PEREGRINAÇÃO A JERUSALÉM (ORIENTE MÉDIO),
à mais de onze mil quilometros de casa.
E, como dizem os árabes, ‘maktub(estava escrito).
de 30/09/2012, domingo
à 12/10/2012, 6ª feira
Eu e meu marido havíamos retornado de viagem em 20/05/2012 e mal desfizemos as malas e retornamos ao trabalho (em 01/06/2012), abrindo os e-mail’s que se acumularam na caixa de entrada durante minhas férias, lá estava, entre muitas, uma mensagem de uma amiga de Círculo Bíblico, Eugênia Sepulveda, sobre uma Peregrinação à Terra Santa em comemoração ao Jubileu de Ouro de Consagração da Irmã Maria Elci Zerma.
Junto, o roteiro elaborado pela Demarre Tours, especializada em roteiros religiosos/peregrinações:
Peregrinar com fé … é com a Demarré !
Demarre Tour
Avenida Armando Lombardi, 350 – loja 130
Shopping Barra Point – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro – RJ
2242-4295 / 2242-2504 / 2493-1295 / 2493-1161

Irmã Elci é um instrumento de Deus entre nós e dependia do número de adesões para ter sua viagem garantida pela Demarre Tours para comemorar em grande estilo seus 50 anos de vida consagrada.

 

Todos estes ingredientes, à época, me fizeram prontamente decidir que iríamos naquela peregrinação, somando adesões que garantissem a ida da Irmã Elci.
Já tinha esta intenção e esta era a oportunidade certa e eu a agarraria com a benção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, ao que Irmã Elci respondeu:
Jesus nos espera em Jerusalém para muitas bençãos !
Era 04/06/2012 e eu estava decidida !!!
Nos acompanharia nesta viagem Padre Mauro Osório de Carvalho, nosso Guia Espiritual, que fiquei conhecendo em 06/09/2012, numa reunião do grupo, que antecedeu a viagem.
Além da Irmã Elci e do Padre Mauro, integraram o grupo a Irmã Luzia e a Irmã Lidia Resende.
Em 26/09/2012, quatro dias antes da viagem, já em contagem regressiva e emoção crescente, Irmã Elci me escreveu:
Estaremos pisando o chão do Divino Peregrino,
estaremos tocando, sentindo e vivenciando o Sagrado.
E neste espírito e nesta emoção, embarcamos rumo a Terra Santa no dia 30 de setembro de 2012.

Voamos Iberia, IB 6024, decolando do Rio de Janeiro às 19:10 horas (de 30/09/2012), aterrisando em Madri (Espanha) às 10:15 horas (de 01/10/2012), Aeroporto Madrid Barajas.

O deslocamento aeroporto-hotel foi em ônibus de turismo, ciceroneados pela Maria Luísa, uma guia de turismo local.

Durante toda a viagem, fomos acompanhados por um guia Demarre, Victor, jovem, compenetrado das suas funções, responsável, pontual, educado, disponível, paciente, alegre, um companheirão de viagem. E apoiados por guias locais.

Nossa hospedagem foi no Tryp Madri Gran Via Hotel***, Calle Gran Via, 25, excelente localização.

Este pit stop em Madri nos permitiu dar uma descansada, antes de seguirmos para Tel-Aviv (Israel).

Dica: a Lefties é um outlet da Zara, Gran Via, 32, próximo ao nosso hotel.

Nosso único compromisso neste dia, 01/10/2012, foi às 17 horas, uma missa exclusiva para nosso grupo, celebrada pelo Padre Mauro, na Iglesia San Martín de Tours, próxima à Gran Via, na Calle del Desengaño, 26, de frente para a Plaza de Santa Soledad Torres Acosta, conhecida como Plaza de Luna.

Fundada no século XII, como monastério beneditino, originalmente situada na Plaza de las Descalzas, em frente ao Real Monasterio de las Descalzas; derrubada no século XIX, passando a ocupar, em 1836, o prédio onde havia funcionado o Convento de Portacoeli, de Clérigos Menores, que aí teriam se instalado em 1643.
Segundo alguns autores, no lugar existiriam algumas casas particulares, que pertenceriam à Congregación de los Dominicos del Rosario e, segundo outros, à dos Oratorianos de San Felipe, antes de aí se assentarem os Clérigos Menores, também conhecidos como ‘Caracciolos‘.
Parte do prédio desapareceu por causa de um incêndio, em 1936, em meio às desordens produzidas pela guerra civil espanhola.
Partiendo de la celebración de la Eucaristía
que, por medio de la comunión
del Cuerpo y la Sangre del Señor,
transforma al grupo reunido en comunidad de fe y amor.

Nossa Senhora do Sorriso

Lembrai-vos,
ó Virgem Maria Mãe de Jesus,
que nunca ouviu dizer
que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção,
implorando a vossa assistência
e reclamado o vosso socorro,
fosse por vós desamparado.
Animado, pois com igual confiança,
recorro a vós, ó mãe do sorriso,
e prostro-me a vossos pés.
Não desprezeis as minhas súplicas,´
ó Mãe do Filho de Deus humanado,
mas dignai-vos de as ouvir propícia
e de me alcançar o que vos rogo.
Amém.

Mãe do Sorriso rogai por nós.

02/10/2012 – 3ª feira
Depois de uma manhã livre, às 14 horas, deixamos o hotel para um tour por Madri, com a guia Ana, irmã da Maria Luísa.
Com paradas:
. na Plaza de Toros de Las Ventas
. no Estadio Santiago Bernabeu
. na Plaza de España
. na Cripta da Catedral de Almudena, onde assistimos uma missa, exclusiva para o grupo, celebrada pelo Padre Mauro, às 17 horas.
Nossas paradas se limitaram à visitas externas, mas eu e meu marido já havíamos estado nestes mesmos locais, explorando-os um pouco mais, portanto, se for do seu interesse visite ‘Nosso Roteiro em Madri – Espanha 2008‘.
A Cripta da Catedral de Madri ‘es el Templo-Cripta más espectacular de España‘, com suas mais de 400 colunas e 20 capelas.
Uma das jóias desta Cripta é a imagem de Nuestra Señora de la Flor de Lis, uma das mais antigas em Madri. Estudos sugerem que o Rei Alfonso VI a mandou pintar em 1083.
Entra-se na Cripta pela Calle Mayor, 92.
Em frente à entrada da Cripta, um sítio arqueológico com os restos da muralha de Madri, do século VIII.
Oración al Sagrado Corazón de Jesús,
que se venera en la Parroquia Santa María la Real de la Almudena
(Cripta de la Catedral)
Corazón Sagrado de Jesús,
por tu herida preciosa abierta para dar paso a tu inmenso Amor,
te pido, derrames abundantemente tus bendiciones sobre la Santa Iglesia
y purifiques nuestros corazones del pecado,
para que seamos templos vivos del Espíritu Santo.
Te hago ofrenda de mi vida,
pensamientos, obras, alegrías y sufrimientos,
me comprometo a ser testigo tuyo en medio del mundo
y a trasmitir esperanza al hombre de hoy.
Amén.
O tour nos deixou no aeroporto às 19 horas.
Nosso destino ?
Nossas origens cristãs !!!
Voamos Iberia, IB 3752, decolando de Madri  (Espanha) às 23:15 horas (de 02/10/2012), aterrisando em Tel-Aviv (Israel) às 4:05 horas (de 03/10/2012), no Aeroporto Internacional Ben Gurion, homenagem ao primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion, localizado na estrada que liga Tel-Aviv a Jerusalém, 45 km.

Estava ansiosa pelos dias que viriam. Mas uma ansiedade boa, porque sabia que tudo que nos aguardava seriam bençãos de Deus, que nas nossas orações distribuiríamos a todos a quem tanto amávamos e que agora estendemos também a você.

03/10/2012 – 4ª feira
O aeroporto de Tel-Aviv é enorme e moderno, nos surpreendeu.
Um ônibus de turismo nos esperava para uma viagem de 1h30m até Tiberíades, onde nos hospedamos por 3 dias.
A viagem foi deslumbrante, já que o percurso foi correndo e o dia amanhecendo. Foi demais !!!
Neste dia nos acompanhou a guia local Judite.
Nossa hospedagem foi no Hotel Caesar Premier Tiberias.
Tiberíades ou Tiberíade,
uma das quatro cidades sagradas do judaísmo,
junto com Jerusalém, Hebron e Sefad.
Guardam relação direta com Deus, através dos quatro elementos da natureza:
Tiberíades ou Tiberíade, água, o sangue;
Jerusalém, fogo, o espírito;
Hebron, terra, o corpo;
Sefad, ar, o sopro.
Cidade ao norte de Israel, situada às margens do Mar da Galiléia, também conhecido por Mar ou Lago de Tiberíades. Assim denominada em homenagem ao Imperador Romano Tibério.
Fundada por volta do ano 20 d.C., segundo uma tradição, possivelmente lendária, teria sido edificada sobre as ruínas da aldeia israelita de Rakkat.
Durante a 1ª Guerra Judaico-Romana foi ocupada pelo exército rebelde, que autorizou a destruição do Palácio de Antipas, tendo sido, ainda, saqueada pelos soldados.
Quando os romanos reconquistaram o domínio da Galiléia, a cidade foi poupada, porque, apesar de ter sido governada pelos rebeldes judeus sua população havia se mantido fiel a Roma.
Em 150, ao fim da 3ª Guerra Judaico-Romana, o Sinédrio, Tribunal Judaico, que fugira de Jerusalém, instalou-se em Tiberíades, tornando-a foco da erudição religiosa judaica.
A Mishná, a Torá Oral, provavelmente, foi compilada em Tiberíades, em torno do ano 200.

Treze sinagogas foram instaladas na cidade para atender às necessidades espirituais de uma crescente população judaica.

Uma cidade de 50 mil habitantes, destino preferido do turismo.

Depois de um breve descanso, fomos fazer um passeio de barco no Mar da Galiléia, no mesmo Mar onde Jesus caminhou sobre as águas, acalmou a tempestade, encontrou seus discípulos e onde Padre Mauro celebrou uma missa para nosso grupo.
Uma grande emoção !!!
Mar da Galiléia ou Lago Tiberíades

A Galiléia é um dos lugares mais férteis de Israel, onde o verde predomina na paisagem e onde há muitas montanhas.

De uma margem a outra, não são mais de 15 km.

Foi a beira do Mar da Galiléia que Jesus começou a pregar: palavras simples, mas de muita força.

Uma descoberta casual foi transformada em atração turística: ‘O antigo barco da Galiléia’, um barco de pesca, de madeira, com cerca de 2 mil anos, que nos remete ao início da era cristã.
Dois irmãos o encontraram em 1986, após um período de seca, que descobriu grande parte da superfície do lago. Inicialmente, pensaram ter descoberto pregos do período romano, mas perceberam que estavam sobre um barco de madeira, conservado intacto sob a lama do lago.
Pesquisadores atestam que seria o mesmo tipo de barco mencionado nas escrituras, usado pelos discípulos de Cristo e pelos judeus contra os romanos na batalha náutica de Magdala no ano 67.
Este barco está preservado agora no museu do Kibbutz Ginosar.
O barco no qual navegamos é uma réplica desse.
À noite, logo após o jantar, tivemos oportunidade de assistir a um ensaio de uma orquestra de jovens instrumentistas bem em frente ao nosso hotel.
04/10/2012 – 5ª feira
A partir desta data, Susana Michkin foi nossa guia em Israel, até nos embarcar, literalmente, de volta para o Brasil.
Uma argentina, morando em Israel faz 34 anos, onde se casou e teve seus filhos.
Tivemos oportunidade de conhecer o marido e a filha dela.
Susana é uma mulher firme e forte. Extremamente comunicativa, mais do que uma guia, foi nossa anfitriã em Israel.
Com sua alegria e sempre de maneira vibrante, mostrou-nos, explicou, conversou, facilitou, se tornando grande e boa companhia.
Caná da Galiléia,
onde Jesus realizou seu primeiro milagre,
em um casamento,
à pedido de Nossa Senhora,

transformando água em vinho.

 

Igreja das Bodas de Caná, onde Padre Mauro celebrou a missa e a renovação dos votos matrimoniais dos três casais do grupo (eu & meu marido, Eugênia & Aurélio e Suzette & Carlos), exatamente nessa Igreja tão intensamente significativa. 
Na sua homilia, Padre Mauro refletiu sobre os fundamentos do casamento: o amor e o respeito. Acrescentou que o desenvolvimento humano e o desenvolvimento da fé trazem amadurecimento, permitindo assumirmos nossas vidas e vivermos nossos casamentos de forma consciente e plena.
No subsolo, restos da sinagoga da época de Jesus e uma talha de pedra calcárea de 2 mil anos atrás, entre outros objetos em exposição.
Vou abrir um espacinho, aproveitando o tema ‘Bodas de Caná’, para sugerir a leitura do livro ‘O Milagre do Casamento’, do Padre Osvaldo Gonçalves, publicado pelas Paulinas. Como escreve o próprio Padre Osvaldo, este é um livro de reflexões. Fala da transformação das pessoas no casamento. Transformação que vai acontecendo, por esforço pessoal, na vida das pessoas que acreditam na presença de Deus em seu matrimônio e na família, com um projeto de crescimento e de felicidade para todos. São apelos da vida, inspirados no Evangelho de São João, capítulo 2, versículos 1 a 11.

Nazaré,

hoje a maior cidade árabe de Israel,

foi onde Jesus passou parte da sua infância.

 

Lucas 1, 26-38 – A anunciação – No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo ! Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: Não temas, Maria ! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai: ele reinará na casa de Jacó para sempre e o seu reinado não terá fim. Maria, porém, disse ao anjo: Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum ? O Anjo lhe respondeu: O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra: por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice e este é o sexo mês para aquela que chamavam de estéril. Para Deus, com efeito, nada é impossível. Disse, então, Maria: Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segunda tua palavra ! E o Anjo a deixou.
Em Israel só existem duas basílicas dedicadas exclusivamente à Virgem Maria: a da Anunciação, em Nazaré e a da Dormição, em Jerusalém.
Maria nasceu na Judéia, em Jerusalém. Na Galiléia, em Nazaré se deu a Anunciação.
No mesmo local, a Basílica da Anunciação, onde segundo a tradição cristã, Nossa Senhora recebeu a visita de um anjo, Gabriel, anunciando o nascimento do Menino Jesus; a Gruta, onde Maria recebeu o anúncio do anjo e a Igreja da Carpintaria de São José ou da Sagrada Família.
No ano de 1969, ano em que o homem chegava a lua, esta Basílica era consagrada.
A cúpula da Basílica é uma flor de lírio invertida.

 

 

 

Rio Jordão
João Batista batizou Jesus, seu primo, nas margens deste rio,
João reconheceu em Jesus o ‘Cordeiro de Deus’.
Mateus 3 – Pregação de João Batista – Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo. Pois foi dele que falou o profeta Isaías, ao dizer: voz do que grita no deserto. Preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas. João usava uma roupa de pêlos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins. Seu alimento consistia em gafanhotos e mel silvestre. Então vieram até ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a região vizinha ao Jordão. E eram batizados por ele no Rio Jordão, confessando os pecados. Como visse muitos fariseus e saduceus que vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está por vir ? Produzi, então, fruto digno de arrependimento e não penseis que basta dizer: Temos por pai a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores e toda árvore que não produzir bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A pá está na sua mão: limpará sua eira e recolherá seu trigo no celeiro: mas, quanto à palha, a queimará num fogo extinguível.
Batismo de Jesus – Nesse tempo, veio Jesus da Galiléia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele. Mas João tentava dissuadi-lo, dizendo: Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim ? Jesus, porém, respondeu-lhe: Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça. E João consentiu. Batizado, Jesus subiu imediatamente da água e logo os céus se abriram e ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele. Ao mesmo tempo, uma voz vinda dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em que me comprazo.

Segundo a tradição, a localidade identificada com o batismo, Caser al-Yehud, a leste de Jericó, na fronteira da Jordânia, fica em zona militar, mas os peregrinos tem acesso a ela em certos dias da semana.

O Rio Jordão nasce nas encostas do Monte Hermon e forma o Mar da Galiléia, delimitando boa parte da fronteira entre Israel e a Jordânia e deságua no Mar Morto. É um rio sagrado e necessário.

O centro de visitantes do Yardenit, Kibbutz Kinneret, Jordan Valley, oferece o aluguel de vestes e toalhas de banho para a cerimônia de batismo ou de renovação dos votos no sagrado Rio Jordão e a emissão de um certificado do batismo.

Segundo o Professor Serge Ruzer da Universidade Hebraica de Jerusalém, o batismo de Jesus pode ser considerado um segundo nascimento de Jesus, depois do que ele começa o periodo de pregações.

E como o mundo parece grande, mas é pequeno, na lojinha de souveniers encontramos um casal de amigos do Encontro de Casais com Cristo da Paróquia dos Sagrados Corações, a Leila & o Celso, completando, assim, nossas surpresas e alegrias.

Eram tantos os momentos mágicos e ao mesmo tempo reais, que meu coração vivia disparado, o corpo chegava a pulsar.
05/10/2012 – 6ª feira
O dia foi muito especial.
Começamos indo até um sítio arqueológico, na nascente do Rio Jordão, na fronteira de Israel com o Líbano, restos de uma cidade helenística grega, Panias, atual Banias.
Uma reserva natural, onde é possível ver os vestígios de diversos altares de adoração e sacrifícios pagãos oferecidos à diferentes deuses, sacrifícios humanos e de cabras, comprovados por vestígios de sangue humano e ossos de cabra.
Jesus esteve neste local praticamente na sua última semana de vida.
Nos altares naturais, oferecidos pelas rochas, também foram encontrados potes de argila e cerâmica.
Várias foram as escavações arqueológicas, que se intensificaram a partir de 1967.

Nesta região predominam as pedras pretas de origem vulcânica.

