Embarcamos em 30/08/2008, às 19:10 horas, pela Ibéria, do Rio de Janerio para Madri, onde aterrisamos às 9:50 horas, para às 11:50 horas do dia 31/08/2008 seguir com destino a Sevilha, também pela Ibéria, onde chegamos às 12:50 horas.
Começamos esta viagem sendo presenteados com a transferência de nossos assentos para a 1ª Classe. D+ !!!
Alma moura e coração espanhol,

 

assim é Sevilha,

 

berço do flamenco e capital da Andaluzia.
A Espanha se divide em 17 comunidades autônomas e duas cidades autônomas (Ceuta e Melilla).
Uma destas 17 comunidades autônomas é a de Andaluzia, que se divide em oito províncias que, por sua vez, se dividem em 770 municípios. A capital da Andaluzia é a cidade de Sevilha.
‘Sevilha é uma cidade íntima.
Você anda nas ruas de Sevilha
como você anda no corredor de sua casa.’
(João Cabral de Melo Neto)

 

De autocares fizemos o percurso do Aeroporto San Pablo ao Barrio de Santa Cruz, cerca de 12 km.
“No Bairro de Santa Cruz,

 

você se sente dentro de um filme sobre a Idade Média.”
Escolhemos para nos hospedar, o Hotel Murillo**, Lope de Rueda, 7 e 9, com uma decoração clássica, que inclui armaduras, antiguidades, mobiliário e tetos trabalhados à mão, que por si só já são uma atração.
Hotel Murillo, en el corazón de Sevilla.

 

Era preciso repor as energias e, para isto, escolhemos o Café Restaurante Alianza, na Calle Rodrigo Caro, 9.
. dia 01/09/2008

Nossa direção ? A Estação Plaza de Armas, Avenida del Cristo de la Expiración, s/nº, no Bairro El Arenal.

 

Nosso objetivo ? Embarcar num ônibus (DAMAS S.A.) com destino à Huelva (90 km), onde pegamos um taxi, na Estacion de Autobus de Huelva, para nos levar até El Almendro (55 km).

 

Porque El Almendro ? Se você estiver interessado nesta resposta, descubra-a em Nosso Roteiro em El Almendro.
De volta a Sevilha, ao descer na Estação Plaza de Armas, o relógio digital em frente a estação marcava 41º !!!
Em frente à estação, o Centro Comercial Plaza de Armas, que tivemos oportunidade de percorrer.
Festejamos este dia no Tablao Flamenco Los Gallos, Praça de Santa Cruz, 11, inaugurado em 1966, o mais antigo de Sevilha, onde atuaram artistas como Antonio Mairena (1909-1983), um dos maestros do canto jondo andalua, oferece um espetáculo genuíno, com o mais puro canto e baile flamencos.
“As cores dos vestidos do flamenco são seu guia para as quatro emoções flamencas essenciais. O vermelho é a paixão; o amarelo é a felicidade; o preto é a tristeza e a sedução pode vir em quase qualquer cor.”

 

“A dança flamenca é uma fusão de todas as culturas e raízes sevilhanas”, diz Kurt Grotsch, curador do Museu de Dança Flamenca.
Ainda houve disposição para uma esticadinha no Bar La Esquina, em frente ao hotel, Calle Lope de Rueda, 18.
. dia 02/09/2008

 

Começamos o dia indo até a Torre del Oro, Paseo de Cristobal Colón, onde pegamos o ônibus Sevilla Tour para um City Sightseeing, descendo na parada Isla Magica.
Atravessamos a pé a Puente de la Barqueta, construída para a Expo 92.
Descemos a Resolana ate a Basílica de la Macarena, Calle Becquer, 1, e as Muralhas de la Macarena.
A Hermandad de la Macarena foi fundada em 1595, no convento sevilhano de São Basílio, como congregação hospitalar, para assistir aos doentes, praticar caridade e a penitência.
No retábulo maior está a Virgem da Macarena, realizada entre os séculos XVII e XVIII, atribuída a La Roldana (filha do escultor Pedro Roldan). Esta Virgem é famosa pela bela expressão de seu rosto, entre o sorriso e o pranto.

 

Em 23 de maio de 1964, a Macarena foi coroada canonicamente pelo Cardeal Bueno Monreal na Catedral de Sevilha.

