações (1905 e 1917), sede do correio de Madri;
Banco de España (1883 e 1891);
Palácio de Linhares, abriga a Casa de América e
Quartel-General do Exército, antigo Palácio de Buenavista, de 1777, que pertenceu à duquesa de Alba, mulher belíssima, que foi amante de Goya.
Nesta praça, a torcida do Real Madri comemora as conquistas do time.

 

Tomamos, então, o Paseo de Recoletos, bonita avenida onde surgiram os primeiros cafés no século XIX, quando o bulevar ainda era conhecido como “a praia de Recoletos”. Muitos deles desapareceram nos anos 1980, quando La Movida trouxe vida nova às suas calçadas.
No nº 10 do Paseo de Recoletos morou o Marquês de Salamanca, Ministro das Finanças aos 34 anos de idade, que se aproveitou do cargo para enriquecer, mas cujos hábitos perdulários o obrigaram a refugiar-se na França em 1847 para fugir dos credores. Ao retornar, dois anos depois, dedicou-se à especulação financeira, que acabou por levá-lo à ruína e à morte com uma dívida de mais de 6 milhões de reales.
Retornando pelo lado ímpar do Paseo de Recoletos, a Igreja de São Pascoal, para de novo acessar a Calle de Alcalá até seu encontro com a Gran Via.
A Gran Via é uma das principais avenidas de Madri, inaugurada em 1908, onde além do Edifício Metrópolis, está o Edifício Grassy.
O Edifício Grassy é o nº 1 da Gran Via, seu nome decorre do nome da joalheria que nele se instalou. No sótão fica o Museu del Reloj Grassy, com uma coleção de cerca de 500 peças dos séculos XVI a XIX, de diversas nacionalidades, que valem a visita. O prédio foi construído em 1917.
Chegando à Plaza de la Red de San Luís, entramos na Calle de Fuencarral e exploramos seu comércio.
De volta a Gran Via, no nº 28, o Edifício Telefônica, que foi por muito tempo o edificio mais alto da capital espanhola, com mais de 80 m de altura, construído em 1929. Teve papel importante durante a Guerra Civil Espanhola, quando foi usado pelo exército republicano como ponto de observação das tropas inimigas aquarteladas na Casa de Campo.
Lanchamos no Restaurante Zahara Cafe y Cerveceria, na Gran Via, 31.
Retornamos até a Calle de Hortaleza e fomos à Calle de las Infantas, mas a loja El Elefante Blanco, fundada por um ex-artista de circo estava fechada para a siesta.
De volta a Gran Via, caminhamos até a Plaza del Callao, seguindo, então, pela Calle de Preciados, Calle Tetuan, saindo na Calle del Arenal.
Pela Calle de los Bordadores chegamos à Plaza Mayor, percorrendo seu comércio.
Uma loja me conquistou, afinal uma atração por leques me acompanha, a El Arco Artesania. E foi aí que descobrimos algo que até então desconhecíamos:
“El lenguaje del abanico.”

 

Hoy día, el abanico no es más que un complemento

 

que nos ayuda a sobrellevar el calor.
Pero en su época dorada

 

era todo un vehículo de comunicación entre mujeres y hombres,
con el que cada postura o forma de sujetarlo era un mensaje cifrado.
Não precisa perguntar, eu respondo, claro que comprei um lindo abanico.
Saindo da Plaza Mayor pela Calle de Toledo, no nº 11, conhecemos a loja Equipos de Football, que tem tudo para quem gosta de futebol, com claro favoritismo pelo Real Madri.
Mais a frente, nos números 53 e 55, a famosa doceria Caràmelos Paco, com 2000 tipos de caramelos.
Caminhamos pela Plaza de la Cebada, descendo pela Calle de la Cava Baja.
Seguimos, então, pela Calle de Cuchilleros, onde estão diversos restaurantes tradicionais como o Botin, uma taverna que abre todos os dias há 273 anos, sem nunca ter mudado de nome ou de ramo de atividade, um recorde registrado pelo Guiness.
Numa determinada tarde, no início dos anos 90, um emissário do Guiness surgiu na Calle de Cuchilleros, 17, no coração do Casco Viejo (o bairro mais antigo de Madri) e entregou ao proprietário um diploma que oficializava que a Antigua Casa Sobrino de Botin era, reconhecidamente, o restaurante mais antigo do mundo.
A grande glória do restaurante, do ponto de vista literário, é ter sido citado na cena final do livro “The Sun Also Rises”, de Ernest Hemingway, quando os personagens Brett e Jake almoçam no Botin.
Sua piéce de resistance ainda é o cochinillo assado, um leitãozinho de 21 dias, que experimentamos nessa noite, num jantar para o qual já havíamos feito nossas reservas.

 

A Calle de Cuchilleros é uma ruela sinuosa pegada a Plaza Mayor, onde existiam várias oficinas de artesãos ferreiros, muitos dos quais fabricavam facas (cuchillos), donde derivou o nome.
Arco de Chuchilleros (Arco dos Cuteleiros), passagem de pedestres muito pitoresca.