 

 

Tabgha,
em grego, Eptapogonque, significa Sete Fontes e
em hebreo, Ein Sheva,
a Igreja da Multiplicação dos Pães.
Marcos 6, 30-44 Primeira multiplicação dos pães – Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Ele disse: ‘Vinde vós, sozinhos, a um lugar deserto e descansai um pouco’. Com efeito, os que chegavam e os que partiam eram tantos que não tinham tempo nem de comer. E foram de barco a um lugar deserto, afastado. Muitos, porém, os viram partir e, sabendo disso, de todas as cidades, correram para lá a pé, e chegaram antes deles. Assim que ele desembarcou, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas. Sendo a hora já muito avançada, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: ‘O lugar é deserto e a hora já muito avançada. Despede-os para que vão aos campos e povoados vizinhos e comprem para si o que comer.’ Jesus lhes respondeu: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer.’ Disseram-lhe eles: ‘Iremos e compraremos duzentos denários de pão para dar-lhes de comer ?’ Ele perguntou:’Quantos pães tendes ? Ide ver.’ Tendo se informado, responderam: ‘Cinco, e dois peixes.’ Ordenou-lhes então que fizessem todos se acomodarem, em grupos de convivas, sobre a grama verde. E sentaram-se no chão, repartindo-se em grupos de cem e de cinquenta. Tomando os cinco pães e os dois peixes elevou ele os olhos ao céu, abençoou, partiu os pães e deu-os aos discípulos para que os distribuíssem. E repartiu também os dois peixes entre todos. Todos comeram e ficaram saciados. E ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixes. E os que comeram dos pães eram cinco mil homens.
Marcos 8, 1-10 Segunda multiplicação dos pães – Naqueles dias, novamente uma grande multidão se ajuntou e não tinha o que comer, por isso ele chamou os discípulos e disse-lhes: ‘Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer. Se os mandar em jejum para casa, desfalecerão pelo caminho, pois muitos vieram de longe. Seus discípulos lhes responderam: ‘Como poderia alguém, aqui num deserto, saciar com pão a tanta gente ?’ Ele perguntou: ‘Quantos pães tendes ?’ Responderam: ‘Sete.’ Mandou que a multidão sentasse pelo chão e, tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos para que eles os distribuíssem. E eles os distruíram à multidão. Tinham ainda alguns peixinhos. Depois de os ter abençoado, mandou que os distribuíssem também. Eles comeram e ficaram saciados. Dos pedaços que sobraram, recolheram sete cestos. E eram cerca de quatro mil. E então os despediu. Imediatamente, subindo para o barco com seus discípulos, partiu para a região de Dalmanuta.
Mateus 14, 13-21 – Primeira multiplicação dos pães – Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco para lugar deserto, afastado. Assim que as multidões o souberam, vieram das cidades, seguindo-o a pé. Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e, tomado de compaixão, curou seus doentes. Chegada a tarde, aproximaram-se dele seus discípulos dizendo: O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si. Mas Jesus lhes disse: Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer. Ao que os discípulos responderam: Só temos aqui cinco pães e dois peixes. Disse Jesus: Trazei-os aqui. E, tendo mandado que as multidões se acomodassem na grama, tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.
Mateus 15, 32-39 Segunda multiplicação dos pães – Jesus, chamando os discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer. Não quero despedi-la em jejum, por receio de que possa desfalecer pelo caminho. Os discípulos lhe disseram: ‘De onde tiraríamos, num deserto, tantos pães para saciar tal multidão ? Jesus lhes disse: ‘Quantos pães tendes ? Responderam: ‘Sete e alguns peixinhos.’ Então, mandando que a multidão se assentasse pelo chão, tomou os sete pães e os peixes e, depois de dar graças, partiu-os e dava-os aos discípulos , e os discípulos à multidão. Todos comeram e ficaram saciados, e ainda recolheram sete cestos cheios dos pedaços que sobraram. Ora, os que comeram eram quatro mil homens, sem contar mulheres e crianças. Tendo despedido as multidões, Jesus entrou no barco e foi para o território de Magadã.
Segundo os Evangelhos, esse milagre, da multiplicação dos pães e dos peixes, ocorreu nas margens do Mar da Galiléia.
O episódio é recordado em uma igreja de Tabgha, junto ao lago, construída no ano de 350.

 

Logo na entrada, duas enormes pedras de basalto, uma usada para moer azeite com seus caroços e outra para prensar a massa obtida, extraindo, assim, o azeite extra-virgem. A massa que sobrava se transformava em sabonetes.

Seu nome original, Heptapegon, era uma referência às sete nascentes subterrâneas.

 

Em 614, os persas destruiram completamente esta igreja e durante 1300 anos, terra e escombros cobriram este lugar santo.
Em 1932, arqueólogos descubriram as antigas bases e os mosaicos, em parte intactos.
A rocha sobre a qual Jesus colocou os pães se converteu no altar e diante do altar um mosaico retrata uma cesta de pães rodeada de peixes.

Em 1982, foi consagrada uma nova igreja sobre as bases bizantinas.

 

 

Uma pequena comunidade beneditina, ‘monjes de la Abadía de la Dormición de Nuestra Señora de Jerusalém y las hermanas misionarias del Rey Eucarístico de Filipinas’, residem neste lugar santo.

 

Santuário Primado de São Pedro
ou Mesa Cristã, Mensa Christ,
referência de três importantes acontecimentos:
‘O Sermão da Montanha’,
‘A Multiplicação dos Pães e Peixes’ e
‘A 3ª Aparição de Jesus Ressucitado’.
Na margem do Lago Tiberíades, sobre o Primado de Pedro faz referência um documento do século IX:
‘Además, junto al mar hay una iglesia llamada de Los Doce Tronos. Allí hay una Mesa sobre la cual él (el Señor) se sentó con ellos (los apóstoles ).’
Lugar ideal para reunir multidões; rico em peixes, atraídos pelas águas das Sete Fontes, que desembocavam no Lago de Tiberíades; usado para extração de pedras desde os primeiros séculos da era cristã até o século IV.
Entre os séculos IV e V foi erguida uma capela, que cubria a rocha sagrada, à qual, os peregrinos daquele tempo, se referiam como ‘mensa’, mesa. 
Em princípios do século XII, um peregrino de nome Saewulfus escreveu: ‘En la falda de este monte está la iglesia de San Pedro, bellísima y abandonada.’
No ano de 1187, foi destruída, tendo sido reedificada em 1260 e novamente arrasada 3 anos depois.
Tendo permanecido abandonada até o ano de 1933, quando os franciscanos da Terra Santa edificaram a atual igreja sobre as ruínas da capela antiga.
Em 1969, tiveram início escavações arqueológicas.
O Papa Paulo VI foi o primeiro Papa a voltar a ‘Las Fuentes’.
St. Peter’s Restaurant
Cafarnaun,

onde Jesus morava com seus discípulos.

 

Visitamos, em seguida, o sítio arqueológico de Cafarnaum.
No tempo de Jesus, o território de Cafarnaum se estendia desde Tabgha até as margens do Rio Jordão. Tabgha seria conhecida à época pelo nome de MaGadan.
Mateus 15, 39 – Segunda multiplicação dos pães – Tendo despedido as multidões, Jesus entrou no barco e foi para o território de Magadã.
Durante os quatro primeiros séculos, os cristãos de Cafarnaun eram todos de origem judaica e as passagens da vida de Jesus eram transmitidas pela tradição oral, recordando a multiplicação dos pães e dos peixes, evocando a proclamação das bem-aventuranças e evocando a aparição de Jesus Ressucitado a Pedro e seus companheiros e fazendo menção a três colinas.
Israel fica na interseção entre África, Ásia e Europa. Uma falha sírio-africana sob Israel  produziu um terremoto na Terra Santa no século VIII, que derrubou toda a cidade de Cafarnaun.
Neste sítio arqueológico é possível ver os restos de uma Basílica e os restos da casa de São Pedro, onde Jesus esteve e curou a sogra de São Pedro.
Monte das Bem-Aventuranças
Mateus 5, 1-12 – As bem-aventuranças – Vendo ele as multidões, subiu à montanha. Ao sentar-se, aproximaram-se dele os seus discípulos. E pôs-se a falar e os ensinava, dizendo:
Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Felizes os mansos porque herdarão a terra.
Felizes os aflitos, porque serão consolados.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Felizes sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós.
Terminamos o dia no Monte das Bem-Aventuranças, onde celebramos a missa, num jardim com vista para o Mar da Galiléia, uma paisagem enebriante.
Observação: Não fomos, mas no caminho para o Monte das Bem-Aventuranças está uma das mais importantes vinícolas de Israel. As primeiras vinícolas surgiram no século XIX e uma delas foi a Carmel, fundada em 1882 pelo Barão Edmond de Rotschild, proprietário da conhecida vinícola francesa Chateau Lafite em Bordeaux. A Carmel é a maior produtora de Israel, com destaque para cabernet sauvignon e shiraz.
Visita com degustação orientada, duração de 1h30m.
06/10/2012 – sábado – ‘Shabat Shalom
O ‘shabat‘, dia do descanso semanal dos judeus, é rigorosamente observado e vai do por do sol de 6ª feira até o por do sol do sábado.
Depois do café da manhã, deixamos o Caesar Premier Tiberias e a cidade de Tiberíades.
Nossa primeira parada, o Monte Tabor ou Monte da Transfiguração, onde assistimos uma belíssima missa.
Mateus 17, 1-8 – A transfiguração – Seis dias depois, Jesus tomou Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou para um lugar à parte sobre uma alta montanha. E ali foi transfigurado diante deles. Seu rosto resplandeceu como o sol e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: ‘Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, levantarei aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.’ Ainda falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra e uma voz, que saía da nuvem, disse: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o !’ Os discípulos, ouvindo a voz, muito assustados, caíram com o rosto no chão. Jesus chegou perto deles e, tocando-os, disse: ‘Levantai-vos e não tenhais medo.’ Erguendo os olhos, não viram ninguém: Jesus estava sozinho.
O Tabor é a mais bela montanha da Galiléia; eleva-se ao céu como um altar.
Os árabes a chamam Giabal El Tur, ‘a montanha por excelência’ ou ‘montanha santa’.
Eleva-se a uma altura de 602 m acima da planície de Esdrelon, a 560 m acima do nível do Mar Mediterrâneo e a 774 m acima do nível do Lago de Tiberíades.
A ele se subia por uma escada de 4340 degraus, escavados no rochedo, dos quais ainda se veem traços.

Nos dois lados da fachada, as capelas dedicadas aos profetas Moisés e Elias, que atestam o desejo expresso do Apóstolo de fazer sobre o monte os três tabernáculos, para o Senhor, para Moisés e para Elias, conforme o texto evangélico.

 

No interior da igreja, nas laterais do altar, pinturas retratam as quatro transfigurações simbólicas de Jesus: Natividade, Eucaristia, Paixão & Morte e Ressurreição.
Oração de São João Damasceno (século VIII),
a Ode nona do seu Cânon para o dia 6 de agosto,
é um convite que se estende até os nosso dias, para todos nós:
Vinde, ó povos, segui-me;
subamos à montanha santa rumo ao céu.
Fixemos espiritualmente a nossa morada na cidade do Deus vivente
e contemplemos a divindade imaterial do Pai e do Espírito
que, em seu Filho único, resplandece.`
Ó Cri sto, tu me atraíste e transformaste com o teu divino amor;
queima, pois, os meus pecados na chama do fogo imaterial
e enche-me de tuas delícias,
para que, exultante de alegria,
possa glorificar, ó Deus de bondade, as tuas duas vindas.

Vimos, ainda, os restos da igreja bizantina, inclusive, seus mosaicos e também tivemos oportunidade de ver a árvore da mostarda.

 

 

Mateus 13, 31-32 – Parábola do grão de mostarda – Propôs-lhes outra parábola, dizendo: ‘O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos.

Seguimos para a cidade de Jericó, uma cidade palestina, única a não ter qualquer separação ou barreira com o Estado de Israel, cidade mais antiga do mundo, com cerca de 10 mil anos de história !!!

 

 

Jericó,
‘Cidade das Palmeiras’
Deuteronômio 31, 1 – A morte de Moisés – Moisés subiu, então, das estepes de Moab para o monte Neo, ao cume do Fasga, que está diante de Jericó. E Iahweh mostrou-lhe toda a terra: de Galaad até Dã, todo o Neftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até o mar ocidental, o Negueb, o distrito da planície de Jericó, cidade das palmeiras, até Segor. E Iahweh lhe disse: ‘Esta é a terra que, sob juramento, prometi a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: Eu a darei à tua descendência. Eu a mostrei aos teus olhos; tu, porém, não atravessarás para lá’.
Josué 6, 20-21 O povo lançou o grito de guerra e tocaram as trombetas. Quando o povo ouviu o som da trombeta, lançou um grande grito de guerra e a muralha ruiu por terra, e o povo subiu à cidade, cada qual no lugar à sua frente, e se apossaram da cidade. Então consagraram como anátema tudo que havia na cidade: homens e mulheres, crianças e velhos, assim como os bois, ovelhas e jumentos, passando-os ao fio da espada.
Josué 6, 26 Maldição sobre quem reconstruir Jericó – Naquela ocasião, Josué fez pronunciar este juramento: ‘Maldito seja, diante de Iahweh, o homem que se levantar para reconstruir esta cidade de Jericó ! Lançará seus fundamentos sobre o seu primogênito, e colocará as suas portas sobre o seu filho mais novo !’
1 Reis 16, 34 No seu tempo, Hiel de Betel reconstruiu Jericó; pelo preço de seu primogênito Abiram lançou-lhe os fundamentos e pelo preço de seu último filho Segub assentou-lhe as portas, conforme a predição que Iahweh fizera por intermédio de Josué, filho de Nun.
Jeremias 39, 5 O exército dos caldeus, no entanto, os perseguiu e alcançou Sedecias nas planícies de Jericó. Depois de aprisioná-lo, levaram-no a Rebla, na terra de Emat, diante de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que o submeteu a julgamento.
Mateus 20, 29-30 Os dois cegos de Jericó – Enquanto saíam de Jericó, uma grande multidão o seguiu. E eis dois cegos, sentados à beira do caminho.
Marcos 10, 46-52 O cego à saída de Jericó – Chegaram a Jericó. Ao sair de Jericó com os seus discípulos e grande multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, o cego Bartimeu, filho de Timeu. Quando percebeu que era Jesus, o Nazareno, que passava, começou a gritar: ‘Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim !’ E muitos o repreendiam para que se calasse. Ele, porém, gritava mais ainda: ‘Filho de Davi, tem compaixão de mim !’ Detendo-se Jesus disse: ‘Chamai-o !’ Chamaram o cego, dizendo-lhe: ‘Coragem ! Ele te chama. Levanta-te.’ Deixando o manto, deu um pulo e foi até Jesus. Então Jesus lhe disse: ‘Que queres que te faça ? O cego respondeu: ‘Rabbuni ! Que eu possa novamente !’ Jesus lhe disse: ‘Vai, tua fé te salvou.’ No mesmo instante ele recuperou a vista e o seguia no caminho.
Hebreus 11, 30 Foi pela fé que as muralhas de Jericó caíram, depois de cerco de sete dias.
Jericó é mencionada mais de 70 vezes na Bíblia Hebraica e, também, várias vezes no Novo Testamento.
A Bíblia narra que Jesus passou por Jericó, curou dois cegos e a conversão de um coletor de impostos local de nome Zaqueu.
À 27 km de Jerusalém, antiga cidade bíblica da Palestina, situada em Wadi Qelt, no Vale do Jordão, às margens do Rio Jordão, conhecida na tradição judaico-cristã como o lugar do retorno dos israelitas da escravidão no Egito, liderados por Josué, sucessor de Moisés.

A cidade era uma estação de inverno da aristocracia de Jerusalém.

Arqueólogos tem escavado os remanescentes dos últimos 20 sucessivos assentamentos, o primeiro deles data de antes de 11 mil anos atrás (9 mil a.C.), considerada uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo.
Almoçamos no Temptation Tourist Center – Jericho, onde além do restaurante, há uma loja com produtos do Mar Morto para limpeza facial, cuidados faciais, tratamentos para manchas, anti-envelhecimento, cuidados do corpo, entre os quais, tratamentos para estrias, varizes e psoriase.
Nas proximidades do restaurante, seguimos à pé até o Telepherique & Sultan Tourist Center.

O teleférico leva até o Monte das Tentações, numa viagem de tirar o fôlego, para onde, segundo a tradição, Jesus viveu, jejuou e rezou durante quarenta dias e quarenta noites, antes de ser tentado por Satanás e onde há um mosteiro ortodoxo grego, Mosteiro das Tentações, no monte Quarantal, que marca o local do suposto encontro.

A vista da cidade velha de Jericó, 240 m abaixo do nível do mar, é extraordinária.
Mateus 4, 1-11 – Tentação no deserto – Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Por quarenta dias e quarenta noites esteve jejuando. Depois teve fome. Então, aproximando-se o tentador, disse-lhe, ‘Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães’. Mas Jesus respondeu: ‘Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.’ Então o diabo levou à Cidade Santa e o colocou sobre o pináculo do Templo e disse-lhe: ‘Se és Filho de Deus, atira-te para baixo, porque está escrito: Ele dará ordem a seus anjos a teu respeito, e eles te tomarão pelas mãos, para que não tropeces em nenhuma pedra.’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Também está escrito: Não tentarás ao Senhor teu Deus.’ Tornou o diabo a levá-lo, agora para um monte muito alto. E mostrou-lhe todos os reinos do mundo com o seu esplendor e disse-lhe: ‘Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.’ Aí Jesus lhe disse: ‘Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e a ele só prestarás culto.’ Com isso, o diabo o deixou. E os anjos de Deus se aproximaram e puseram-se a servi-lo.

Daí seguimos até o local onde há uma árvore plantada no mesmo local daquela que Zaqueu subiu para ver Jesus passar.

 

Pegamos, então, a estrada para, como diz a canção, ‘subir a Jerusalém’.
No caminho, uma parada para lá de sensacional: um passeio de camelo. Incrível !!!

 

Nossos guias Demarré, Victor e local, Susana
Nossos guias Demarré, Victor e local, Susana

Continuamos na estrada com destino a Jerusalém, onde chegamos já ao anoitecer.

Diretamente para o Monte Scopus, com toda a Jerusalém à nossa frente, já iluminada. Inacreditável, estavamos no centro espiritual do mundo.