 

Em 1966, foi concedido ao templo da Macarena o privilégio de ser declarado Basílica.
Salve de la Coronación a la Macarena

 

Dios te salve Macarena

 

Madre de Dios sevillana
Reina celestial y humana
por la gracia de tu pena.
Corredentora morena
Esperanza y salvación.
Ruega por nosotros
Reina y Madre

 

Esperanza del alma
Gracia Plena
Macarena, Macarena
Dios te Salve.

 

Esperanza Coronada
de amor y de resplandores.

 

Flor de España entre las flores
y flor de América Hispana.
Madre de Dios Sevillana
Esperanza y salvación.
Ruega por nosotros
Reina y Madre
Esperanza del alma

 

Gracia Plena
Macarena, Macarena
Dios te Salve.

 

Na Basílica de la Macarena, em Sevilha, e depois na Catedral de la Almudena, em Madri, encontramos a imagem de Santa Angela da Cruz, nascida nos arredores de Sevilha em 30/01/1846.

 

Seu confessor ajudou-a a encontrar sua vocação: ser monja. Contudo, por problemas de saúde, teve que viver como “monja sem convento”.

 

Fundou o Instituto das Irmãs da Cruz. Em 1879 foram aprovadas as primeiras Constituições pelo Bispo Diocesano, tendo como carisma a oração, a austeridade, contemplação e alegria no serviço aos pobres. Depressa se estenderam por toda a Espanha, chegaram à Itália e à América. O decreto de aprovação da Companhia só foi assinado pelo Papa São Pio X, em 1904, tendo sido a Irmã Angela nomeada Supriora Geral, reeleita por quatro vezes, destacando-se pelas suas virtudes de naturalidade e simplicidade.

 

Faleceu em 02/03/1932, em decorrência de uma trombose cerebral. Foi beatificada pelo Papa São João Paulo II em 05/11/1982, para ser depois canonizada durante sua viagem pastoral a Madri. Seu corpo encontra-se incorrupto na Capela da Casa Mãe, em Sevilha.

 

Após visitar a Basílica da Macarena, caminhamos pelas muralhas de mesmo nome, onde no arco frontal, uma das 17 portas de entrada em Sevilh, uma inscrição em latim nos remete para uma entrada em terrenos celestes.
Seguimos, então, por toda a Calle de San Luis, passando pela Plaza de Pumarejo, indo até a Plaza San Marcos.
No caminho compramos e comemos algumas frutas (pera, maçã e uvas).
Visitamos a Iglesia San Gil, bem atrás da Basílica da Macarena.
Passamos pela Iglesia Santa Marina, que estava fechada.
E nos surpreendemos com a belíssima Iglesia de San Luis de los Franceses, construída entre os anos de 1699 e 1731, num terreno cedido gratuitamente por D. Lucía de Medina à Companhia de Jesus para construçpão de um noviciado, com a condição de que o templo se consagrasse a San Luis, Rei de França, e que ela fosse enterrada na Capela Maior.

 

Caminhamos até a Iglesia San Marcos, que estava fechada.
Retornamos pelas mesmas Calle de San Luis e Resolana.
Na Resolana paramos no Kosco Bar Torre de Los Perdigones.
Um outro belo programa nos aguardava: a Cámara Oscura y Mirador da Torre de los Perdigones. Um verdadeiro passeio comentado por toda Sevilha, além de uma esplendida vista do mirante.
Sevilla en tus manos.
Atravessamos de volta a Puente de la Barqueta para pegar o Sevilla Tour na mesma parada Isla Mágica, completando o percurso iniciado na Torre del Oro e dando uma volta completa, sem descidas no caminho, oportunidade em que pudemos apreciar o Bairro Triana.

 

Neste city tour, rodeamos a Plaza de España, um lugar lindo construído para a Exposição Ibero Americana de 1929. Seus bancos de azulejos representam as províncias do país.
Próximo a Plaza de España pode-se caminhar no verde Parque de Maria Luisa e passar em frente à famosa Antigua Fabrica de Tabacos, local onde funcionava uma fábrica tradicional de tabaco e onde supostamente trabalhava a heroína de Bizet, Carmem, da ópera homônima. A morena enrolava charutos, em meio a milhares de outras cigarreras, em sua maioria ciganas. Hoje o prédio pertence à Universidade de Sevilha.
“Carmem seductora como Sevilla y Sevilla seductora como Carmem.”
Na porta principal de La Fábrica de Tabacos um frontal triangular é arrematado por uma escultura de la Fama e foi, em sua época, o maior edifício industrial da Espanha. Foi construído por engenheiros militares como se fosse um forte, com medidas de segurança que incluíram um fosso, rodeando a edificação. O tabaco foi introduzido na Europa, através de Sevilha e la Fabrica de Tabaco de Sevilha foi a primeira construída na Europa.