 

. dia 13/09/2008
Pela Calle del Arenal chegamos a Plaza de la Puerta del Sol para pegar o Metrô na Estação Sol até a Estação Atocha Renfe.
Pegamos, então, o trem que nos levaria a El Escorial e mais só seguindo Nosso Roteiro em El Escorial.
Ao retornar, descemos na Plaza de la Puerta del Sol e seguindo pela Calle del Arenal para, em seguida, pegar a Calle de San e chegar à Calle de la Misericordia, onde fica o Monasterio de las Descalzas Reales.
Antigo palácio do tesoureiro real, foi comprado pela irmã de Felipe II, Joana da Áustria, em 1555, que decidiu transformar o palácio renascentista onde moraram Carlos I e Isabel de Portugal, em um convento franciscano para monjas nobres de sangue real, conhecidas como as “Nobres Descalças”.
Quando as filhas da nobreza espanhola do século XVII retiravam-se do mundo em busca de uma vida devota, os dotes doados a este convento real eram transformados em fabulosas obras de arte.
Nesta visita, assistimos uma missa, agradecendo a oportunidade desta viagem e de estarmos ali, juntos, orando a Deus.
Encerrando o dia e a própria viagem, entramos numa pequena travessa da Calle del Arenal, a Pasadizo de San Gines, para comer o melhor churros de Madri, na Chocolateria San Gines.
Nesta noite a cidade de Madri foi puro agito: “La Noche en Blanco.”

. dia 14/09/2008

De taxi do Hotel Francisco I com destino ao Aeroporto Internacional Madri-Barajas, de volta para casa.

 

Curiosidade: Las Meninas o mujeres de la Corte Barroca del Siglo XVII y sus vestidos, definem un Madrid centro de las decisiones de medio mundo, eje y espejo de la moda. Velázquez las inmortalizó. Existem versões atuais delas: Juana, Aurora, Lola, Rossina, María.

 

 

Que tal um pouco da história de Madri ?
A história da Espanha é uma sucessão de invasões e reconquistas. Gregos e cartagineses foram os primeiros a chegar, mas logo foram substituídos pelos romanos, que, bem depois, cederam lugar aos visigodos. Os bizantinos mantiveram controle sobre a costa mediterrânea, mas os mouros levaram a melhor no século VIII e ficaram por lá até o século XI, quando a cristandade reconquistou o território. Essa sopa cultural fez dos espanhóis um povo sui generis. Eles são anárquicos e ao mesmo tempo conservadores. Modernos e tradicionalistas. Festivos e familiares.
Em 1561, na era das Grandes Descobertas veio o status de capital do império.
Duas dinastias governaram a Espanha: a dos Austrias (por causa da dinastia dos Habsburgo-austríacos), que se manteve no poder por quase 200 anos, até a morte de Carlos II, um rei sem herdeiros. A partir de 1700 a sucessão da Coroa Espanhola ficou aberta. A França apresentou como candidato Felipe de Anjou, neto de Luis XIV, mas a Áustria, a Inglaterra, a Holanda e Portugal ficaram alarmados com a possibilidade de uma aliança hispano-francesa. Começou, então a Guerra de Sucessão Espanhola, que acabaria com o Tratado de Ultreque, em 1713, pelo qual o Duque de Anjou se tornava Felipe V, o primeiro monarca Bourbon de Espanha.
Por causa desta parte da história o centro de Madri foi dividido em duas partes: a Antiga, erguida pela dinastia dos Habsburgo e a dos Bourbon, que se mantém no trono até hoje.
Alguns séculos depois, o general francês Napoleão Bonaparte, no seu plano de expansão pela Europa, invadiu a Espanha. A Inglaterra se uniu ao exército espanhos e, juntos, derrotaram os franceses.
O país passou ainda por alguns golpes de estado. O último foi a tomada de poder pelo general Francisco Franco. Foi um período difícil, com perseguições políticas, guerra civil, restrições democráticas, proibições de festas e tradições espanholas. Somente com a morte de Franco, em 1975, a monarquia foi restabelecida. Com a morte do governante, Madri se tornou o centro do que se chama la movida madrileña, explosão boêmia, cultural e artística, quando houve o renascimento das artes e expressões populares, entre elas, as festas e a agitada vida noturna.
A História é, na maioria das vezes, contada pelos vencedores. Mas os derrotados podem deixar registros dos mais importantes. O Governo da Espanha liberou para o público o chamado Arquivo Vermelho, uma impressionante coleção de fotos da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) feita pelos republicanos, com o objetivo de documentar os danos que o conflito causava no país, sobretudo na capital. São mais de 3 mil fotos que revelam o drama da população civil diante dos avanços das tropas franquistas, os bombardeios, os estragos causados às construções e o dia-a-dia das cidades em guerra. Com a vitória do General Francisco Franco e a imposição de uma ditadura nacionalista, todo o arquivo foi confiscado, ficando os documentos censurados até 1975, ano da morte do ditador. Parte das imagens não está sequer identificada e o Ministério da Cultura da Espanha pede a população que envie todas as informações de que disponha sobre as fotos, numa tentativa de preencher as lacunas e reescrever sua história.
As imagens podem ser acessadas no site do Ministério da Cultura da Espanha: http://pares.mcu.es/ArchivoRojo/inicio.do
Foram beatificados 498 religiosos espanhóis mortos durante a Guerra Civil (1936-1939) e que apoiaram o ditador Francisco Franco. Muitas igrejas espanholas foram atacadas e algumas incendiadas pelos republicanos, durante a Guerra Civil. A frase repetida pelo ditador fascista “Por Deus e pela Espanha” e o apoio direto do clero ao golpe militar provocaram um ambiente anti-religioso para os que lutavam contra Franco. Na maioria das igrejas permanecem placas de mármore com nomes de religiosos mortos e descrições como: “morreu pela Espanha, mártir contra o marxismo e por Franco com a Graça de Deus”. A decisão causou e causa polêmica, uma vez que enaltece os caídos de um dos lados da guerra. As estimativas indicam a morte de cerca de 500 mil pessoas durante o conflito e de 450 mil exilados.
O Rei Juan Carlos assumiu o trono, onde está até hoje, e desde então a Espanha passa por sucessivos projetos para se modernizar sem se esquecer de sua história. Mesmo com os atentados terroristas do dia 11 de março de 2004, quando várias explosões mataram quase 200 pessoas na estação Atocha do metrô e arredores, a cidade continua em crescimento.