No Monte Scopus, à 826 m, estão a Universidade Hebraica de Jerusalém e o Hospital Universitário Hadassa.

Como dizia e repetia Susana, nossa guia: uma entrada triunfal em Jerusalém !!!

No Monte Scopus, brindamos nossa chegada àquela cidade, que é Santa, Sagrada.

Ao todo, 800 mil habitantes, 3 mil anos de existência.

Mais um dia emocionante, de muitas orações, emoções diversas, uma verdadeira benção de Deus.

No mais, só muita Felicidade !!!

Nos hospedamos no The Olive Tree Hotel, na Royal Plaza Jerusalem.
www.olivetreehotel.com

 

Jerusalém,
Cidade da Paz,
capital declarada, mas não reconhecida,
pela comunidade internacional de Israel
e sua maior cidade,
localizada nas Montanhas da Judeia,
entre o Mar Mediterrâneo e o norte do Mar Morto.
No curso da história,
Jerusalém foi destruída 2 vezes,
sitiada 23 vezes,
atacada 52 vezes,
capturada e recapturada 44 vezes.
A cidade santa dos judeus, cristãos e muçulmanos
é repleta de significados.
Uma cidade que, segundo a tradição judaica, foi fundada por Shem (filho de Noé) e Ever (bisneto de Shem), antepassados de Abraão.
Jerusalém tem uma história de quatro milênios antes de Cristo, o que a torna uma das mais antigas do mundo, conquistada por Davi, que fez dela a capital do Reino Unido de Israel e Judá.
Davi reinou até 970 a.C. e foi sucedido por seu filho Salomão, que construiu o Templo Sagrado.
Jerusalém é a cidade santa dos judeus, cristãos e muçulmanos e centro espiritual desde o século X a.C..
A Cidade Antiga ou Cidade Velha de Jerusalém é uma área amuralhada, na cidade moderna de Jerusalém, mandada construir em 1538, pelo sultão otomano Suleimã, o Magnífico. Nela se encontram sítios de fundamental importância religiosa, como o Monte do Templo e o Muro das Lamentações para os judeus; a Basílica do Santo Sepulcro e a Via Dolorosa para os cristãos e a Cúpula da Rocha ou Mesquita de Omar e a Mesquita de al-Aqsa, ambas no Monte Moria, para os muçulmanos.
Oito portões* permitem acesso à Cidade Antiga, tradicionalmente dividida em quatro quarteirões, ainda que os nomes usados hoje (bairros armênio, cristão, judeu e muçulmano) tenham sido introduzidos por volta do século XIX.
*Portão Novo, de Jafa, de Damasco, de Herodes, dos Leões ou de São Estevão, Dourado, dos Detritos e de Sião.
– Portão de Jafa tem enorme importância na história de Jerusalém. Dizem que se de sua entrada for traçada uma linha reta em direção a Tel Aviv, chega-se ao local onde havia o principal porto da região. Chamado pelos árabes de Bab el-Khalil, por ser onde começava a velha estrada para El-Khalil, atual Hebron. É o mais movimentado e também o principal para o tráfego de veículos e pedestres que vem da moderna Jerusalém via Mamilla. Apesar de sua enormidade, o túnel de entrada é estreito e em forma de L, medida que servia para conter invasores. Construído no reinado de Suleimã, o Magnífico, em 1538, conforme inscrição no arco do lado externo do portão. A abertura na muralha, pela qual os carros passam hoje, data de 1898, feita para que o Imperador Guilherme II, da Alemanha, entrasse de carruagem na cidade. Após transpor o portão, há à esquerda dois túmulos de parede, atrás de grades. Os guias turísticos gostam de contar que ali estão dois arquitetos de Suleimã, executados por não conseguirem fazer as muralhas da cidade abranger o Monte Sião. Outra lenda diz que foram mortos a fim de não construir para mais ninguém muros de tal grandiosidade. Na verdade, os túmulos são de um cidadão conceituado e sua esposa.
Mamilla Mall, no Portão de Jaffa, galeria ao ar livre com grifes e lojas de design. www.alrovmamilla.com
O Portão de Jafa é dos lugares em que se pode caminhar pelas muralhas. Na esquina das avenidas São Marcos e Khabad, região em que os bairros judeu, cristão e muçulmano se misturam, uma escada de ferro sobe para os telhados da Cidade Velha. A partir daí, pode-se caminhar por sobre a área do Suk Central, espiando pelas grades de ventilação o burburinho da rua embaixo. Dá para andar por uma distância considerável, entre antenas parabólicas e paredes divisórias entre casas. A grande atração são as vistas incomuns da Igreja do Santo Sepulcro e da Cúpula da Rocha. Também vale a pena subir à noite para ver a silhueta dos telhados à luz da lua. Uma segunda escada, logo depois de uma ‘yeshiva’, escola religiosa judaica, leva para baixo até a rua El-Saraya, no bairro muçulmano.
Praça Omar ibn el-Khattab, menos uma praça que um alargamento da avenida, imediatamente após o Portão de Jafa. Seu nome se deve ao califa Omar, que conquistou Jerusalém para o Islã em 638.
– Portão de Damasco, o mais monumental da Cidade Velha. Para os árabes, Bab el-Amud, para os judeus, Shaar Shechem, em decorrência, respectivamente, da coluna com a estátua do Imperador Adriano, que na era romana ficava do lado de dentro do portão e por levar à cidade bíblica de Shechem. Do lado de fora do portão, uma escadaria conduz à área de escavações (das 9 às 17 horas, de sábado à 5ª feira e das 9 às 15 horas, às 6ª feiras).
– Portão de Herodes, nome que data do século XVI, porque os peregrinos cristãos achavam que dentro ficava o palácio do filho de Herodes. Os nomes árabe e hebraico do portão são Bab el-Zahra e Shaar ha-Prakhim, ou seja, Portão de Flores, numa referência a roseta sobre o arco.
– Portão dos Leões, mandado construir em 1538 por Suleimã, o Magnífico. O nome árabe, Bab Siti Mariam (Portão da Virgem Maria) é uma referência ao Túmulo da Virgem no Vale de Josafá, perto dali. O nome hebraico, Shaar ha-Arayot (Portão do Leão), remete aos dois leões emblemáticos de cada lado da passagem. O local também é conhecido como Portão de Santo Estevão, nome adotado na Idade Média, por cristãos que acreditavam que seu primeiro mártir tivesse sido executado aí. É um excelente ponto de partida para a caminhada pela Via Dolorosa.
– Portão Dourado, provavelmente, data do período bizantino. Segundo a tradição cristã, foi por esta porta que Jesus entrou na cidade no Domingo de Ramos. O único entre os oito portões que está sempre fechado e que, segundo a tradição dos judeus, por onde o Messias vai chegar a Jerusalém.
A Cidade Velha foi indicada para inclusão na lista do Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1981, por indicação da Jordânia.
De acordo com um artigo de Yshai Eldar, sob o título ‘Jerusalém – Arquitetura cristã através dos tempos’, ‘o exame histórico da arquitetura cristã em Jerusalém é o estudo da continuidade e sobrevivência, apesar das destruições causadas pelo tempo, guerras, cismas, terremotos e incêndios. É ainda um estudo da contínua influência do costume da tradição estabelecida no que diz respeito ao estilo, projetos e ornamentação.’ O texto percorre os períodos romano-bizantino (70 – 638), a arquitetura românica (500 – 1100), a gótica (1100 – 1500), o século XIX e a arquitetura moderna.
‘Quase todos os arquitetos cristãos do período inicial, de todas as culturas regionais comunitárias, copiavam abertamente os romanos. Os traços característicos da arquitetura romana eram o arco e a abóbada, em construções onde o telhado era em forma de cúpula. Os bizantinos ampliaram esta tendência posteriormente, construindo grandes edifícios em forma de cúpula, como a Hagia Sofia em Constantinopla.
A forma básica destas primeiras igrejas construídas era a basílica, uma grande sala pública, geralmente retangular, usada pelos romanos para reuniões públicas. A entrada dessas igrejas era geralmente através de um grande pátio colunado, chamado átrio, e de um vestíbulo, denominado nártex (ou pórtico). A igreja era construída em forma de ‘T’; a linha vertical consistia de uma nave, flanqueada de modo geral por duas ou mais naves laterais. Uma abside – nicho semicircular e abobadado (comumente situada na extremidade oriental da igreja) – continha o altar mór. Tais igrejas tinham, às vezes, o acréscimo de dois transeptos, formando os braços do ‘T’.’
Nem toda a arquitetura dos cruzados tinha finalidade religiosa. O Triplo Suq, três bazares paralelos cobertos no centro da Cidade Velha, é predominantemente do período cruzado. Algumas das pilastras entre as lojas ainda ostentam as iniciais ‘S.A.’, de Santa Ana, significando que eram de propriedade da Igreja de Santa Ana.
Chama a atenção as construções serem da mesma cor, feitas das ‘pedras de Jerusalém’, extraídas das montanhas, consideradas obras-primas da natureza e que dão à cidade sagrada o brilho dourado proporcionado pelo reflexo do pôr do sol em suas muralhas brancas. Não há uma casa colorida e nem por isso a paisagem fica monótona.
Judaísmo
Ser judeu não é uma questão de religião, mas de pertencer a um povo. Os judeus acreditam ser descendentes de Abraão, a quem Deus prometeu uma terra para ele e sua descendência. Tradicionalmente, o judaísmo é transmitido pela linhagem materna ou por conversão, e os vários movimentos judeus (ortodoxos ou tradicionalistas; conservador; reformistas ou modernizadores) têm exigências diferentes. Os ultraortodoxos – baredim – adotam uma forma inflexível e vivem em comunidades isoladas. Os judeus praticamente pautam sua vida pela Torá, termo que significa ‘instrução’ ou ‘orientação’. Seu núcleo são so Cinco Livros de Moisés, mas a Torá também contém todos os ensinamentos e leis da Bíblia hebraica (Antigo Testamento) e as interpretações posteriores de rabinos eruditos.
Cristianismo
De início o movimento era uma seita do judaísmo. Jesus ficou conhecido como Cristo e se acreditava que fosse o messias das profecias judaicas. Mas a nova religião disseminou-se bem além da Judeia. Foi perseguida, depois reconhecida pelo Império Romano e se tornou dominante no século IV d.C..
As primeiras igrejas só surgiram na Terra Santa por volta do ano 200, os primeiros cristãos se reuniam em casa.
A proibição romana fez as igrejas permanecerem na clandestinidade. No entanto, a conversão do imperador romano Constantino ao cristianismo provocou uma onda de construções nos lugares ligados à vida de Cristo. Quase todas as maiores igrejas cristãs estão representadas em Jerusalém. A ortodoxa grega e a síria foram as primeiras a se instalar na cidade. Entre outras antigas comunidades cristãs encontram-se a armênia, a copta e a etíope. A Igreja Católica Romana instituiu seu patriarcado em Jerusalém em consequência das cruzadas, e a última a chegar foi a protestante.
A vida de Jesus Cristo, de acordo com os Evangelhos, desenrolou-se numa região geográfica relativamente pequena. Ele nasceu em Belém; cresceu em Nazaré; foi batizado no Rio Jordão, perto de Jericó; a maior parte de suas atividades públicas se realizou à volta do Mar da Galiléia, onde ele pregou, narrou parábolas e fez milagres; e sua crucificação, ressurreição e ascensão ocorreram em Jerusalém.
Naquela que seria sua última semana de vida, Jesus fez uma entrada triunfal em Jerusalém, pouco antes da festa da Páscoa judaica. Dirigiu-se ao Templo, de onde expulsou os cambistas. Reuniu seus discípulos para fazer uma refeição pascoal, a Última Ceia. Depois, seguiu para o Jardim de Getsêmani, onde foi preso. Condenado pelas autoridades judaicas, acabou levado a julgamento perante Pôncio Pilatos, talvez na Fortaleza Antônia, ou Cidadela. Depois de exposto pela cidade, foi crucificado e sepultado no Gólgota ou Calvário, que, diz a tradição, é o local da Igreja do Santo Sepulcro. Depois de ressuscitar, subiu ao céu do Monte das Oliveiras, Ascensão.
Islamismo
O Islã foi fundado por Maomé, ex-comerciante de Meca, na Arábia. Nascido em cerca de 570 d.C., aos 40 anos passou a receber revelações da palavra de Alá, que continuaram por toda a sua vida e acabaram transcritas no Corão. Com a rejeição de suas pregações em Meca, Maomé e seus seguidores se viram obrigados a fugir para Medina em 622, marcando, assim, o início do calendário islâmico. Antes de morrer, em 632, Maomé conquistou Meca.
O Corão, livro sagrado do Islã, é tido como reprodução exata das palavras de Alá. Divide-se em 114 capítulos, ‘suras’, que abordam diversos assuntos, como os relativos à família, ao casamento e questões legais e éticas.
O islamismo segue os chamados ‘cinco pilares da fé’:
o shahada, declaração de que ‘não há outro Deus além de Alá e Maomé é seu profeta’;
o salá, que são as cinco orações diárias predefinidas, feitas em direção de Meca;
o saum, jejum a luz do dia durante todo o mês sagrado do Ramadã;
o zakat, doação de esmolas e
o haj, ao menos uma vez na vida todos os muçulmanos, se não estiverem incapacitados, devem fazer a peregrinação a Meca.
Hoje existem quatro patriarcas de posição hierárquica parecida com a de um arcebispo, residentes em Jerusalém: os das igrejas ortodoxa-grega, armênia, católica grega e latina (católica romana). Os etíopes e coptas tem um prédio chamado patriarcado, mas não há entre eles a figura do patriarca.
A Jerusalém extramuros é uma cidade bem diferente da dos solos sagrados. O ícone mais notável é a ponte do trem metropolitano, ou ponte de cordas de Santiago Calatrava*, em forma de harpa, uma homenagem ao Rei Davi. Inaugurada em 2008, esta ponte sustenta o metrô de superfície.
*arquiteto que marca seu estilo com pontes suspensas por cabos de aços, como em Buenos Aires.
07/10/2012 – domingo

Começamos o dia num bairro de Jerusalém, Ain Karem ou En Karen, visitando a Igreja de São João Batista, que lembra o local do nascimento do primo de Jesus.

 

Ain Karem,
vila onde São João Batista nasceu e foi criado.
A menos de um dia de caminhada
desde o Templo de Jerusalém.
Santuário da Visitação
Igreja de São João Batista nas Montanhas

 

João tinha só alguns meses a mais que Jesus, por isto quando Herodes ordenou matar todos os meninos de Belém e territórios vizinhos, João também correu perigo de vida, contudo, Isabel conseguiu escondê-lo numa caverna que visitamos e onde deixamos os nomes de nossos familiares e amigos.

 

O Abade russo Daniel escreveu em princípios do século XII: ‘A casa de Zacarias está situada aos pés de um monte à ocidente de Jerusalém. À casa de Zacarias chegou Maria para saudar Isabel. Naquela mesma casa nasceu João. Hoje uma igreja ocupa este lugar. Em seu interior, à esquerda do altar central pode-se ver uma pequena gruta onde nasceu João, o Precursor.’
Esta mesma igreja existe ainda hoje, não tendo sido jamais destruída, todavia, foi transformada em estábulo pelos muçulmanos por mais de quatro séculos, até que os franciscanos, em fins do século XVII conseguiram tomar posse do lugar.

Depois, seguimos para Belém, a 9 km de Jerusalém, no estado palestino, de população palestina muçulmana.

Constituída em 1993, a Autoridade Nacional Palestina administra a Faixa de Gaza e outras quinze províncias espalhadas pela Cisjordânia.

No caminho para Belém, o túmulo de Herodes.

 

Contudo, diferentemente de Jericó, há um muro de demarcação da fronteira, construído em 2004.
Inclusive, no retorno, a polícia de fronteira subiu no ônibus, fez perguntas à guia e, nesta oportunidade, se assim desejasse, poderia ter exigido que todos apresentassemos os passaportes.
‘Nós, cristãos da Terra Santa, queremos dizer a toda a humanidade, às autoridades políticas e aos cristãos de todo mundo: ajudem a não perder Belém, onde a presença cristã está diminuindo fortemente !’
Padre Artemio Vitório – Vigário da Custódia da Terra Santa em Jerusalém
‘Não é uma coisa fácil, porém julgamos que, talvez, nos meses seguintes, Belém possa recomeçar a vida que era presente em 2000, ano do jubileu, porque em 2000 chegava cerca de 50 ônibus de peregrinos por dia, hoje chega, talvez, cinco. Por isto tudo se paralisou. Mas esperamos que a providência ajude os esforços de todos a conseguir de novo uma vitalidade que possa ser de ajuda para os habitantes e para aqueles que vem visitar. Para que de Belém retenha a espiritualidade do presépio.’
Piero Cioca – Irmão Salesiano

Nossa primeira parada em Belém, Bethlehem, a cidade do pão, foi na ‘Lama Brothers Souvenir Store’.

 

Aí é possível encontrar colares feitos com pedras de Eilat, uma combinação da malaquita, turquesa, crisocola e azurita. Tida como a ‘pedra do sábio’, que oferece sabedoria e respostas criativas para a solução de problemas.
Esta pedra equilibra as energias e suscita a leveza do ser.
Harmoniza e estimula os sentimentos, assegurando uma vida emocional calma, mas não superficial e incentiva a telepatia entre parceiros de alma.
Excelente agente de cura, purificador eficiente para o timo. Alivia a dor provocada pelas mágoas e remove toxinas e bloqueios criados por eventos que afetaram negativamente sua alma, ajudando a falar sobre estas dores e se libertar delas, estimulando a aceitação e a reconciliação interior, reintegrando o eu.
Encontrada no Vale de Timna, no sul de Israel, o mais antigo centro de mineração da história, local da primeira exploração de minas de cobre do mundo.
Onde encontram-se as legendárias ‘Minas do Rei Salomão’, descobertas junto aos escombros de casas e fornos onde se fundiam o cobre que serviu para elevar a fabulosa riqueza do soberano Rei de Israel.
Deuteronômio 8,9 – terra cujas pedras são de ferro e de cujas montanhas extrairás o cobre.