 

Após descer do ônibus na parada Torre del Oro, caminhamos pelo Paseo de Cristobal Colón até a La Plaza de Toros de la Real Maestranza de Caballeria de Sevilla, uma das maiores arenas do mundo, com 30 lados totalmente diferentes.
Com 200 anos é a mais antiga arena de touradas da Espanha.
Existe um museu taurino, Museu de Taurimaquia, que conta toda a história da cultura das touradas, que originalmente eram apenas “brincadeiras” de cavaleiros, algo como vir a cavalo e enfiar uma lança em uma argola.
A temporada taurina começa no domingo de Páscoa e continua na semana seguinte na Feira de Abril, durante a qual são realizados espetáculos dos quais participam os maiores toureiros da atualidade. As corridas também acontecem no feriado de Corpus Christi, no dia 15 de agosto (em comemoração à Virgem dos Reis, padroeira da cidade) no último fim de semana de setembro (na Feira de São Miguel) e em 12 de outubro (dia da Virgem do Pilar), encerramento das corridas oficiais. E, ainda assim, durante todos os domingos de maio, junho e setembro acontecem as novilladas, espécie de treinos para aprendizes de toureiros.
“La suerte o la muerte!”
Saimos de La Maestranza, passamos pelo Teatro de la Maestranza. Não entramos. O palco do Maestranza é o de maiores dimensões da Espanha (18,5 x 9,5 m).
Entramos na Calle Dos de Mayo, passando pela Plaza Cabildo, chegando a Avenida de la Constitucion.
E, como saco vazio na para em pé, lanchamos na Bodega Santa Cruz Las Colunatas, na Calle Rodrigo Caro, 1.
La Delicia del Barrio, na Calle Mateos Gago, 15, vende doces feitos pelas Monjas Cistercienses do Real Monasterio de San Clemente (Calle Reposo, 9).
. dia 03/09/2008
Plaza Santa Cruz, foi o lugar escolhido para começar este dia.
La Cruz de Cerrajería é uma bela obra de ferro forjado do século XVII, mais precisamente de 1692, de Sebastián Conde, rodeada por um cuidado jardim. Foi transportada da Calle Sierpres com a Calle Rioja para a Praça Santa Cruz em princípios do século XX, mais precisamente em 1918, quando foi remodelada.
Alguns historiadores consideram que o verdadeiro nome de La Cruz de la Cerrajería era La Cruz de las Sierpes, “serpientes”.
O Bairro de Santa Cruz cresceu ao redor da Igreja que havia neste lugar até princípios do século XX e que deu nome ao bairro. Aí se encontra enterrado o pintor Bartolomé Esteban Murillo (1617-1687) e outros sevilhanos ilustres. Nesta praça se encontram o Consulado Geral da França e o Tablao Flamenco Los Gallos.
Plaza Dona Elvira
Uma das praças mais populares e animadas do Bairro de Santa Cruz e da cidade. O nome desta praça se deve a Dona Elvira de Ayala, filha do Chanceler Don Pero Lopez de Ayala, que recebeu do Rei Enrique III de Castilha (1379-1406) a antiga aljma judia.
Na casa de nº 6, uma das mais fotografadas do bairro, nasceu Dona Inés de Ulloa, o imortal amor de Don Juan Tenorio, protagonista da obra teatral homônima (“Don Juan Tenório”), publicada em 1844, por José Zorrila. O tema de Don Juan Tenório foi em primeiro lugar desenvolvido por Tirso de Molina, em sua famosa obra “El Burlador de Sevilla”, 1630, e nela a figura de Dona Inés se chama Dona Ana de Ulloa. “… el amor salvo a Don Juan al pie de la sepultura.” É a obra dramática mais popular e mais vezes representada na Espanha, tradicionalmente representada na Festa de Finados, em 02 de novembro.
Há uma escultura de Don Juan na Plaza de los Refinadores. Uma placa de azulejo em sua fachada recorda o fato.
Nesta praça, no século XVI, Miguel de Cervantes estreava suas obras. Nela se encontra o Bar, Restaurante & Tapas Dona Elvira, com entrada pela Calle de la Gloria, que oferece a oportunidade de se desfrutar de uma ampla mostra da gastronomia sevilhana, além de ser um dos lugares mais típicos e cantados do Bairro de Santa Cruz.
Diz-se que Don Juan teria nascido na Calle Justino de Neve,2, hoje ocupada por um prestigiado restaurante, que faz esquina com a Plaza de los Venerables e de frente a Hostería (hospedaria, pensão, estalagem) del Laurel.
“Entre los barrios sevillanos existe uno de leyenda, pues son sus calles tan solitárias que es um encanto y em le verano em ninguna de ellas penetra el sol. Plaza preciosa de Doña Elvira, es el más bello placer em esta vida, preciosas, bellas, también notables, Santa Teresa, Lope de Rueda y Los Venerables, plaza preciosa de Doña Elvira, Calle Pimienta y del Água el callejón, bellos Jardines de Murillo, lo más hermoso que Dios creó.”
