Nosso dia começou com uma visita à “La Maison de La Violette: sur le Canal du Midi, près de la Gare de Toulouse”. Boutique/souvenirs de Toulouse.
http://www.lamaisondelaviolette.fr/
Os produtos à base de violeta são a marca de Toulouse. Florescem de novembro a março, sendo que em fevereiro acontece o Festival da Violeta, que atrai amantes da flor à cidade com feirinhas de produtos feitos com ela, exposições, oficinas de arte e jantares em que o sabor da flor, por mais estranho que possa parecer, é levado à mesa por chefes famosos.
A violeta reresenta lealdade, modéstia e simplicidade, sugerindo paz, sorte e beleza, sendo indicada para presentear os amigos.
A violeta de Toulouse é uma variedade bem diferente das encontradas por aqui. É maiorzinha, com até 40 pétalas e tem forte perfume.
Próxima parada, o Mercado Victor Hugo, na Maison Samaran, loja especializada em foi gras (patê de fígado de ganso), um dos produtos típicos de Toulouse. Na loja Betty, queijos de fabricação artesanal, feitos com leite cru e fresco. Experimentar o camembert com nozes, trufas ou pimentas.
Nas proximidades, La Chapelle des Carmélites, 1 Rue du Périord, o que restou do convento, edificado no século XVII, destruído durante a Revolução.
La Basilique Saint-Sernin, considerada o maior conjunto românico do mundo, importante no trajeto dos peregrinos do trecho francês do Caminho de Santiago.
O templo foi construído em homenagem a São Saturnino, o primeiro bispo da cidade.
Saturnino fixou-se em Toulouse em 250, sob o consulado de Décio e Grato. Naquela época na Gália (futura França) existiam poucas comunidades cristãs, compostas por um exíguo número de fiéis, enquanto os templos pagãos ferviam de gente que sacrificava aos deuses.
O Santo Bispo, para chegar a um pequeno oratório, passava todas as manhãs diante do Capitólio, principal templo pagão, dedicado a Júpiter Capitolino, onde os sacerdotes pagãos ofereciam em sacrifício ao deus pagão um touro para obter as respostas aos pedidos dos fiéis.
Ao que parece, a presença de São Saturnino emudecia os deuses e os sacerdotes culpavam disso o bispo cristão, cuja irreverência teria irritado a susceptibilidade das divindades pagãs.
Um dia o povo cercou ameaçadoramente Saturnino e lhe impôs sacrificar um touro no altar de Júpiter. O Bispo recusou imolar o animal, que pouco depois seria o instrumento do seu martírio, por ter afirmado que não tinha medo algum dos raios de Júpiter, impotente porque inexistente. Enfurecidos, pegaram-no e amarraram-no ao pescoço do touro, aguilhoando depois o animal, que fugiu enraivecido escada abaixo do Capitólio, arrastando atrás o Bispo. São Saturnino, com os membros despedaçados, morreu pouco depois e seu corpo foi abandonado no meio da estrada e recolhido por duas piedosas mulheres, que lhe deram sepultura em uma fossa muito profunda.
Sobre esse túmulo, Santo Hilário construiu uma capela de madeira um século depois.
No século VI o Duque Leunebaldo, reencontrando as relíquias do mártir, fez edificar no lugar a Igreja dedicada a São Saturnino (em francês Saint-Sernindu-Taur). A Igreja foi consagrada em 1096 pelo Papa Urbano II e elevada a categoria de Basílica em 1878.
Foi um dos mais importantes centros de peregrinação do ocidente na Idade Média.
As relíquias do Santo estão preservadas ali, num sarcófago de ouro.
Na cripta estão sepultados diversos santos.
Preces dos frutos da terra:
Deus, nosso Pai, por amor do vosso amor, haveremos de
malhar a palha, debulhar o grão, quebrar o trigo.
Por amor do vosso amor, haveremos de
sovar a massa, acender o fogo e preparar o pão.
Por amor do vosso amor, haveremos de
cavar a terra, semear a semente, plantar a vinha,
podar os ramos, colher a uva, pisar o fruto do trabalho de nossas mãos
e fabricar o vinho da celebração.