A Praça da Manjedoura marca o centro dos oito quarteirões da Belém antiga.

E tu, Belém-Éfrata, pequena entre os clãs de Judá,
de ti sairá para mim aquele que governará Israel.
Suas origens são de tempos antigos,
de dias imemoráveis.
Miquéias 5, 1

O ponto principal, a Basílica da Natividade ou Igreja da Natividade, é uma das igrejas mais antigas ainda em uso no mundo, que escapou de ser destruída pelas diversas culturas que passaram por estas terras.

 

Alçapões revelam os mosaicos do piso original da época de Constantino e evitaram que na invasão persa a igreja fosse alvo da destruição, pois os persas acreditaram se tratar de um monumento persa e não de uma igreja.
Maria e José vieram para Belém para o censo e, por falta de lugar para se hospedar, acomodaram-se numa gruta onde nasceu Jesus.
A Basílica foi construída no ano de 326, por ordem de Santa Helena, mãe do Imperador romano Constantino, sobre a gruta que a tradição cristã marca como local do nascimento de Jesus e por isto considerado local sagrado tanto para o cristianismo como para o islamismo.

A fachada da igreja está circundada por muros de três conventos. Originalmente, século VII, três portões davam acesso ao seu interior, mas dois deles foram emparedados e o terceiro, localizado no meio e com nome de Porta da Humildade tem apenas 1,2 m de altura, tendo sido estreitado várias vezes para prevenir a entrada de saqueadores montados em seus cavalos.

Gruta da Natividade ou Gruta da Manjedoura
Lucas 2, 1-20 – Nascimento de Jesus e visita dos pastores – Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Esse recenseamento foi o primeiro, enquanto Quirino era governador da Síria. E todos iam se alistar, cada um na própria cidade. Também José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser da casa e da família de Davi, para se inscrever com Maria, sua mulher, que estava grávida. Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto, e ela deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala.
Na mesma sala havia uns pastores que estavam nos campos e que durante as vigílias da noite montavam guarda a seu rebanho. O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor envolveu-os de luz; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, disse-lhes: ‘Não temais ! Eis que vos anuncio uma grande alegria que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor, na cidade de Davi. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolto em faixas deitado numa manjedoura.’ E de repente juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste a louvar a Deus dizendo:
Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama !
Quando os anjos os deixaram, em direção ao céu, os pastores disseram entre si: ‘Vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.’ Foram então às pressas, e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura. Vendo-o, contaram o que lhes fora dito a respeito do menino; e todos os que os ouviam ficavam maravilhados com as palavras dos pastores. Maria, contudo, conservava cuidadosamente todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora dito.

A gruta tem um profundo significado histórico e religioso.

 

No chão, uma estrela de prata marca o local do nascimento de Jesus, com a inscrição em latim ‘Hic de Virgine Maria Jesus Christus Natus Est‘, ‘Aqui, Jesus Cristo nasceu da Virgem Maria‘.

Na estrela de 14 pontas cada uma delas representa uma das gerações de Abraão a Jesus.

Sobre a estrela estão penduradas quinze lâmpadas de prata, que representam as diversas comunidades cristãs.
Mateus 1, 1-17 – Ascendência de Jesus – Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão:
Abraão gerou Isaac,
Isaac gerou Jacó,
Jacó gerou Judá e seus irmãos,
Judá gerou Farés e Zara, de Tamar,
Farés gerou Esrom,
Esrom gerou Aram,
Aram gerou Aminadab,
Aminadab gerou Naasson,
Naasson gerou Salmon,
Salmon gerou Booz, de Raab,
Booz gerou Jobed, de Rute,
Jobed gerou Jessé.
Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que foi mulher de Urias,
Salomão gerou Roboão,
Roboão gerou Abias,
Abias gerou Asa,
Asa gerou Josafá,
Josafá gerou Jorão,
Jorão gerou Ozias,
Ozias gerou Joatão,
Joatão gerou Acaz,
Acaz gerou Ezequias,
Ezequias gerou Manassés,
Manassés gerou Amon,
Amon gerou Josias,
Josias gerou Jeconias e seus irmãos
por ocasião ao exílio na Babilônia.
Depois do exílio na Babilônia,
Jeconias gerou Salatiel,
Salatiel gerou Zorobatel,
Zorobatel gerou Abiud,
Abiud gerou Eliacim,
Eliacim gerou Azor,
Azor gerou Sadoc,
Sadoc gerou Aquim,
Aquim gerou Eliud,
Eliud gerou Eleazar,
Eleazar gerou Matã,
Matã gerou Jacó,
Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus chamado Cristo.

Portanto, o total das gerações é: de Abraão até Davi, quatorze gerações; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze gerações; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze gerações.

 

A missa deste dia foi na Igreja de Santa Catarina de Alexandria, na Basílica da Natividade, que muito me emocionou.
Ao final da missa, Padre Mauro segurou um Menino Jesus no colo, do tamanho de um bebe de verdade e, um a um, em procissão, fomos até o altar e beijamos o Menino Jesus.
As paredes desta igreja são decoradas com pinturas murais remanescentes da época das Cruzadas e que foram, parcialmente, restauradas em 1950.

Construída em 1881, sobre as ruínas da antiga igreja e do mosteiro dos cruzados, pertencentes aos agostinianos.

De tudo que a vida nos proporciona, o importante são as emoções vividas !!!

08/10/2012 – 2ª feira 

Tivemos um dia bem intenso,
mas muito, muito, muito emocionante.
Começamos o dia no Monte das Oliveiras, que faz parte da fronteira ocidental do deserto da Judéia.
Entre ele e a Cidade Antiga de Jerusalém está o Vale do Rio Cédron ou Vale de Josafá.
O Monte das Oliveiras pertence à cadeia montanhosa que se inicia à leste de Jerusalém e prossegue por cerca de 3,5 km, destacando-se três vértices:
o Monte Scopus, 826 m,
o Pico de at-Tur, 818 m e
o Monte Destruidor, 747 m.
O Monte das Oliveiras é sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, segundo a Bíblia:
. ao entrar em Jerusalém vindo do oriente, atravessa-se ele, como na narrativa da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Entrada messianica em Jerusalém em Mateus 21, 1; Marcos 11, 1 e Lucas 19, 28)
. aí Jesus lamentou a impenitência de Jerusalém e ensinou a respeito da iminência da ruína do templo (Lamentação sobre Jerusalém em Lucas 19, 41-44; Discurso escatológico sobre a ruína de Jerusalém em Mateus 24, 1-3; Marcos 13, 1-4 e Lucas 21, 5-7)
. Jesus e seus discípulos passaram aí as noites da sua última semana, provavelmente na estância conhecida como Getsêmani, onde havia um jardim no qual Jesus costumava orar (Os últimos dias de Jesus em Lucas 21, 37-38 e No Getsêmani em Mateus 26, 36)
. foi para aí que Jesus foi depois da Última Ceia e aí mesmo foi preso (Predição da negação de Pedro em Marcos 14, 26-31)
. aí Jesus ascendeu aos céus (A ascensão em Lucas 24, 50-53)
. com base nos Atos dos Apóstolos 1, 11 e Zacarias 14, 4, acredita-se que aí será o palco de sua volta.
Aí fiéis participam, anualmente, de procissões na Semana Santa.
Nós, também, percorremos o Caminho de Ramos.
As oliveiras são uma espécie de marca registrada da paisagem do Oriente Médio e em todo Mediterrâneo.
As estradas, invariavelmente, passam por antigas plantações e nos povoados, entre uma casa e outra, ou nos fundos de uma mesquita, há sempre uma coleção delas.
Embora retorcida e, aparentemente, seca, são conhecidas pela incrível capacidade de sobreviver e de produzir riqueza.
Não é à toa que para cristãos, judeus e muçulmanos, que vivem juntos em uma região marcada por conflitos, a oliveira é símbolo de paz e de esperança.
A azeitona não cresce de semente, só de ramos.
Batendo, levemente, nos ramos, as azeitonas maduras caem sobre um cobertor, tarefa que envolve homens, mulheres e crianças. A época da colheita começa em outubro e vai até dezembro.
A equipe do Jornal Hoje visitou o fazendeiro Micha e a filha Ayala, no norte de Israel, para conhecer uma das plantações mais antigas do país. Segundo a reportagem, que foi ao ar em 18/08/2012, lá algumas árvores certamente tem mais de mil anos. As raízes são profundas, tem mais de seis metros, fundamental para buscar água em uma região extremamente seca, que pode ficar mais de seis meses sem chuva.
Segundo Ayala, formada em agronomia, a parte mais antiga das árvores são as que possuem buracos, onde havia um tronco que apodreceu. A árvore tem a capacidade quase ilimitada de produzir novos troncos e raízes, atravessando os séculos cheia de vitalidade.
Na pequena Capela da Ascensão está a rocha da Ascensão de Jesus, pedra da qual Jesus teria ascendido aos céus e a marca do seu pé cravada na pedra.
Data do século IV, restaurada pelos cruzados no século XI e tomada pelos saduceus no século XIII.
Em seguida, fomos ao Monastère du Carmel du Pater Noster à Jérusalem ou Eleona.
Esta igreja foi construída sobre uma caverna onde se diz que Jesus ensinava a seus discípulos a oração do ‘Pai Nosso’.
observação: o idioma caudeu deu origem ao aramaico e ao hebraico.
A primeira igreja foi construída pela Rainha Helena, mãe do Imperador Constantino, data do século IV e foi destruída durante a invasão persa em 614 e substituída pelos Cruzados. Reconstruída por uma benfeitora da ordem carmelita francesa, Aurelie de Bossi, Princesse de la Tour d’Auvergne, Duchesse de Boui Llon.
As paredes da igreja e do convento carmelita são cobertas de cerâmicas com versões da oração em 170 idiomas, seguindo uma prática dos Cruzados.
Passamos pela Necropole, primeiro cemitério judaico-cristão, séculos I – IV.
Os corpos eram enterrados diretamente na terra. Um ano depois, os ossos eram recolhidos e guardados em urnas.
Ainda hoje, os corpos são enterrados diretamente na terra.
Visitamos a Igreja Dominus Flevit, a Igreja O Senhor Chora, de onde se avista os muros da cidade velha de Jerusalém, com seus 7 km² e dos seus originais 12 portões.
Daí se avista também o Vale dos Ossos Secos que, segundo profecia de Ezequiel, quando Jesus retornar todos os que estiverem neste vale serão os primeiros à ressuscitar. Aí há cerca de 450 mil túmulos.
Ezequiel 37, 1-14 – Os ossos secos – A mão de Iahweh veio sobre mim e me conduziu para fora pelo espírito de Iahweh e me pousou no meio de um vale que estava cheio de ossos. E aí fez com que me movesse em torno deles de todos os lados. Os ossos eram abundantes na superfície do vale e estavam completamente secos. Ele me disse: ‘Filho do homem, porventura tornarão a viver estes ossos ?’ Ao que respondi: ‘Senhor Iahweh, tu o sabes.’ Então me disse: ‘Profetiza a respeito destes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra de Iahweh. Assim fala o Senhor Iahweh a estes ossos: Eis que vou fazer com que sejais penetrados pelo espírito e vivereis. Cobrir-vos-ei de tendões, farei com que sejais cobertos de carne e vos revestirei de pele. Porei em vós o meu espírito e vivereis. Então sabereis que eu sou Iahweh.’ Profetizei, de acordo com a ordem que recebi. Enquanto eu profetizava, houve um ruído e depois um tremor e os ossos se aproximaram uns dos outros. Vi, então, que estavam cobertos de tendões, estavam cobertos de carne e revestidos de pele por cima, mas não havia espírito neles. Então me disse: ‘Profetiza ao espírito, profetiza, filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Iahweh: Espírito, vem dos quatro ventos e sopra sobre estes mortos para que vivam.’ Profetizei de acordo com o que ele me viveram, firmaIando-se sobre os seus pés como um imenso exército.
Então ele me disse: Filho do homem, estes ossos representam toda a casa de Israel, que está a dizer: ‘Os nossos ossos estão secos, a nossa esperança está desfeita. Para nós está tudo acabado.’ Pois bem, profetiza e dize-lhe: Assim diz o Senhor Iahweh: Eis que abrirei os vossos túmulos e vos farei subir dos vossos túmulos, ó meu povo, e vos reconduzirei para a terra de Israel. Então sabereis que eu sou Iahweh, quando abrir vossos túmulos e vos fizer subir de dentro deles, ó meu povo. Porei o meu espírito dentro de vós e vivereis: eu vos reporei em vossa terra e sabereis que eu, Iahweh, falei e hei de fazer, oráculo de Iahweh.
Estivemos no Horto Gethsemane, jardim situado no Monte das Oliveiras, no Vale do Cédron, onde Jesus e seus discípulos teriam orado na noite anterior à sua crucificação.
De acordo com a tradição da Igreja Ortodoxa, aí seria o local onde os apóstolos teriam enterrado a Virgem Maria e de onde ela teria ascendido aos céus após a dormição no Monte Sião.
Nos Evangelhos de São Mateus e de São Marcos aparece citado como Gethsemani, como chorion, ‘lugar ou propriedade’, e em São João como Kepos, ‘horto ou jardim’.
De acordo com Lucas 22, 43-44, a agonia de Jesus no Getsêmani foi tão profunda que ‘seu suor tornou-se em gotas de sangue a cair sobre a terra’.
Em Getsemani estão as oliveiras mais antigas do mundo.
Diante deste jardim está a Igreja de Todas as Nações, também conhecida como Basílica da Agonia.
Nas proximidades se encontra a Igreja Ortodoxa Russa de Santa Maria Madalena, com suas torres no estilo russo-bizantino, construída pelo czar Alexandre III da Rússia, em memória de sua mãe.
A Igreja de Todas as Nações ou Basílica da Agonia foi construída sobre as fundações de duas igrejas anteriores, uma basílica bizantina do século IV, destruída por um terremoto e uma pequena capela do século XII, construída pelos cruzados e abandonada em 1345.
Em 1920, durante as obras das fundações, uma coluna foi encontrada a cerca de 2 m abaixo do solo da capela medieval, determinando um trabalho de escavações.
Construída entre 1919 e 1924, a partir de doações de diversos países, estes tiveram seus brasões incorporados ao vidro do teto, dentre eles o Brasil. Todas estas doações deram à igreja seu título de Igreja de Todas as Nações.
Dois tipos de material foram utilizados na construção da igreja: material extraído das pedreiras de lifta e pedra de coloração rosa, esta vinda de Belém.
Sua fachada está apoiada sobre uma fileira de colunas, sob um mosaico que retrata Jesus Cristo como mediador entre Deus e o homem.
Internamente está dividida em três corredores por seis colunas, dando a impressão de se estar num amplo salão. Vidros de cor violeta são utilizados por toda a igreja, evocando um clima de depressão análogo à agonia de Jesus e o teto tem cor azul profunda, simulando um céu noturno.
Em frente ao altar, a rocha calcária sobre a qual Jesus passou sua última noite.
Mateus 26, 36 – 46 – No Getsêmani – Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse aos discípulos: ‘Sentai-vos aí enquanto vou até ali para orar’. Levando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes, então: ‘Minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai comigo’. E, indo um pouco adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: ‘Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres’. E, ao voltar para junto dos dois discípulos, encontrou-os adormecendo. E diz a Pedro: ‘Como assim ? Não fostes capazes de vigiar comigo por uma hora ! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca’. Afastando-se de novo pela segunda vez, orou: ‘Meu Pai, se não é possível que esta taça passe sem que eu a beba, seja feita a tua vontade !’ E ao voltar de novo, encontrou-os dormindo, pois seus olhos estavam pesados de sono. Deixando-os, afastou-se e orou pela terceira vez, dizendo de novo as mesmas palavras. Vem, então, para junto dos discípulos e lhes diz: ‘Dormi agora e repousai: eis que a hora está chegando e o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos ! Vamos ! Eis que meu traidor está chegando.’
Paradinha para almoçar no Pontifical Institute Notre Dame of Jerusalem Center, um lugar lindo, uma cozinha deliciosa, vista de nosso hotel da varanda do restaurante e no 2º andar a Chappel Notre Dame. www.notredamecenter.org

Seguimos, então, para o Monte Sion, que acessamos pela Porta Nova.

Originalmente era o nome dado especificamente à fortaleza próxima a atual Jerusalém, conquistada por Davi, chamada de Monte Tzion, aportuguesado para Sião. Após a morte do Rei Davi, o termo passou a ser usado para se referir ao monte, Monte Sião, onde se encontrava o Templo de Salomão. Mais tarde, Sião passou a se referir ao próprio templo e aos terrenos do templo. Depois, Sião foi usado para simbolizar Jerusalém e a Terra Prometida.
Salmo 137 (136) – Canto do exilado
À beira dos canais de Babilônia
nos sentamos e choramos
com saudades de Sião;
nos salgueiros que ali estavam
penduramos nossas harpas.
Lá, os que nos exilaram
pediam canções,
nossos raptores queriam alegria:
‘Cantai-nos um canto de Sião !’
Como poderíamos cantar
um canto de Iahweh
numa terra estrangeira ?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
que me seque a mão direita !
Que me cole a língua ao paladar
caso eu não me lembre de ti,
caso eu não eleve Jerusalém
ao topo da minha alegria !
Iahweh, relembra
o dia de Jerusalém
aos filhos de Edom,
quando diziam: ‘Arrasai-a !
Arrasai-a até os alicerces !’
Ó devastadora filha de Babel,
feliz quem devolver a ti
o mal que nos fizeste !
Feliz quem agarrar e esmagar
teus nenês contra a rocha !

Visitamos o Cenáculo, lugar da última ceia de Jesus.

A palavra cenáculo deriva da palavra latina ‘cena’, que significa ‘jantar’.