Ainda na Calle de la Gloria, se encontra uma das tabernas mais famosas de Santa Cruz, a Casa Carmelo Tapas y Gastronomia Sevillana, instalada em uma típica casa sevilhana, onde são celebres suas aceitunas (azeitonas) gordales del Aljarefe e seu gazpacho (sopa fria de legumes). Esta Calle desemboca na Praça do antigo Hospital de los Venerables.
Hospital de los Venerables Sacerdotes
Fundado pelo cônego da Santa Igreja Catedral de Sevilha, Justino de Neve, em 1675, para residência de veneráveis sacerdotes anciãos, doentes ou transeuntes.
Atualmente, é uma fundação cultural, a Focus-Abengoa-Fundación Fondo de Cultura de Sevilla (Focus), que tem por finalidade promover a cultura em suas diversas manifestações artísticas e científicas, atendendo a conservação, difusão e desenvolvimento do patrimônio histórico e cultural de Sevilha. Esta fundação nasceu em 1982, propiciada por Abengoa.
Seu pátio central e a Igreja de 1689, consagrada a São Fernando, ambos em cores vivas, são maravilhosos.
O pátio, o mais belo dos pátios sevilhanos, é desenho do arquiteto barroco Leonardo de Figueroa (1630-1750).
Ainda na Plaza de los Venerables, o Restaurante Santa Cruz, que conta com três espaços, perfeitamente diferenciados: o Pátio Central, de colunas de mármore e fonte ao centro; o Salón Taurino, um pequeno museu, digno de ser visitado e o pátio-jardim com entrada pela popular Calle Pimenta.
Plaza de los Venerables, cujo nome decorre do Hospital de Venerables Sacerdotes. Nas fachadas desta praça existem dois retábulos, um em azulejo e outro em bronze, esta obra do escultor sevilhano Francisco Parra, que confirma o marianismo da cidade mariana de Sevilha, com a inscrição: “Púsose este retablo com motivo Del CL aniversario de la proclamación Del Dogma de la Inmaculada, para mayor Honra y Gloria de la Madre Del Redentor. Sevilla MDCCCLIV – MMIV.”
Catedral
“Hagamos una Iglesia que los que la vieren labrada nos tengan por locos !”
“Façamos uma obra tão grande que quando a vejam nos tomem por loucos !”
Foi esta a ordem eclesiástica que deu origem à monumental Catedral de Sevilha, também conhecida como Catedral de Santa Maria da Sede ou da Sé, erguida no centro histórico, junto à judiaria (bairro de judeus), onde se venera Nossa Senhora de los Reyes, Patrona de Sevilha e da Arquidiocese, imagem gótica do século XIII e que pertenceu a Fernando III, o Santo, cujo corpo incorrupto se encontra numa urna de prata dourada aos pés da Virgen de los Reyes.
Assombrosa no exterior pelas suas dimensões e profusão de detalhes esculpidos em pedra, esta catedral é a terceira edificação cristã em tamanho, depois da Basílica de São Pedro (Roma) e da Catedral de São Paulo (Londres).
Construída entre 1401 e 1507, onde se achava a bizantina Basílica de São Vicente, ocupa 22.720 m², tem 26 capelas, 17 altares, três pátios, cinco naves, dois oratórios e duas sacristias, além de coro e entre coro.
Todas as medidas pecam por excesso: as cinco naves interiores são cobertas por setenta abóbadas, a custódia pesa trezentos quilos e o altar principal exibe mais de mil figuras representativas de diferentes cenas da vida de Cristo.
O órgão, impressionante, possui 6700 tubos e pode ser ouvido todos os domingos na missa das 9:30 horas.
Junto a uma das portas há a sepultura em que estariam, a partir de 1902, parte dos restos de Cristovão Colombo, morto em maio de 1506, encontrando-se no mausoléu a representação dos quatro reinos: de Castilla, Leon, Aragon e Navarra.
Uma equipe de geneticistas, liderada por espanhóis, contando com a participação de italianos, americanos e alemães, recolheu amostras de DNA das ossadas do irmão e do filho de Colombo e as compararam com os fragmentos de Sevilha, confirmando estar Colombo no referido mausoléu.
Uma das sacristias traz de Goya u retrato de Santa Justa e Santa Rufina, mártires sevilhanas do início do cristianismo.
A Catedral foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO no ano de 1987.
Plaza de la Virgen de los Reyes
Torre da Catedral de Sevilla
No topo da Torre da Catedral foi colocada uma estátua de bronze representativa da fé católica, o triunfo do cristianismo, com estandarte que gira ao sabor do vento, como catavento. Serve, portanto, em castelhano, como giraldillo, origem do nome da torre, que mede 4 metros, sem contar o pedestal. Fundido em bronze entre 1566 e 1568.
No interior da Catedral há uma réplica de 1981, fascinante. Também, na porta do Restaurante El Giraldillo há uma escultura de El Giraldillo símbolo do estabelecimento.