Por amor do vosso amor, em meio a dúvidas, lágrimas, dores e descrenças,
fazemos hoje um ato de fé na vida e a desejamos ardentemente.
O nosso íntimo exulta e canta o mistério que é viver mesmo assim,
doídos de nós e errantes de tantos sóis,
pois somente vós garantis e ungis nossos dias,
conferindo-lhes sentido e direção.
São Saturnino
Descemos, caminhando por toda a Rue du Tau (Rua do Touro) até a Place du Capitole (Praça do Capitólio).
Na Place du Capitole, a famosa Cruz de Toulouse, desenhada no piso central da praça.
A cruz é chamada Cruz Raimondina, Cruz Occitana ou Cruz dos Condes de Toulouse.
Occitânia é a região em que se fala o Occitano, ao sul da França, no extremo leste da Itália e no extremo norte da Espanha.
A cruz de Toulouse é uma modificação da cruz latina e os doze discos amarelos nos vértices de cada ponta representavam, originalmente, os signos do zodíaco. Depois, com uma intensa catequização católica na região, houve quem afirmasse que eles simbolizam os 12 apóstolos. Mas a verdade é que eles representam, de fato, o zoodíaco.
Essa cruz apareceu pela primeira vez como selo dos documentos do Conde Raimond de St. Giles VI, em 1221 e está em muitos brasões das cidades das regiões francesas de Provence-Alpes-Côte d’Azur, Rhône-Alpes, Auvergne, Limousin, Aquitânia, Poitou-Charentes, Languedoc-Roussillon e Midi-Pyrénées.
Em frente a Place du Capitole, o impressionante e grandioso prédio do Capitole (Capitólio), que hospeda a Prefeitura, Sede do Governo. Ao entrar pinturas do século XIX, que vão do chão ao teto. Dentro o Théatre National du Capitole.
http://www.theatre-du-capitole.org/
Retornamos pela mesma Rue du Tau, visitando a Iglesia Notre-Dame de Taur.
Seguimos em direção à gótica Les Jacobins (Convento dos Jacobinos), na Rue Lakanal, onde a ordem dominicana foi fundada no século XIV.
No pequeno altar, os restos mortais de São Tomás de Aquino. Em 1368, o Papa Urbano V decidiu que Toulouse merecia, entre outras cidades da cristandade, receber o corpo de São Tomás de Aquino, 10 anos após sua morte em Fossanova.
“Assim como Sao Tomás brilha entre todos os doutores pela beleza de suas sentenças, a igreja de Toulouse sobrepassa todas as igrejas dominicanas em beleza e majestade”, justificava o Papa.
Os contemporâneos se admiraram por Toulouse ter sido preferida a Paris e Nápoles para receber os restos de São Tomás. É que o Papa havia estudado em Toulouse e conhecia a Igreja dos Jacobinos, majestosa.
http://www.jacobins.mairie-toulouse.fr/
Pela Rue Pargaminières, chegamos a Place Saint Pierre, onde encontramos a Point Saint Pierre.
Seguimos pela Q. L. Lombard até a Place de la Daurade e dela pela Q. de La Daurade até a Eglise Notre Dame de la Daurade, com sua miscelânea de estilos vigiados por uma Madonna Negra. Assistimos ao final de uma cerimônia de casamento de Claire et Fabien.
Caminhamos, em seguida, até Pont Neuf, construída entre 1544 e 1632.
Descemos, então, a Rue de Metz toda, até o Boulevard Lazare Garnot.
Caminhamos pelos Boulevard Lazare Garnot e Boulevard de Strasbourg até a Lafayette Maison.
. dia 07/09/2008
Nosso destino, Carcassonne, ida e volta 90 km, saindo da SNCF Gare de Toulouse-Matabiau. Portanto, se for do seu interesse, nos siga em Nosso Roteiro em Carcassonne.
Retornando de Carcassonne, um jnatar no Le Cornet a Fondue.
. dia 08/09/2008
Nesta data, pegamos um ônibus da linha Navette Tisséo Aéroport, na área externa da Gare, para o Aéroport Toulouse-Blagnac, onde embarcamos com destino à Madri.
http://www.navette-tisseo-aeroport.com/
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