Construído pelos franciscanos em seu retorno à cidade em 1335. O mihrab esculpido, nicho de oração muçulmano, foi acrescentado em 1523, quando os franciscanos foram expulsos do local e a Sala Superior transformada em mesquita.
Segundo o arqueólogo Bargil Pixner, diversos edifícios foram construídos sobre o cenáculo no decorrer dos séculos:
´
. o edifício original foi uma sinagoga da qual restam três paredes (70 d.C.), chamada Igreja dos Apóstolos;
. em seguida, foi construída uma igreja, Igreja de Teodósio ou Santa Igreja de Sião, ao lado da sinagoga (382 d.C.);
. em 415 d.C. a Igreja de Sião foi ampliada e transformada numa Basílica;
. destruída pelos invasores persas em 614 d.C. e depois parcialmente reconstruída pelo Patriarca Modesto;
. em 1009 d.C. foi arrasada pelos muçulmanos e depois reconstruída pelos cruzados, com alusão a Santa Maria preservando os muros da antiga sinagoga;
. destruída em 1219 pelo Sultão de Damasco;
. de 1333 a 1552, os frades franciscanos cuidaram do cenáculo, restaurando a edificação;
. contudo, foram despejados quando os turcos capturaram Jerusalém, banindo todos os cristãos e o cenáculo transformado em mesquita;
. só em 1948, quando do estabecimento do Estado de Israel, os cristãos foram autorizados a voltar, mas, mesmo assim, é proibida a celebração de missas no local, onde Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia.
A sala atual é uma lembrança daquela da última ceia, não mais a original, que era mais subterrânea. Esta, atual, evidencia a mistura das várias culturas que por ali passaram. Em 3.000 anos, 17 culturas diferentes, além das tribos da região.
Lugar sagrado da oferta integral de Jesus,
que depois iria se consumar.
Sob o edifício do Cenáculo e objeto de questionamentos, estaria a tumba de Davi.
Segundo a Bíblia, ele teria sido sepultado na cidade de Davi. Alguns estudiosos defendem que é na Cidadela de Davi, próxima ao Cenáculo, onde foram sepultados outros reis.
A despeito de ser ou não sob o Cenáculo o local do sepultamento de um dos mais importantes governantes da história mundial, antes de ser um célebre rei, foi um homem simples, franzino pastor de ovelhas e que, embora tenha se tornado forte em vários sentidos, virou exemplo, acima de tudo, de fé.
Na verdade, o local é um símbolo do repouso dos restos mortais do monarca.
A edificação é bizantina, datada do período medieval. Em 1173, a cripta foi encontrada durante reparos do prédio, a partir daí sendo classificada como o túmulo de Davi.
Na porta de acesso à sala onde se encontra o esquife, a guia Susana chamou nossa atenção para a ‘mezuzá’, nome de um mandamento da Torá que ordena que seja afixado no umbral das portas um pequeno rolo de pergaminho que contem as duas passagens da Torá que ordenam este mandamento: Deuteronômio 6, 4-9 e 11, 13-21. Sempre beijando-a, ao entrar e ao sair.
Deuteronômio 6, 4-9 – Ouve, ó Israel: Iahweh nosso Deus é o único Iahweh ! Portanto, amarás a Iahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração ! Tu as inculcarás aos teus filhos e delas falarás sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu as atarás também à tua mão como um sinal e serão como um frontal entre os teus olhos; tu as escreverás nos umbrais da tua casa e nas tuas portas.
Deuteronômio 11, 13-21 – Portanto, se de fato obedecerdes aos mandamentos que hoje vos ordeno, amando a Iahweh vosso Deus e servindo-o com todo o vosso coração e com toda a vossa alma, darei chuva para a vossa terra no tempo certo: chuvas de outono e de primavera. Poderás assim recolher teu trigo, teu vinho novo e teu óleo; darei erva no campo para o teu rebanho, de modo que poderás comer e ficar saciado. Contudo, ficai atentos a vós mesmos, para que o vosso coração não se deixe seduzir e não vos desvieis para servir a outros deuses, protrando-vos diante deles. A cólera de Iahweh se inflamaria contra vós e ele bloquearia o céu: não haveria mais chuva e a terra não daria o seu produto; deste modo desapareceríeis rapidamente da boa terra que Iahweh vos dá !
Conclusão – Pondo estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, ataia-as como um sinal em vossa mão, e sejam como um frontal entre os vossos olhos. Ensinai-as aos vossos filhos, falando delas sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé; tu as escreverás nos umbrais da tua casa e nas tuas portas, para que vossos dias e os dias de vossos filhos se multipliquem sobre a terra que Iahweh jurou dar aos vossos pais e sejam tão numerosos como os dias em que o céu permanecer sobre a terra.

Desde 1949, uma manta azul marinho cobre o esquife, com textos em hebraico, relativos à Torá e imagens palacianas e instrumentos musicais.

Basílica da Dormição de Maria ou Dormição da Theotókos.

 

Theotókos, palavra grega, só usada em referência a Maria e que está presente no vocabulário cristão de todas as línguas.

Significa aquela que deu a luz, a parturiente, a genitora de Deus.
Theotókos, mãe de Deus, sintetiza a reflexão teológica enraizada na Bíblia e na vivência da fé cristã.
A Dormição ou morte de Maria, Mãe de Jesus, é celebrada em 15 de agosto nas Igrejas Orientais, Ortodoxa e Católica Oriental, enquanto a Igreja Católica Romana celebra a Assunção.

Segundo a tradição, a Dormição teria tido lugar em Jerusalém, cerca de um ano após a morte de Jesus. Os apóstolos teriam sepultado Maria, mas, depois, teriam encontrado o túmulo vazio.

 

Em memória, há hoje em Jerusalém duas igrejas, a da Dormição, no Monte Sião e o Túmulo de Maria, a poucos passos da Basílica da Agonia, no Getsémani.
Outra tradição diz que Maria teria vivido durante muitos anos após a morte de Jesus e que a Dormição teria ocorrido em Éfesos, para onde Maria teria se mudado, de acordo com o Apóstolo João e onde estivemos em maio deste ano. Se for do seu interesse, confira em Nosso Roteiro na Casa da Virgem Maria – Selçuk – Turquia (Ásia) 2012.
Sobre a Dormição de Maria, o Papa João Paulo II assim se manifestou na Audiência da Quarta-feira, 25 de Junho de 1997:
A dormida da Mãe de Deus
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
1. A propósito da conclusão da vida terrena de Maria, o Concílio retoma os termos da Bula de definição do dogma da Assunção e afirma: «A Virgem Imaculada, que fora preservada de toda a mancha de culpa original, terminando o curso da sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma» (LG, 59). Com esta fórmula, a Constituição dogmática «Lumen gentium», seguindo o meu venerado Predecessor Pio XII, não se pronuncia sobre a questão da morte de Maria. Todavia, Pio XII não quis negar o facto da morte, mas apenas não julgou oportuno afirmar solenemente a morte da Mãe de Deus, como verdade que devia ser admitida por todos os crentes.
Na verdade, alguns teólogos afirmaram a isenção da morte da Virgem e a sua passagem directa da vida terrena à glória celestial. Todavia, esta opinião é desconhecida até ao século XVII, enquanto na realidade existe uma comum tradição que considera a morte de Maria a sua introdução na glória celeste.
2. É possível que Maria de Nazaré tenha experimentado na sua carne o drama da morte? Reflectindo sobre o destino de Maria e sobre a sua relação com o Filho divino, parece legítimo responder afirmativamente: dado que Cristo morreu, seria difícil afirmar o contrário no que concerne à Mãe.
Neste sentido raciocinaram os Padres da Igreja, que não tiveram dúvidas a este propósito. Basta citar São Tiago de Sarug († 521), segundo o qual quando para Maria chegou «o tempo de caminhar pela via de todas as gerações», ou seja, a via da morte, «o coro dos doze Apóstolos» reuniu-se para enterrar «o corpo virginal da Bem-aventurada» (Discurso sobre a sepultura da Santa Mãe de Deus, 87-99 em C. VONA, Lateranum 19 [1953], 188). São Modesto de Jerusalém († 634), depois de ter falado amplamente da «beatíssima dormida da gloriosíssima Mãe de Deus», conclui o seu «elogio» exaltando a intervenção prodigiosa de Cristo que «a ressuscitou do sepulcro» para a receber consigo na glória (Enc. in dormitionem Deiparae semperque Virginis Mariae, nn. 7 e 14; PG 86 bis, 3293; 3311). São João Damasceno († 704), por sua vez, pergunta: «Como é possível que aquela que no parto ultrapassou todos os limites da natureza, agora se submeta às leis desta e o seu corpo imaculado se sujeite à morte? ». E responde: «Certamente era necessário que a parte mortal fosse deposta para se revestir de imortalidade, porque nem o Senhor da natureza rejeitou a experiência da morte. Com efeito, Ele morre segundo a carne e com a morte destrói a morte, à corrupção concede a incorruptibilidade e o morrer faz d’Ele nascente de ressurreição» (Panegírico sobre a Dormida da Mãe de Deus, 10: SC 80, 107).
3. É verdade que na Revelação a morte se apresenta como castigo do pecado. Todavia, o facto de a Igreja proclamar Maria liberta do pecado original por singular privilégio divino não induz a concluir que Ela recebeu também a imortalidade corporal. A Mãe não é superior ao Filho, que assumiu a morte, dando lhe novo significado e transformando-a em instrumento de salvação.
Empenhada na obra redentora e associada à oferta salvífica de Cristo, Maria pôde compartilhar o sofrimento e a morte em vista da redenção da humanidade. Também para Ela vale quanto Severo de Antioquia afirma a propósito de Cristo: «Sem uma morte preliminar, como poderia ter lugar a ressurreição?» (Antijulianistica, Beirute 1931, 194 s.). Para ser partícipe da ressurreição de Cristo, Maria devia compartilhar antes de mais a Sua morte.
4. O Novo Testamento não oferece qualquer notícia sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz a supor que esta se tenha verificado normalmente, sem qualquer pormenor digno de menção. Se assim não tivesse sido, como poderia a notícia permanecer escondida aos contemporâneos e, de alguma forma, não chegar até nós?
Quanto aos motivos da morte de Maria, não parecem fundadas as opiniões que lhe quereriam excluir causas naturais. Mais importante é a busca da atitude espiritual da Virgem no momento da sua despedida deste mundo. A este propósito, São Francisco de Sales considera que a morte de Maria se tenha verificado como efeito de um transporte de amor. Ele fala de um morrer «no amor, por causa do amor e por amor», chegando por isso a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor pelo seu filho Jesus (Traité de l’Amour de Dieu, Lib. 7, c. XIII-XIV).
Qualquer que tenha sido o facto orgânico e biológico que, sob o aspecto físico, causou a cessação da vida do corpo, pode-se dizer que a passagem desta vida à outra constituiu para Maria uma maturação da graça na glória, de tal forma que jamais como nesse caso a morte pôde ser concebida como uma «dormida».
5. Nalguns Padres da Igreja encontramos a descrição de Jesus mesmo que vem acolher a sua Mãe no momento da morte, para a introduzir na glória celeste. Assim, estes apresentam a morte de Maria como um evento de amor que a levou a alcançar o seu Filho divino para participar da Sua vida imortal. No final da sua existência terrena, ela terá experimentado, como Paulo e mais do que ele, o desejo de se libertar do corpo para estar com Cristo para sempre (cf. Fl 1, 23).
A experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem: passando pela comum sorte dos homens, ela pode exercer com mais eficácia a sua maternidade espiritual em relação àqueles que chegam à hora suprema da vida.

Na Igreja Saint Peter in Gallicantu, assistimos a missa, celebrada ao ar livre, de frente para a cidade velha de Jerusalém.

Foi uma visita e uma missa especiais para todos e, particularmente, para nosso guia espiritual, já que esta igreja é administrada pela ordem assuncionista, a mesma a que pertence o Padre Mauro, agostinianos da assunção.
Esta igreja lembra que Pedro negou Jesus três vezes, nos mostrando suas humanidade e fraqueza.

Retornamos ao hotel para um pequeno descanso, o jantar, saindo para um passeio noturno por Jerusalém.

Entramos na cidade velha de Jerusalém e fomos até o Muro das Lamentações, onde estavam em festa comemorando o encerramento da Festa das Tendas, uma festa dos judeus.
A palavra ‘tabernáculo’ origina-se da palavra latina ‘tabernaculum‘, que significa ‘uma cabana, um abrigo temporário’. No original hebraico, a palavra equivalente é ‘sukka‘, cujo plural é ‘sukkot‘.
É uma das três maiores festas, conhecidas como ‘Shalosh Regalim’, onde o povo de Israel peregrinava para o Templo de Jerusalém.
Relembra os 40 anos de êxodo dos judeus no deserto após sua saída do Egito. Nesse período, o povo judeu não tinha terra própria, eram nômades e viviam em pequenas tendas ou cabanas frágeis e temporárias.
Êxodo 23, 14-17 – Festas de Israel – Três vezes ao ano me celebrarás festa. Guardarás a festa dos Ázimos. Durante sete dias comerás ázimos, como te ordenei, no tempo marcado do mês de Abib, porque foi nesse mês que saíste do Egito. Ninguém compareça de mãos vazias perante mim. Guardarás a festa da Messe, das primícias dos teus trabalhos de semeadura nos campos, e a festa da Colheita, no fim do ano, quando recolheres dos campos o fruto dos teus trabalhos. Três vezes no ano, toda a população masculina comparecerá perante o Senhor Iahweh.
Neemias 8, 14-17 – Dia do nascimento do judaismo: Esdras faz a leitura da Lei. A festa das Tendas. Encontraram escrito, na Lei que Iahweh havia prescrito por intermédio de Moisés, que os filhos de Israel deveriam morar  em cabanas durante a festa do sétimo mês e anunciar e mandar publicar em todas as suas cidades e em Jerusalém: ‘Ide à região montanhosa e trazei ramos de oliveira, pinheiro, murta, palmeira e de outras árvores frondosas, para fazer cabanas, como está prescrito.’ O povo partiu: trouxeram ramos e fizeram cabanas, cada qual sobre seu terraço, nos pátios, nos átrios do Templo de Deus, na praça da porta das Águas e na da porta de Efraim. Toda a assembléia dos que tinham voltado do cativeiro construiu assim tendas e nelas morou. Os filhos de Israel não tinham feito nada disso desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve uma grande alegria.
Nos dias de hoje, entre 50 a 100 mil pessoas se reúnem aos pés do Muro das Lamentações participando da Benção dos Sacerdotes.

Como forma de simbolizar este período, durante a celebração do ‘sukot‘, os judeus fazem suas refeições sob folhas e galhos ao ar livre, em uma ‘sucá‘, que deve ser erguida ao ar livre e ser consituída de palha ou folhagem, que possibilite ver o céu. Deve ter pelo menos 3 paredes, que não devem estar pregadas ao teto. Além desta passagem pelo deserto, a ‘sucá‘ também simboliza todos os judeus que moram na diáspora, ou seja, fora de Israel

 

A partir da Festa dos Tabernáculos, os judeus recomeçam a leitura dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, o Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Muro das Lamentações ou ‘Hakotel HaMaaravi‘ (em hebraico) ou Muro Ocidental, local mais sagrado do judaísmo, único vestígio do antigo Templo de Herodes, erigido por Herodes, o Grande, no lugar do Templo de Jerusalém para contenção ao redor do Monte Moriá, ampliando a pequena esplanada na qual foram edificados o Primeiro e Segundo Templos de Jerusalém, formando o que se designa de Esplanada das Mesquitas.
Naquela época chamado de Monte Moriá, Salomão aí construiu seu templo, em terreno pertencente a seu pai, o Rei Davi, há 3000 anos.
Este templo foi destruído em 586 a.C. pelo conquistador babilônico Nabucodonosor, reconstruído 70 anos depois com recursos limitados; restaurado por Herodes, que lhe deu sua grandeza original há 2000 anos. Novamente destruído pelos romanos no ano 68 d.C., permanecendo intocado apenas o muro ocidental. Imensos blocos de pedra são o que restou.
Quando as legiões do Imperador Tito destruíram o templo, Tito deixou este muro para que os judeus tivessem a amarga lembrança de que Roma vencera a Judéia, daí o nome de Muro das Lamentações.
Os judeus, porém, atribuíram a uma promessa feita por Deus de que sempre ficaria de pé, ao menos uma parte do sagrado templo, como símbolo da sua aliança perpétua com o povo judeu.
Com mais de 8 m de altura e muitas histórias, havia casas por toda a esplanada do muro. Quando tomaram a Cidade Velha na guerra de 1967, os israelenses demoliram todo o bairro muçulmano vizinho.
Partindo do Arco de Wilson, arqueólogos escavaram o Túnel do Muro das Lamentações para explorar suas fundações. O túnel acompanha a base da face externa do muro do Templo ao longo de uma rua do tempo de Herodes, abaixo do atual nível do chão e emerge na Via Dolorosa.
Alguns fiéis visitam o muro todo dia para recitar o Livro dos Salmos inteiro, outros acreditam que os pedidos a Deus feitos no muro têm mais efeito.
Há vários séculos se mantem a tradição de introduzir pedidos entre as fendas do muro. Segundo o Rabino Shmuel Rabinovich, responsável por quase todos os lugares sagrados de Israel, o Rei Salomão, quando construiu o Primeiro Templo, pediu a Deus que todas as preces de quaisquer pessoas, judeus ou não, que chegassem a Jerusalém, fossem ouvidas.
A praça a sua frente funciona como uma sinagoga a céu aberto, onde grupos se reúnem para recitar as orações diárias, do sabá e das festividades da religião judaica.
Era incrível estarmos realizando esta peregrinação, um sonho que se tornava realidade a cada dia.
Por que tantos visitantes sentem uma emoção tão intensa diante do muro ?
Impor as mãos sobre as pedras é sentir as vibrações das ligações do povo judeu com sua longa e turbulenta história.
Por gerações, este muro ouve as orações e anseios de visitantes do mundo todo.
E ouviu também as nossas …
Saimos pela porta por onde os cruzados retiravam o lixo para fora dos muros para queimá-lo, razão pela qual ficou conhecida por Porta do Lixo.
09/10/2012 – 3ª feira 
Começamos o dia mais uma vez na cidade velha de Jerusalém, entrando pela Porta ou Portão das Ovelhas, como era conhecido na época de Jesus, ou de São Estevão, ou dos Leões, na verdade, leopardos, símbolo de uma dominação sanguinária.
Ainda fora dos portões, o Cemitério Muçulmano.