A Giralda é o ícone mais conhecido da cidade e também o emblema da Catedral de Sevilha. Já existia quando esta última começou a ser construída. Ficou como um dos últimos vestígios da antiga mesquita al-moharrem, mandada construir em 1172 e inaugurada em 1182, e que existia ao lado da atual catedral.
A Giralda é uma torre com 96,60 m de altura, que pode ser vista de quase todos os pontos da cidade.
Desde o século XV, serve de campanário da Catedral.
Para chegar ao topo da torre tem-se que subir 34 rampas e um lance de escada. Uma vez la em cima a visão é espetacular.
O Pátio de los Naranjos era uma antesala da mesma mesquita, nele se encontra uma fonte, rodeada por laranjeiras, local onde os muçulmanos, à época moura, lavavam mãos e pés antes das orações, num ritual de purificação religiosa pela água.
Para chegar ao Pátio de los Naranjos passa-se ela Puerta de los Palos, de seu teto caem um crocodilo de madeira, conhecido popularmente como “el lagarto” e uma presa de elefante, presentes de um Sultão do Egito ao Rei Alfonso X e que pretendia a mão de uma de suas filhas.
Plaza de la Virgem de los Reyes
Para nos recompor, um lanche no Horno de San Buenaventura, Avenida Constitucion.
Descemos, então, pela Calle Dos de Mayo até o Paseo de Cristobal Colón e atravessamos para o lado do Rio Guadalquivir.
Guadalquivir, nome que provém do árabe “O Grande Rio”, situado no sul da Península Ibérica,, é o quarto mais comprido rio da Península (657 km), após o Tejo, o Ebro e o Douro, e o maior da Andaluzia.
Banha grandes cidades espanholas, como Córdoba e Sevilha.
Nasce nas montanhas da província de Jaén, corre lentamente na fértil planície da Andaluzia, entre a Serra Morena e a Cordilheira Bética, e deságua no Oceano Atlântico.
Foi de Sevilha que se descobriu a América. o Guadalquivir, rio que divide a cidade em duas, foi a primeira etapa do longo caminho até as Índias descobertas por Cristóvão Colombo.
E estas foram as razões que nos levaram a fazer um Cruzeiro Panorâmico, de 1 hora de duração, pelo Rio Guadalquivir, partindo da Estación Marítima Torre Del Oro.
Torre del Oro, outro símbolo da cidade. Construída no século XIII, era uma torre de vigilância do Porto de Sevilha, visando evitar possíveis invasões pelo Rio Guadalquivir. Posteriormente, serviu como prisão. À época do antigo sistema colonial abrigava as riquezas chegadas nas frotas que vinham das Índias Orientais e Ocidentais. Atualmente abriga um museu naval, que não visitamos por se encontrar fechado.
Reales Álcazares (Palácios Reais, em árabe)
Parece sacado de las Mil y Una Noche. Designam-se no plural, pois a edificação, no interior de muros fortificados, possivelmente erguidos ao redor do ano 884, por ocasião da invasão normanda à Sevilha, abriga um conjunto de palácios e jardins com diferentes linguagens arquitetônicas, que foram se agregando entre os séculos XII e XIX.
Neles se entra pela Puerta de León, assim chamada em razão do belo azulejo com um leão coroado, que sobre ela se encontra. Data do século XII.
Há ambientes e pátios internos nos estilos mudéjar (mouro + cristão), gótico, renascentista, barroco, rocco e neoclássico.
Os pontos altos são o Salón del Almirante no Palácio Del Rei Dom Pedro e o Cuarto Del Almirante, na Casa de La Contratación, onde os Reis Católicos Isabel e Fernando assinaram a Contratação de Colombo para sua viagem ao Novo Mundo, em 1492. Nesta sala fica a famosa pintura La Virgem de Los Mareantes, primeira pintura européia que representaria o Novo Mundo.
Outro ponto alto do palácio é o Patio de las Doncellas (Pátio das Donzelas), onde as mulheres da nobreza se banhavam em fontes de águas quentes. Somente os serviçais e alguns músicos podiam acompanhá-las, mas para evitar qualquer “atrevimento”, os nobres mandavam castrar os criados e os músicos eram cegados, não podendo admirar a beleza das donzelas, limitando-se apenas a tocar seus instrumentos musicais na presença delas.
Atualmente é utilizado como lugar de alojamento dos membros da Família Real ou de personalidades que visitam a cidade.
Duas praças centrais – Del Triunfo e Virgen de los Reys – onde charretes aguardam os turistas.
O nome da Plaza del Triunfo foi dado em ação de graças depois do terremoto de Lisboa em 1755. No centro está um monumento, levantado em 1918 em honra da Imaculada Conceição de Maria.
A Plaza Virgen de los Reyes ocupa parte do que foi o antigo Corral de los Olmos, centro da vida religiosa e civil sevilhana, depois da reconquista de Sevilha pelo Santo Rei Fernando III no ano de 1248.
Lanchamos na Bodega Santa Cruz Las Colunas, na Calle Rodrigo Caro, 1.