Passado o portão, caminhamos pelo bairro muçulmano.

Logo após transpor o portão, a Igreja de Santa Ana e no sítio arqueológico fora da igreja, o Tanque de Bethesda ou Piscina de Bethesda.
João 5, 1-9 – Cura do enfermo na piscina de Betesda – Depois disso, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas uma piscina que, em hebraico, se chama Bethzata, com cinco pórticos. Sob esses pórticos, deitados pelo chão, numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos ficavam esperando o borbulhar da água. Porque o Anjo do Senhor se lavava, de vez em quando, na piscina e agitava a água: o primeiro, então, que aí entrasse, depois que a água fora agitada, ficava curado, qualquer que fosse a doença. Encontrava-se aí um homem, doente havia trinta e oito anos, Jesus, vendo-o deitado e sabendo que já estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: ‘Queres ficar curado ?’ Respondeu-lhe o enferomo: ‘Senhor, não tenho quem me jogue na piscina, quando a água é agitada: ao chegar, outro já desceu antes de mim.’ Disse-lhe Jesus: ‘Levanta-te, toma teu leito e anda !’ Imediatamente o homem ficou curado. Tomou o leito e se pôs a andar.
‘Jesus healed the sick man near these medicinal baths.’
Jesus curou o doente perto desses banhos medicinais.’

 

São Joaquim homem pio, fora censurado pelo sacerdote por não ter filhos. Mas Sant’Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se para o deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que enfrentavam a esterelidade levaram-lhes a graça de ter por filha aquela que viria a ser a Mãe de Jesus.
Os cruzados chegaram em 1099 e construiram uma pequena capela dedicada ao milagre de Jesus. Por volta do ano 1130 construiram uma igreja romana dedicada a Sant’Ana, mãe de Maria.
A igreja foi elevada sobre as grutas onde se guardava a memória do local do nascimento da Virgem Maria e era capela de uma comunidade de beneditinas.
Quando o Sultão Salah-ed-Din reconquistou a cidade, transformou a Igreja de Sant’Ana numa escola de direito do Corão (1192). Abandonado durante o domínio turco, o santuário nunca deixou, no entanto, de receber a visita discreta de numerosos peregrinos.
Em agradecimento pela ajuda na guerra da Crimelo (1854-56), os turcos otomanos ofereceram a igreja à França, que a restaurou e orientou as primeiras escavações.
Em 1878 o santuário foi confiado aos Missionários de África do Cardeal Lavigerie, que ao mesmo tempo que se encarregavam da formação do clero Melquita, continuavam as escavações, pondo a descoberto o dique e os grandes tanques de água de Bethesda.
Os Padres Dominicanos da Escola Bíblica localizaram as fundações da Basílica Bizantina e os balneários de tratamento e cura.
Nosso grupo estava sentado nos bancos da igreja, cantando, quando um grupo de chineses entrou na igreja e perguntou, através de nossa guia, Susana, se aceitaríamos o convite para nos reunirmos, os dois grupos, no altar, para juntos cantarmos nos nossos respectivos idiomas as canções ‘Noite Feliz’ e ‘Glória’.
Claro que aceitamos e foi lindo !!!
A acústica da igreja era perfeita e o coral reunindo os dois continentes foi uma benção.
Em seguida, nos dirigimos à Capela da Flagelação, 2ª estação da Via Sacra.
No local da 1ª estação, o Pretório, sala de audiência do tribunal de Pôncio Pilatos, na Fortaleza de Antonia, quartel-general da guarnição romana em Jerusalém, onde Jesus foi julgado por Pôncio Pilatos e condenado, hoje funciona a escola Al Omariya.
Marcos 15, 1 – Jesus perante Pilatos – Logo de manhã, os cheges dos sacerdotes fizeram um conselho com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio. E manietando a Jesus, levaram-no e o entregaram-no a Pilotos.
João 19, 1 – Pilatos, então, tomou Jesus e o mandou flagelar.
João 19, 16 – Então Pilatos o entregou para ser crucificado.
Estavamos na Via Dolorosa ou Caminho da Dor, percurso pelas sinuosas ruelas da Cidade Velha de Jerusalém, que tem início na Porta dos Leões indo até a Basílica do Santo Sepulcro.
Não necessariamente o percurso onde fisicamente Jesus passou, mas aquele no qual a Igreja venera o mistério da vida de Jesus.
Caminho santificado pela oração daqueles que crêem.
Na verdade, este percurso teve origem numa procissão organizada pelos franciscanos no século XIV.

Uma vez dentro da Capela da Flagelação, sua cúpula é a coroa de espinhos.

Nesta capela celebramos uma belíssima missa.
A leitura do Evangelho de São João foi feita em conjunto, o celebrante, eu, meu marido e Maria Elizabeth.
Este conjunto franciscano engloba, ainda, a Capela da Condenação, do início do século XX, construída sobre as ruínas de uma capela medieval e o Studium Biblicum Franciscanum, respeitado instituto de estudos bíblicos, geográficos e arqueológicos, além de guardar objetos achados em escavações em Cafarnaum, Nazaré, Belém e vários outros sítios.

Após a missa, visitamos a Capela da Condenação, com pedras originais da época de Jesus, participando da composição de seu piso.

As Capelas da Flagelação e da Condenação lembram os lugares onde Jesus foi flagelado e onde lhe deram a cruz para carregar.
Daí nosso grupo tomou uma cruz e, revesando, nós percorremos as 13 outras estações da Via Sacra carregando naquela cruz nossas cruzes pessoais.
Muito emocionante !!!
Chorei muito !!!

Acredito ter corrido risco de me desidratar, de tanto chorar.

 

Começando na Porta de Santo Estevão (Porta dos Leões), nove estações se situam nesta rua estreita e outras cinco ficam dentro da Igreja do Santo Sepulcro.
Às 6as. feiras, os franciscanos puxam uma procissão pelo percurso a partir das 15 horas, no inverno e das 16 horas, no verão.
Não se faz esta caminhada na semana seguinte à Páscoa e ao Natal.
No século VIII existiam mais estações, principalmente, ao longo da parte sul da cidade antiga, na casa de Caifás, no Monte Sião, no Pretório.
 
3ª estação: Jesus cai pela primeira vez.

Local marcado por uma pequena Capela Polonesa, na Rua El-Wad. Acima da porta de entrada, escultura de Thaddeus Zielinsky representa Jesus caindo sob o peso da cruz.

 

 
Reflexão proposta: Será que somos pedra que pesa no ombro dos outros ?
 
4ª estação: Jesus encontra Sua Mãe.
 
A Igreja Católica Armênia de Nossa Senhora das Dores marca o lugar onde a Virgem Maria encontrou Jesus.
 
Este pequeno oratório foi erguido sobre um antigo templo dos cavaleiros das cruzadas.
 

O relevo acima da porta de entrada mostra a dor de Maria ao ver o filho caminhar para a morte.

 

Reflexão proposta: O amor é mais forte do que a morte.

5ª estação: O cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz.
 
Uma Capela Franciscana marca o local onde o caminho da cruz começa a subir para o Gólgota.
 

A inscrição sobre a porta comemora o encontro de Jesus Cristo e Simão Cirineu.

 

Reflexão proposta: Ajudar com amor e aceitar os que vem aliviar o peso de nossa cruz.
 
Nesta estação, na parede, há um local afundado da pedra, onde Jesus teria apoiado sua mão e onde nós também apoiamos a nossa.
 
6ª estação: O véu de Verônica.

A Igreja de Santa Verônica pertence às Pequenas Irmãs de Jesus, provavelmente situada no local onde ficava a casa de Verônica, que limpou o sangue e a poeira da face de Jesus com seu véu, que ficou com a face de Jesus impressa nele.

 

Reflexão proposta: Jesus imprimiu sua face no véu de Verônica. Que eu veja a imagem de Jesus no rosto do irmão que sofre !
 
7ª estação: Na esquina da Via Dolorosa com a Rua do Mercado, duas capelas ligadas por uma escada marcam o lugar onde Jesus caiu pela segunda vez sob o peso da cruz.
 

Existe um pilar romano na Capela dos Franciscanos onde provavelmente estava escrita a sentença de condenação à morte.

 

Acredita-se que aqui era o Portão do Julgamento, pelo qual Jesus deixou a cidade em seu caminho para o Gólgota.
Reflexão proposta: Recaídas pelas mesmas faltas. Não sucumbamos às tentações.

 

 
8ª estação: Jesus consola a mulher de Jerusalém que chora.
 

Na parede do Monastério Grego São Charalambos há uma pedra com uma cruz latina e uma inscrição onde se lê ‘Jesus Cristo é vitorioso’.

 

Reflexão proposta: É mais fácil lamentar os pecados e sofrimentos dos outros do que chorar as próprias faltas.

9ª estação: Jesus cai pela terceira vez.
Uma coluna construída na porta da Igreja Copta marca o local onde Jesus caiu pela terceira vez.
Deste ponto se pode ver o local da crucificação.
Ainda neste ponto, encontra-se a Capela e o Monastério de Santa Helena e a cisterna, descoberta no século IV e que abastecia a Igreja do Santo Sepulcro.
No pátio do Monastério, a rotunda onde Santa Helena achou a cruz de Jesus.
Nas paredes é possível ver os restos de construções diversas, colunas, arcos.

Ainda neste pátio, habitações inacreditavelmente mínimas, de cristãos ortodoxos, que aí vivem em voto de absoluta, total e irrestrita humildade.

10ª a 13ª estações: estas quatro estações (Jesus é despido; é pregado na cruz; morre; é tirado da cruz) ficam todas em um lugar denominado Gólgota ou Calvário, dentro da Igreja do Santo Sepulcro.

 

10ª estação: Jesus é despido de suas roupas.
Uma pequena escada de pedra leva à Capela do Despojamento.

Reflexão proposta: Quantas vezes, ainda hoje, despimos Jesus ?

11ª estação: Jesus é pregado à cruz.

 

Mosaicos magníficos decoram o lugar onde Jesus foi crucificado frente aos olhos de sua Mãe.
Este lugar santo é guardado pelos Católicos Romanos.

Reflexão proposta: Jesus é pregado na cruz, aceite a sua cruz.

12ª estação: Jesus morre na cruz.

 

No local onde as cruzes de Jesus e dos dois malfeitores foram colocadas, no Monte do Calvário, existe hoje um altar Greco-Ortodoxo e abaixo dele um disco de prata.

É possível ver através do vidro uma parte da rocha original do Golgota, onde a cruz teria sido fincada.

Cercando este altar, há um altar dos Franciscanos com o busto de Maria em madeira, para relembrar o sofrimento de Maria quando da morte de seu filho.

 

Reflexão proposta: Jesus morreu na cruz por nós, não fiquemos de braços cruzados, façamos morrer em nós nossos caprichos.
13ª estação: Jesus é retirado da cruz.
Um altar marca o lugar onde Maria recebeu o corpo de seu filho depois dele ter sido retirado da cruz.

O corpo de Jesus foi, então, pousado sobre a Pedra da Unção (Consagração). A pedra de calcário rosa é memorial, data de 1810 e representa o lugar onde foi colocado o corpo de Jesus depois de ser retirado da cruz. Ali ele foi ungido com óleos, uma mistura de mirra e aloe, purificado e, depois, seguindo um ritual judaico, foi embrulhado em panos e levado à sepultura. Fiéis de todo o mundo, passam por aí, ajoelham-se, rezam, beijam a pedra, que sempre exala um aroma de rosas.

Reflexão proposta: Busquemos a perfeita conformidade com a vontade de Deus.

14ª estação: Jesus é colocado no túmulo.

 

O túmulo de Jesus, o lugar mais sagrado da Cristandade, encontra-se no centro da Igreja do Santo Sepulcro, abaixo da rotunda principal, numa bela e decorativa capela.

A rocha sagrada é revestida de mármore e acima dela podem ser vistas pinturas que retratam a Ressurreição.

Reflexão proposta: Senhor, faça de mim uma criatura nova.

Não dá para descrever e nem as fotos são capazes de reproduzir toda a beleza, riqueza e emoções envolvidas, podem acreditar.

 

Logo após a entrada, pela porta principal da Igreja do Santo Sepulcro, do início do século XII, a porta à direita foi bloqueada no mesmo século, duas escadas à direita sobem para o Gólgota.
 
Gólgota em hebraico significa ‘Lugar do Crânio’, traduzido para o latim como Calvário, lugar tradicional dentro da Igreja do Santo Sepulcro, elevação rochosa, com cerca de 5 m de altura, que acredita-se seja o que resta visível do Calvário.
 
O espaço se divide em duas capelas:
 
. à esquerda está a greco-ortodoxa, cujo altar foi posto diretamente sobre a rocha em que teria sido fincada a cruz de Cristo. A Pedra do Calvário, que está rachada, pode ser vista através de um vidro de proteção ao redor do altar. A 12ª estação da cruz é aí celebrada.
 
Acredita-se que a rachadura da Pedra do Calvário foi provocada pelo terremoto que se seguiu à morte de Cristo.
 
. à direita fica a capela católica romana, que contem a 10ª e a 11ª estações da cruz.
 
Entre as duas, está o altar da Stabat Mater, que assinala a 13ª estação, recordando a dor de Maria ao pé da cruz do filho.
A igreja é aceita como o Sepulcro de Jesus pela maioria dos historiadores e a pequena rocha dentro da igreja o local exato do Monte Calvário, onde a cruz foi elevada para a crucificação de Jesus.
 
As provas arqueológicas de que a igreja está sobre o possível local da crucificação são poucas, mas positivas. As escavações mostram que o lugar ficava fora dos muros da cidade e só depois passou a ser abrangido pelas novas muralhas, construídas no ano 43; que no início do século I era uma pedreira abandonada em que um pedaço de pedra rachada permaneceu intocado; e que nos primeiros séculos antes e depois de Cristo usavam-se túmulos escavados na rocha. Tudo coincidindo com os relatos dos Evangelhos a respeito da Crucificação.
 

Logo abaixo da capela greco-ortodoxa, foi construída a Capela de Adão, na Pedra do Calvário. É uma obra medieval feita para substituir uma Capela de Adão que fazia parte da basílica de Constantino do século IV. Seu nome decorre de que Cristo teria sido crucificado sobre o local do sepultamento do crânio de Adão, tradição registrada primeiro pelo teólogo alexandrino Orígenes.

Na sequência da destruição de Jerusalém, em 70 d.C., o Imperador Romano Adriano, em visita à cidade, em 129-130, ordenou sua reconstrução, como cidade pagã, a ser chamada Aelia Capitolina, ordenando, ainda, que o local identificado como sepultura de Jesus fosse coberto com terra e nele fosse construído um templo dedicado a Vênus.
 
Em 313, o Imperador Constantino decretou o Édito de Tolerância para os cristãos, ou Édito de Milão, que implicou no fim das perseguições.
 
Em 326, Helena, mãe do Imperador Constantino, já perto dos 80 anos, fez uma peregrinação à Jerusalém, se dedicando a identificar os locais dos episódios da vida de Jesus Cristo, dentre eles, o local da crucificação, rochedo chamado Gólgota, e a tumba conhecida como Anastasis (ressurreição em grego), tendo ordenado a construção de igrejas como a da Natividade em Belém e a do Santo Sepulcro.
 
Construída no século IV, era composta de cinco elementos básicos:
. a Rotunda sobre o local da Tumba;
. uma capela construída sobre o Gólgota, o lugar da cruz;
. um pátio;
. uma grande Basílica, de cinco naves laterais, com a abside e o altar na extremidade ocidental, na direção da Tumba;
. e um átrio na entrada oriental da Basílica, pelo lado do Cardo Maximus*, a rua principal.
 
* Cardo era a principal via pública no período bizantino, com 12,5 m de largura, ladeada por calçadas largas com pórticos, onde as lojas se multiplicam.
 
Construída pelos romanos, precisou ser ampliada no século IV, quando os cristãos passaram a se deslocar em massa para Jerusalém e a cidade se expandiu.
 
Na era das cruzadas, foi transformada em mercado coberto, aspecto que está preservado no trecho norte na forma de uma arcada com galerias e lojas chiques.
 
O trecho bizantino, que ainda pode ser visto atualmente, ligava os dois polos religiosos mais importantes daquele tempo, a Igreja do Santo Sepulcro e a Nea Basílica, Nova Basílica, desaparecida há séculos.
 
A igreja, contudo, foi queimada e saqueada pelos persas em 614, parcialmente reconstruída pelos bizantinos e em 638 passou para as mãos dos muçulmanos. Danificada pelo terremoto de 808.
 
Em 1009, o califa al-Hakim ordenou a destruição de todas as igrejas de Jerusalém, incluindo a do Santo Sepulcro, um dos fatores que esteve na origem das Cruzadas.
 
Uma parte da igreja foi novamente reconstruída pelo imperador bizantino Constantino Monômaco em 1048.
 
Em 1099, os Cruzados tomaram Jerusalém e foram responsáveis pela sua ampliação e reconstrução que, no essencial, é a que se encontra hoje no local. Os arquitetos cruzados incorporaram à igreja que construíram o que restara da estrutura original bizantina, na área da Rotunda, do Gólgota e do Pátio.
 
Esta nova igreja foi consagrada em 1149.
 
Voltando Jerusalém ao domínio islâmico, Saladino proibiu a destruição de qualquer edifício religioso associado ao cristianismo.
 
No século XIV, o local foi administrado por monges católicos e por monges ortodoxos gregos.
 
No século XVIII foi reparada a cúpula da igreja que, em 1808 sofreu um incêndio, que a destruiu, tendo inicio o processo de restauração em 1810. Novos restauros ocorreram entre 1863 e 1868.
 
O mais recente trabalho de preservação iniciou-se em 1959.
 
Os pilares e colunas atuais da Rotunda são uma réplica aproximada em foram e desenho dos da igreja original do século IV, mas com a metade da altura.
 
Desde o tempo dos cruzados, os recintos e o edifício da Basílica do Santo Sepulcro se tornaram propriedade das três maiores denominações: os greco-ortodoxos, os armênio-ortodoxos e os católicos-romanos. Os copta-ortodoxos egípcios, os etíope-ortodoxos e os sírio-ortodoxos, também, tem certos direitos e pequenas propriedades dentro ou a pouca distância do edifício. Direitos e privilégios estes protegidos pelo Status Quo dos Lugares Santos (1852), conforme o Tratado de Berlim (1878). As várias capelas e santuários dentro do edifício são mobiliados e decorados segundo os costumes e ritos da comunidade religiosa possuidora.
 
Uma conhecida técnica de construção bizantina era o uso de fiadas alternadas de pedra e tijolo na construção de muralhas, o que pode ser visto na Basílica do Santo Sepulcro, na capela greco-ortodoxa de Adão, sob o Gólgota e nos pilares de sustentação do Arco do Imperador, do século XI, entre a Rotunda e o catholicon grego.
 
Em 1927, um sismo causou graves estragos à estrutura.
 

O Santuário abrage a Capela do Anjo, em que um pedaço de pedra que teria sido rolada da entrada da sepultura de Cristo por anjos serve de altar. Uma porta baixa leva à pequenina Capela do Santo Sepulcro, com a 14ª estação da cruz. Uma laje de mármore cobre o local onde o corpo de Cristo teria sido colocado.

Depois fomos almoçar no Restaurante do Legacy Hotel e retornamos para o hotel.

 

michal negrin world
Eu & meu marido aproveitamos para dar uma fugidinha a um shopping próximo ao hotel, o Mamilla Shopping.

 

 

Basicamente demos uma volta, pois já estávamos tão cansados que nem nos interessamos por compras.

 

Talvez, também, porque não combinasse com o espírito da viagem, uma peregrinação e não puro turismo.
Este é um shopping a céu aberto, como uma rua de pedestres.
Uma única loja chamou minha atenção, ‘Michal Negrin Designs’. Pequenina em tamanho, mas enorme em bom gosto. Mamilla Mall, 9 King Shlomo Street. 

 

10/10/2012 – 4ª feira
Após o café da manhã nos despedimos de Jerusalém, já com enorme saudades de tudo que vivemos ali.
Shalom aleinu kol ha’olam,
paz para nós e para todo o mundo.
A Jerusalém, minha reverência.

Nosso primeiro destino foi Betânia, no deserto da Judéia, cidade da autoridade palestina, à 6 km de Jerusalém.

motorista que acompanhou nosso grupo durante toda a viagem
Betânia
É mencionada 12 vezes na Bíblia, como tendo sido visitada por Jesus Cristo. Era onde morava Maria de Betânia, irmã de Lázaro e de Marta e onde era muito bem acolhido.
A primeira notícia acerca do Santuário de São Lázaro é dada por Eusébio de Cesaréia (início do século IV): ‘Betânia aldeia dois quilômetros de Elia (Jerusalém), na encosta do Monte das Oliveiras, onde Cristo ressuscitou Lázaro.São Jerônimo (finais do século IV) acrescenta: ‘Hoje há construída uma igreja.’
Em 1138, época das Cruzadas, foi erguido um rico mosteiro de freiras beneditinas perto do túmulo de Lázaro.
Após a expulsão dos Cruzados, os muçulmanos se apropriaram do santuário, transformando-o em mesquita.
Em 1613, os franciscanos obtiveram permissão para escavar a entrada atual para facilitar a visita ao túmulo.
Em 1889 foi adquirida parte das ruínas do mosteiro e da igreja (chamada casa de Marta), que tornou possível a escavação e reconstrução da igreja moderna.
As escavações revelaram que foram edificadas duas igrejas junto a tumba de Lázaro.

Hoje este complexo é composto pela Igreja atual, a Tumba de Lázaro, a Mesquita do século XVI, o Convento Franciscano e os restos de uma Abadía de monjas beneditinas.

Em Betania foi celebrada a missa de renovação dos votos da Irmã Elci e da Irmã Luzia, um momento muito especial para todo o grupo, num lugar igualmente especial, a casa dos irmãos Maria, Marta e Lázaro.

Ao final da missa, todos nós lemos a Oração dos Voluntários da ASAB – Associação Solidários Amigos de Betânia:
Jesus Divino Voluntário
Jesus, Divino Voluntário do Pai,
assumiste a condição humana doando tua vida para que ‘todos a tenham em plenitude’ (Jo 10,10).
És o divino e bom samaritano, mostra-nos o caminho do amor e da solidariedade para vermos, aproximarmo-nos e termos compaixão dos nossos irmãos caídos nas ruas e vítimas da exclusão, do desemprego e das drogas (Lc 10, 35-37).
Jesus, Voluntário do Pai,
passastes em todos os caminhos fazendo o bem.
Na aldeia de Betânia, aceitastes a acolhida amiga e solidária dos irmãos: Marta, Maria e Lázaro.
Aumenta a nossa fé e dá-nos sabedoria para atualizarmos hoje a aldeia de Betânia na acolhida alegre e generosa dos irmãos e irmãs que aí chegam porque não ‘têm onde reclinar a cabeça’.
Na hora da dor fostes presença consoladora e animadora da vida, ressuscitando o amigo Lázaro (Jo 11, 1-44).
Te pedimos, ressurreição e vida nova para as pessoas que acolhemos, amamos e servimos, em teu nome !
Ainda em Betânia,
deixaste-te banhar pelo precioso perfume de nardo, gesto da ternura e do amor solidário de Maria com tua paixão, morte e ressurreição (Jo 12, 1-8).
Que o perfume de nosso voluntariado feito com amor, humildade e reverência, recupere ‘a imagem divina mutilada e desfigurada no rosto de nosso irmão sofredor !
Divino Voluntário da Trindade,
ilumina-nos, fortalece-nos na fé.
Que nosso voluntariado seja como o teu; um voluntariado de entrega, que sejamos bons samaritanos e boas samaritanas; ‘Betânias’ vivas, espaços abertos para acolher, sempre com renovada confiança.
Dá-nos Jesus Divino Voluntário,
a ternura da acolhida, a alegria da amizade, a esperança da vida que renasce no coração e no olhar daqueles que acolhemos e servimos; faze que, pela certeza e força da tua ressurreição, possamos estar, todos incluídos como irmãos no banquete do teu Reino.
Amém !
Irmã Maria Elci Zerma (2004)

 

Azarya é o novo nome de Betânia, cidade conhecida como ‘terra de ninguém’, sendo a igreja como uma ilha dentro de uma cidade predominantemente muçulmana.

Saímos de Betânia em direção ao Mar Morto.

No caminho, nos aproximamos da Cordilheira Moab, na Jordânia, passando por território que foi jordaniano até 1967.
Neste caminho, a imensidão do deserto, os beduínos, pastores nômades que pedem pouco da terra e as sinagogas, em conversa com os céus, não é de hoje.

Paramos para almoçar e visitar o sítio arqueológico Qumran (leia-se curran), um dos mais incríveis que tive oportunidade de ver.

‘Khirbet Qumran’, ‘ruína da mancha cinzenta’, sítio arqueológico localizado a cerca de 22 km de Jerusalém, próximo à Jericó, em uma área onde atividades tectônicas são frequentes e a precipitação média anual é muito baixa.

Foi o clima árido e a inacessibilidade do local que contribuiu para preservação de estruturas e materiais arqueológicos encontrados na região.

Nesta região há aproximadamente 330 dias de sol por ano e praticamente não há precipitações. O ar é tão seco e quente que a água das evaporações seca imediatamente no ar, criando uma névoa e resultando num cheiro de enxofre.

Qumran se tornou célebre em 1947 com a descoberta de manuscritos antigos que ficaram conhecidos como ‘os manuscritos do Mar Morto’, que  “incluem os mais antigos textos bíblicos já encontrados. Datados em sua maioria de entre o terceiro século a.C. aos primeiros cem anos da Era Cristã, eles são relíquias da fé de uma seita judaica da época do nascimento de Jesus, a dos essênios, e testemunhos físicos da antiga busca da Humanidade por um sentido para a vida por meio da espiritualidade.” (Manuscritos da Fé, por Cesar Baima)
Segundo Adolfo Roitmain, Curador do Santuário do Livro, que abriga os manuscritos em posse do Museu de Israel, “Os manuscritos nos dão uma nova perspectiva sobre a espiritualidade dos judeus nos tempos do Segundo Templo de Jerusalém (516 a.C. a 70).”
Em 1947, os primeiros manuscritos foram encontrados em uma caverna às margens do Mar Morto por um jovem beduíno que cuidava de um rebanho de ovelhas.
A notícia dos achados se espalhou rapidamente após a venda e aquisição dos primeiros manuscritos.
De imediato a comunidade científica se interessou pelo achado.
A ‘Ecole Biblique et Archéologique Française de Jerusalém’ desenvolveu pesquisas em Qumran e arredores desde o final da década de 40 até 1956.
A maior parte dos manuscritos é formada por documentos religiosos. Ao todo são aproximadamente mil textos, 90% escritos em hebraico, 8% em aramaico e 2% em grego e foram encontrados em 11 cavernas de Qumran. “Por volta de 230 são classificados como bíblicos, isto é, múltiplas cópias completas e parciais de quase todos os livros que fazem parte da atual Bíblia hebraica, alguns deles também parte do Antigo Testamento cristão. O restante abrange ainda uma variada gama de escritos  religiosos, incluindo exegeses, hinos, orações, calendários, rituais e textos apocalípticos, dos quais cerca de um quarto rotulados como ‘sectários’, representando as crenças e filosofia daquela comunidade essênia em particular.” (Manuscritos da Fé, por Cesar Baima)
A arqueologia distingue três fases de ocupações:
. séculos VIII – VII a.C., ocupação essênica, posteriormente as instalações teriam sido consideravelmente ampliadas, passando a ser uma ‘fortaleza dos piedosos’ que comportava de 200 a 300 pessoas, tendo sido abandonada após um terremoto em 31 a.C. e um incêndio.
. por volta dos anos 4 a.C. a 6 d.C. as fortificações teriam sido ampliadas e reforçada a segurança. Em 68 d.C. teria ocorrido a destruição destas fortificações, porém, antes, a monumental biblioteca teria sido transferida às pressas para as cavernas das imediações.
. de 68 a 100 d.C. teria sido base da guarnição romana na II Guerra Judaica.
Segundo, ainda, Adolfo Roitman, se a reconstrução da História desta seita feita pelos estudiosos a partir dos textos estiver correta, a comunidade de Qumran foi fundada por clérigos, entre eles provavelmente alguns integrantes do alto clero de Jerusalém, que deixaram para trás  uma vida de relativo luxo, para a época, ao se mudarem para as cercanias do Mar Morto. Então, como hoje, Jerusalém era o mais importante centro religioso e o único lugar onde estes antigos povos tinham acesso a uma educação religiosa de bom nível. Isso nos obriga a perguntar por que estes altos clérigos deixaram a grande cidade de Jerusalém e foram morar no meio do nada. Talvez porque estivessem em uma busca espiritual por respostas às questões prementes que tinham na época. E nós, pessoas destes tempos modernos, também enfrentamos questões parecidas e buscamos respostas para elas. São questões transcendentais que vão muito além da materialidade. Bilhões de pessoas na Terra de hoje também sentem que falta mais espiritualidade diante do atual estágio de desenvolvimento da sociedade moderna, com todos seus grandes avanços tecnológicos e materiais. Elas também procuram pelo significado da vida. Não é o bastante poder viajar onde e quando quiser, não é suficiente ter um, dois ou três carros. E daí ? Quantos carros uma pessoa precisa ter ? Neste sentido, os Manuscritos do Mar  Morto são muito relevantes para nós, mesmo depois de passados 2 mil anos de História.
De acordo com Adolfo Roitman, pesquisas arqueológicas em Qumran sugerem que esta comunidade essênios tinha uma vida muito simples e  ascética. As construções não tinham decorações como os mosaicos comuns da época. Eram pessoas rígidas, talvez até extremistas de um ponto de vista da ideologia da época. Assim, não temos que concordar com tudo que escreveram, mas pelo menos temos que leva-las a sério.
E porque estes manuscritos estavam nas cavernas ?
 Segundo Adolfo Roitman, para os primeiros estudiosos, a resposta para isso era que a comunidade de Qumran queria salvaguardar os textos, presumindo que estivessem em perigo por causa da aproximação dos romanos,  mas, após décadas de pesquisa, tem-se outras teorias. Os manuscritos nas cavernas 1 e 4, por exemplo, sabe-se que são muito antigos. Por que então são tão velhos ? A resposta é que talvez tenham sido levados para as cavernas muito antes da destruição da comunidade, que estima-se tenham acontecido no ano 68. Assim, a função destas cavernas talvez fosse a de genizah, local onde textos muito gastos são armazenados, já que o judaísmo proíbe a destruição de livros sagrados. Assim, eles foram escondidos não dos romanos, mas porque não podiam mais ser usados.
Provavelmente, São João Batista esteve neste local.

Tivemos oportunidade de assistir a um filme em 3D, reproduzindo esta história, permitindo sua visualização.

 

Notícia publicada em setembro de 2012 no Jornal O Globo:

 

“Ciência confirma a Igreja: Livros de bronze seriam a maior descoberta de todos os tempos e falam de Nosso Senhor Jesus Cristo
Numa gruta de Saham, Jordânia, localizada numa colina com vista ao Mar da Galiléia, foram encontrados 70 livros do século I da era cristã que, segundo as primeiras avaliações, contêm as mais antigas representações do cristianismo.


Os livros têm a peculiaridade de serem gravados em folhas de bronze presas por anéis metálicos. O tamanho das folhas vai de 7,62 x 50,8 cms a 25,4 x 20,32 cms. Em média, cada livro tem entre oito e nove páginas, com imagens na frente e no verso.
 
Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, 70 códices de bronze foram encontrados entre os anos 2005 e 2007 e as peças estão sendo avaliadas por peritos na Inglaterra e na Suíça.

A cova fica a menos de 160 quilômetros de Qumran, a zona onde se encontraram os rolos do Mar Morto, uma das maiores evidências da historicidade do Evangelho, informou a agência ACI Digital.

Importantes documentos do mesmo período já haviam sido encontrados na mesma região.

No local ter-se-iam refugiado, no ano 70 d.C., os cristãos de Jerusalém, durante a destruição da cidade pelas legiões de Tito, que afogaram em sangue uma revolução de judeus que queriam a independência.

Cumpria-se então a profecia de Nosso Senhor relativa à destruição de Jerusalém deicida e à dispersão do povo judaico.

Segundo o “Daily Mail” os académicos, que estão convencidos da autenticidade dos livros, julgam que é uma descoberta tão importante quanto a dos rolos do Mar Morto em 1947.

Nelas, há imagens, símbolos e textos que se referem a Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Paixão.

David Elkington, especialista britânico em arqueologia e história religiosa antiga, foi um dos poucos que examinaram os livros. Para ele, tratar-se-ia de uma das maiores descobertas da história do Cristianismo.

É uma coisa de cortar a respiração pensar que nós encontrámos estes objectos deixados pelos primeiros santos da Igreja“, disse ele.

Com efeito, na época da desastrosa rebelião judaica, o bispo de Jerusalém era São Simeão, filho de Cleofás (irmão de São José) e de uma irmã de Nossa Senhora. Por isso, São Simeão era primo-irmão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pertencia à linhagem real de David.
 
Quando o apóstolo Santiago, “O Menor” (primeiro bispo de Jerusalém) foi assassinado pelos judeus que continuavam seguidores da Sinagoga os Apóstolos que ficaram, em rotura com o passado, escolheram Simeão como sucessor e ele recebeu Espírito Santo em Pentecostes.


Os primeiros católicos -naquela época não tinham aparecido heresias e todos os cristãos eram católicos –
lembravam com fidelidade o anúncio feito por Nosso Senhor de que Jerusalém seria destruída e o Templo arrasado. Porém, não sabiam a data.
O santo bispo foi alertado pelo Céu da iminência do desastre e de que deveriam abandonar a cidade sem demora. São Simeão conduziu os primeiros cristãos à cidade de Pella, na actual Jordânia, como narra Eusébio de Cesárea, Padre da Igreja.

Após o arrasamento do Templo, São Simeão voltou com os cristãos que se restabeleceram sobre as ruínas. O facto favoreceu o florescimento da Igreja e a conversão de numerosos judeus pelos milagres operados pelos santos.

Assim, começou a reconstituir-se uma comunidade de judeus fiéis à plenitude do Antigo Testamento e ao Messias Redentor aguardado pelos Patriarcas e anunciado pelos Profetas.

Porém, o imperador romano Adriano mandou arrasar os escombros da cidade, e os seus sucessores pagãos, Vespasiano e Domiciano, mandaram matar a todos os descendentes de David.

São Simeão fugiu. Mas, durante a perseguição de Trajano foi crucificado e martirizado pelo governador romano Ático. São Simeão recebeu com fidalguia o martírio quando tinha 120 anos. (cf. ACI Digital)

Emociona pensar que esses heróicos católicos judeus tenham deixado para a posteridade o testemunho da sua Fé inscrito em livros tão trabalhados. O facto aponta também para a unicidade da Igreja Católica.

Philip Davies, professor emérito de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield, disse ser evidente a origem cristã dos livros que incluem um mapa da cidade de Jerusalém. No mapa é representada o que parece ser a balaustrada do Templo, mencionada nas Escrituras.
“Assim que eu vi fiquei estupefato”, disse. “O que me impressionou foi ver uma imagem evidentemente cristã: Há uma cruz na frente e, detrás dela, há o que deve ser o sepulcro de Jesus, quer dizer, uma pequena construção com uma abertura e, mais no fundo, ainda os muros de uma cidade”.

“Noutras páginas destes livros também existem representações de muralhas que, quase de certeza, reproduzem as de Jerusalém. E há uma crucifixão cristã acontecendo fora dos muros da cidade”, acrescentou.”

 

No final da tarde chegamos ao Mar Morto.