Uma curiosidade foi uma lojinha pequenina, a Populart Artesanía Antigua, Pasaje de Vila, 4 – Barrio de Santa Cruz, onde compramos um “ex-voto sevilhano”, do início do século XIX, também conhecido pelo nome de ‘milagros’.

 

O ex-voto que comprei, foi uma pequena figura de metal, no caso, de corpo inteiro, mas há de partes do corpo, de animais e de outros símbolos de oração e de esperança.
Estas figuras servem para reafirmar a oração ou a gratidão por orações atendidas.
Figuras de cavalos ou de cordeiros são usadas para pedir ajuda na cura de animais doentes ou para pedir fertilidade. Estudantes deixam livros abertos para pedir intervenção divina em suas habilidades. Corações são muitas vezes deixados como agradecimento por ter ouvidas as preces dos amantes.
 

Muito utilizados desde a antiguidade greco-romana e substituídos por ex-votos de cera, perdendo em valor artístico, mas mantendo o significado como forma de expressão da religiosidade, da fé e da esperança.

Agradeço a colaboração de uma jovem e querida amiga, Mariana Dovalski,
na tradução de texto em alemão,
que me ajudou na composição das informações acima.

 

 

Terminamos a noite na Terraza do Hotel Murillo.
Pela Calle Mateos Gago passávamos diariamente, entrando ou saindo do emaranhado de ruas estreitas da antiga judiaria. Chamava-se Calle de la Borceguinería, já que até o século XVIII nela residiam fabricantes de sapatos e borceguíes (botas de cano curto). Em 1893 passou a chamar-se Calle Mateos Gago, em homenagem ao catedrático sevilhano e cônego da Santa Igreja Catedral de Sevilha, Don Francisco Mateos Gago.

 

 

. dia 04/09/2008

 

De taxi seguimos do Hotel Murillo para o Aeroporto de San Pablo em Sevilha (12 km), com destino à Madri, onde embarcamos para Toulouse (França).