Ficamos hospedados no Hotel Le Meridien Dead Sea.
Assistimos da varanda de nosso quarto o por do sol sobre o Mar Morto.
Que beleza !!!
Que visual deslumbrante !!!
Do outro lado da margem as luzes da Cisjordânia.
Incrível, não ???
Depois de nos acomodarmos e de brinde ver o entardecer, marcamos nossa seção de banhos e massagens.
Sobre o Mar Morto
A designação de Mar Morto só passou a ser utilizada a partir do século II da era cristã. Ao longo dos séculos anteriores, vários foram os nomes pelos quais era conhecido, entre outras fontes, a Bíblia. Assim, nos livros do Génesis e Josué aparece com o nome de Mar Salgado. Com o nome de Mar de Arabá aparece em Deuteronômio e em Reis. Já em Joel e Zacarias, surge como Mar Oriental. Fora da Bíblia, apareceu denominado de Lago de Asfalto, de Mar de Sodoma e de Mar de Lot, entre outros nomes que recebeu. 
Chega-se ao Mar Morto depois de se atravessar o Deserto de Negev, região povoada por beduínos.
O Mar Morto é, na verdade, um lago endorreico*, localizado no vale do Rio Jordão, o ponto mais baixo da Terra, 411 metros abaixo do nível do mar, a maior depressão do mundo.
*bacia endorreica é uma área na qual a água não tem saída, superficialmente, até o mar.
Com 80 km de extensão, é compartilhado por Israel e Jordânia. Uma linha imaginária, no meio do lago, divide os dois países.
Conhecido por sua salinidade, dez vezes superior à dos demais oceanos, e pelas propriedades terapêuticas dos minerais em suas águas.
Com 30% de sais minerais em suspensão, a água pesa mais que o corpo humano, o que faz com que  o  corpo flutue imediatamente. Dela decorre a escassez de vida em suas águas, havendo apenas alguns tipos de arqueobactérias e algas.
Não se deve molhar o rosto, principalmente, os olhos.
11/10/2012 – 5ª feira
Pela manhã, uma caminhada até o Mar Morto para a curiosa experiência de flutuar, querendo ou não, desfrutando, ainda, de uma vista maravilhosa e um delicioso chuveirão à beira mar.
No retorno ao hotel, estivemos na piscina, aguardando nosso horário para  usufruir de um dos tratamentos oferecidos pelo Spa.
Com a ajuda de nossa guia, a escolha recaiu sobre um dos pacotes de tratamento para casais, o ‘Seventh Heaven’, traduzindo ‘Sétimo Céu’: massagem completa, por 75 minutos e um banho de leite de Cleópatra, com duração de 20 minutos.
O Spa oferece 9 grupos de serviços e 48 diferentes tratamentos. São famosos os banhos de enxofre e de lama. O Spa funciona das 8 às 19 horas.
Em frente ao hotel, há uma montanha e eu; o guia da Demarré, Victor; o Padre Mauro e a Rachel escalamos parte dela, com direito a uma vista deslumbrante !!!
Às 18 horas, o grupo se reuniu para um encontro de encerramento.
Deste momento, participou um casal, Brigite & Daniel, da Irlanda, que fazem parte de um grupo de intercessão que reza pelos países que precisam de orações.
Além da celebração da Palavra, da apresentação do casal de irlandeses, houve uma dinâmica de grupo e a entrega dos nossos Certificados de Peregrinação.
Saímos do hotel às 23:30 horas em direção à Tel-Aviv.
12/10/2012 – 6ª feira
Às 5:10 horas, do dia 12/10/2012, voamos Iberia 3751 rumo a Madri.
O embarque em Tel-Aviv é cercado de muita segurança. Primeiro é feito o check-in da bagagem, inclusive com abertura das malas, só então, é feito o check-in dos passageiros.
De Madri, o voo 6025 nos trouxe de volta ao Rio de Janeiro, ou seja, praticamente 24 horas de viagem.
Em 21/12/2012, o programa Globo Reporter, nos permitiu revisitar Israel, inclusive através de um sobrevoo pelos céus da Terra Santa, revivendo as fortes emoções tão recentemente experimentadas. Somos, sem dúvida alguma, muito abençoados.
O Professor  Serge Ruzer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, ressaltava no referido programa, que o mandamento do amor foi um dos maiores desafios dos ensinamentos de Jesus, fornecendo a chave para a convivência entre os homens.
Que tal um pouquinho da história de Israel ?
A Terra Santa abrange o Estado de Israel e os Territórios Autônomos da Palestina e partes da Jordânia e do Egito.
Israel, ‘Yisra el’, ‘venceu com Deus’, país do Oriente Médio asiático, banhado pelo Mediterrâneo, com fronteiras ao norte com o Líbano e a Síria; a leste e ao sul com a Jordânia e o Egito, com pequeno litoral voltado para o Índico, pelo Golfo de Ácaba e divide as margens do Mar Morto com a Jordânia.
Israel é um estado só, do tamanho do Estado de Sergipe, o menor estado do Brasil.
Segundo a Bíblia, após a morte de Salomão, conflitos provocaram a divisão da nação: o Reino de Israel ao norte e o Reino da Judeia ao sul.
Dois séculos depois, em 722 a.C., os assírios conquistaram o norte e muitos dos judeus de Israel foram deportados.
Quando a Judeia se recusou a pagar tributos, também foi invadida e derrotada.
Os assírios, por sua vez, sofreram derrota para os babilônios, que, em 587 a.C., capturaram Jerusalém e destruíram o Templo de Salomão, forçando os judeus da Judeia a se exilar.
Vencidos pelos persas em 538 a.C., os babilônios desapareceram da história. Os judeus, então, obtiveram permissão de voltar à sua terra.
Ao voltarem para Jerusalém, os judeus construíram, no século VI a.C., um novo templo, no mesmo local do primeiro, marcando assim, o começo do período do Segundo Templo, 515 a.C..
Os persas continuaram dominantes na região até que suas forças foram dilaceradas pelo exército macedônio, 332 a.C..
Com a morte do Rei da Macedônia, Alexandre Magno, seu império foi dividido, mas Jerusalém resistiu. A reação do rei selêucida foi consagrar o templo judeu em Jerusalém a Zeus e punir com a morte a obediência à lei judaica.
Liderados por Judas Macabeu, sacerdote da família dos asmoneus, os judeus se rebelaram em 164 a.C., derrotando os selêucidas e voltando a dominar Jerusalém e reconsagrar seu templo.
Em 63 a.C. as legiões romanas tomaram Jerusalém, cautelosas, contudo, para não desrespeitar a suscetibilidade religiosa local. O judeu Herodes, o Grande foi nomeado governador e ordenou a reconstrução do Segundo Templo, que foi bastante ampliado (37 – 34 a.C.), quase duplicando sua área interna, onde ficava o Santo dos Santos, uma câmara vazia para receber a Arca da Aliança, que desapareceu quando o Primeiro Templo foi destruído.
A Fortaleza Antônia, construída por Herodes, em 37 – 35 a.C., para proteger o Templo, homenageia seu patrono, Marco Antônio.
Com a morte de Herodes, o reino foi governado por pouco tempo por seus três filhos, até que passou diretamente para as mãos dos romanos. Uma pesada carga tributária, uma administração despreocupada e a imposição da cultura romana provocaram um descontentamento galopante entre os judeus. Uma grande quantidade de candidatos a messias, profetas revolucionários e pregadores do apocalipse agravavam a situação. Foi nesse clima político que nasceu Jesus Cristo, como descreve o Novo Testamento.
Os choques dos judeus com Roma culminaram com uma ampla rebelião em 66 d.C., tendo os romanos levado quatro anos para alcançar a vitória nessa Primeira Revolta Judaica. Destruíram, então, a cidade e arrasaram o Segundo Templo, mas os judeus recusaram-se a ser subjulgados.
Passado não muito tempo, irrompeu a Segunda Revolta Judaica, 132 d.C..
Após essa Segunda Revolta, Adriano reconstruiu Jerusalém com o nome de ‘Aelia Capitolina’, cidade romana proibida aos judeus, que se dispersaram, a Diáspora*.
* O termo diáspora (em grego antigo, ‘dispersão’) define o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas. O termo é usado com muita frequência para fazer referência à dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 135 d.C..
No início do século IV, os cristãos, que como os judeus sofriam a perseguição de Roma, ganharam liberdade de culto do Imperador Constantino, através do Edito de Milão, ele próprio convertido a essa religião. Constantino mudou a capital de Roma para Bizâncio, rebatizada de Constantinopla. Jerusalém reconquistou sua antiga importância, igrejas cristãs foram construídas nos lugares ligados à vida de Jesus Cristo e o monasticismo espalhou-se pelas cidades e desertos da Palestina e do Egito.
A primeira Igreja do Santo Sepulcro foi consagrada em Jerusalém em 335.
No reinado de Teodósio (379 – 395), o cristianismo tornou-se a religião oficial.
Em 395, o Império Romano viu-se dividido entre os dois filhos de Teodósio. Pouco depois, o Império do Ocidente caiu nas mãos de invasores germânicos. O Império do Oriente, Império Bizantino, sobreviveu e foi de relativa estabilidade e prosperidade.
A agitação voltaria em 614, quando um exército persa a invadiu, massacrou os cristãos e profanou seus lugares santos, até serem expulsos em 628 pelas forças do Império Bizantino.
No mesmo ano em que os bizantinos reconquistaram a Palestina, um exército comandado pelo Profeta Maomé conquistou Meca, na vizinha Arábia, assinalando o surgimento de uma nova força no Oriente Próximo.
Em 638 d.C., 6 anos após a morte de Maomé, as tropas do seu sucessor, Omar, derrotaram os bizantinos, tornando-se os muçulmanos os novos governadores da Palestina.
Os muçulmanos consideravam Jerusalém tão sagrada quanto os judeus e os cristãos.
Os escombros no local do Templo foram removidos, tendo início a construção de duas mesquitas: a Cúpula da Rocha (691) e El-Aqsa (705), acesso interditado a não muçulmanos, mas cristãos e judeus puderam continuar a viver em Jerusalém, pagando o imposto dos ‘infiéis’.
Sucederam-se as dinastias árabes: omíadas (661-750), abássidas (750-974) e fatímidas (975-1171).
Em 1009, o terceiro califa fatímida deu início a uma violenta perseguição a não muçulmanos e destruiu a Igreja do Santo Sepulcro.
A situação tornou-se crítica em 1071, ano em que Jerusalém foi dominada pelos turcos seljúcidas, que proibiram a entrada de cristãos na Cidade Sagrada.
A reação colérica da Europa cristã deu início a primeira de uma série de cruzadas, realizadas ao longo de quase 200 anos, para reconquistar a Cidade Sagrada e os lugares bíblicos da Palestina.
“Deus o quer !”, com estas palavras, em 27 de novembro de 1095, o Papa Urbano II lançou, no Concílio de Clermont, um apelo de ajuda aos bizantinos na guerra contra os turcos seljúcidas para libertar a Terra Santa.
A maioria dos cruzados não chegou à Cidade Sagrada e em 200 anos não existiam mais, deixando legado uma bela arquitetura eclesiástica e militar.
Em 1333, os frades franciscanos tiveram permissão para se instalar em Jerusalém e passaram a habitar a suposta sala da Última Ceia.
Em 1342, o Papa Clemente IV validou esta missão, que ganhou o nome de Custódia Franciscana da Terra Santa.
No século seguinte começou o movimento migratório para a Palestina de judeus que fugiam da perseguição na Europa.
Durante o governo do maior dos sultões, Suleimã, o Magnífico (1520-1566), grandes projetos arquitetônicos foram realizados pelos turcos otomanos em Jerusalém, sobretudo a construção das muralhas e dos portões da cidade.
Os judeus continuaram a retornar para a Terra Santa, na maior parte porque se sentiam mais seguros sob o regime turco do que na Europa.
Em 1798, primeira vez desde as cruzadas, a Europa voltou a por os pés na região, com Napoleão desembarcando no Egito e um ano depois tentando invadir Acre, contudo, sem sucesso.
O tempo todo a imigração judia continuou. Em meados do século XIX, Jerusalém ultrapassou os limites das suas muralhas medievais com a implantação de uma série de assentamentos judeus fora dos seus portões.
O domínio turco na Palestina terminou em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, quando as tropas inglesas tomaram Jerusalém.
Conversações de paz em 1920 deixaram a Palestina sob controle britânico, o que foi confirmado em 1922 pela Liga das Nações.
Em 1937, os britânicos já tinham grande dificuldade de governar e propuseram o fim de seu mandato e a partilha do território, questão que não encontrava consenso.
Em 1946, a organização militar judia atacou o quartel-general britânico em Jerusalém.
Sem saída, os britânicos apresentaram a ‘questão palestina’, à recém-criada Organização das Nações Unidas.
Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Terra Santa em um Estado árabe e outro judeu; Jerusalém ficaria sob administração internacional.
Em 1948, a Grã-Bretanha se retirou da Palestina e os confrontos entre árabes e judeus cresceram, enquanto ambos os lados tentavam ocupar o máximo território possível.
Na véspera da retirada dos britânicos, foi declarada a fundação do Estado de Israel, contra a qual se seguiu forte reação árabe, até a assinatura de um armistício em dezembro de 1949. Nesta altura, os judeus detinham 80% da Palestina, mas Jerusalém continuaria dividida por quase 20 anos entre israelenses (bairros modernos de Jerusalém Ocidental) e jordanianos (Cidade Velha e Jerusalém Oriental), que só viria a ser totalmente conquistada pelos israelenses em 1967.
Depois do nascimento violento de Israel, o jovem Estado aprovou a Lei do Retorno, que concedia aos judeus de todo o mundo o direito de viver em Israel.
Israel vive há mais de 60 anos como Estado, mas os palestinos continuam sem ter o seu.
No editorial de história, especial para o Jornal O Globo, de 21/07/2012, por Daniela Kresch:
“Sou morena, mas sou bela, ó filhas de Jerusalém !
Como as tendas de cedro, como os pavilhões de Salomão.”
Verso do ‘Cântico dos cânticos’, texto poético bíblico, que teria como autor o próprio Rei Salomão, se referiria à mitológica Rainha de Sabá da Abissínia, atual Etiópia, e ao encontro entre os dois monarcas, com descendentes do romance insinuado no Velho Testamento, que ganha contornos reais em livros religiosos africanos.
Se na Bíblia, a Rainha de Sabá ou Makida, como é conhecida localmente, apenas visitou o Rei Salomão em Jerusalém e trocou presentes com o líder, no ‘Livro da Glória dos Reis’ (Kebra Negast), um texto religioso etíope de 700 anos, narra que o rei ludibriou a bela etíope para dormir com ela e que um herdeiro, Menelique, nasceu como fruto do romance.
Narrativas religiosas à parte, a origem dos judeus da Etiópia é cercada de mistério.
A maioria deles acredita ser, na verdade, descendente da tribo israelita de Dan, cujos membros migraram para o Reino de Cush, hoje Etiópia e Sudão na época da destruição do Primeiro
Templo de Salomão, no século VI a.C..
Mas há outras teorias sobre o judaismo na região da Abissínia, como a de que escravos israelitas foram levados à força para a África pelos egípcios.
Não há dúvidas de que a influência judaica na região é a milenar e que há traços judaicos na cultura etíope como um todo. A Igreja Abissínia cultua o sábado e promove a circuncisão. Mas depois da chegada do cristianismo, do século IV, os judeus se tornaram minoria e passaram a ser discriminados.
Várias operações ajudaram a levá-los para Israel: Operação Moisés ( 8 mil), Operação Sabá (1.200), Operação Josué (800 mil), Operação Salomão (14 mil). Desde então, 1991, dezenas de milhares de etíopes fizeram a travessia. Ainda restam 2.200 à espera da viagem e o governo israelense anunciou que até março de 2014 todos serão repatriados.

A comunidade etíope em Israel é formada por 120 mil pessoas, das quais 40 mil nascidas no país, tendo o hebraico como língua natal e participando ativamente da vida nacional.

mapa de Israel atual

A Cisjordânia ou Margem Ocidental é um território sob ocupação de Israel, reclamado pela Autoridade Palestina e pela Jordânia, situada na margem ocidental do Rio Jordão, limitada à leste pela Jordânia e a norte, sul e oeste por Israel.

Até 1948, integrava a parcela remanescente da Palestina histórica, que foi dividida em três partes, uma que passou a integrar o Estado de Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, as duas últimas deveriam integrar um Estado Palestino, a ser criado conforme Resolução das Nações Unidas e com anuência da anterior potência colonial, o Reino Unido.

Referida Resolução previa que o estado judeu deteria 56% dos territórios da área do antigo Mandato Britânico da Palestina, enquanto 44% seriam destinados a um Estado para o povo palestino.

Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel.

Posteriromente, algumas porções dispersas destas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestina, mas Israel mantém o controle das fronteiras.

Na Cisjordânia encontram-se locais que são sagrados tanto para o judaismo, como para o islamismo e o cristianismo.

Em Hebrom, uma das quatro cidades sagradas para os judeus, encontra-se a Gruta de Macpela, onde se acredita estarem sepultados os três patriarcas, Abraão, Isac e Jacob e suas esposas, Sara, Rebeca e Léia. No local, venerado por judeus e muçulmanos, ergue-se a Mesquita de Ibrahim (Abraão).

Em Belém ergue-se a Igreja da Natividade.

Na estrada que liga Belém à Jerusalém encontra-se o túmulo de Raquel.

Em Jericó, destaca-se o Monte das Tentações.

O outono (setembro/outubro/novembro) é a época ideal para ir a Jerusalém, do ponto de vista do tempo.

Porém, vários dos principais feriados judaicos são em setembro e outubro, afetando o transporte público e reduzindo o horário de funcionamento das lojas e restaurantes.

Há o ‘Rosh ha-Shaná’, Ano-Novo judaico, que marca o início de 10 dias de oração, que termina no ‘Yom Kippur’, Dia do Perdão, o mais sagrado do ano, que os judeus respeitam com jejum de 25 horas e rezando nas sinagogas.

Há, ainda, o ‘Sukot’, sobre o qual já falamos acima, trata-se da comemoração dos 40 anos durante os quais os israelitas percorreram o deserto, após a escravidão no Egito.

Quanto à alimentação, não tem um estilo próprio. É a fusão de sabores, espelhando a mistura cultural do país, que assimilou influências do Oriente Médio, do Mediterrâneo e da Europa Oriental.